Crawler

Categorias:Romance
Wyrm

Crawler


Embaixo da Árvore de Dagda, Blair fitava os troncos e pensava na sua preocupação no que pensariam, ao invés de como resolveriam. Estava tão acostumada a lidar com perspectivas grandiosas que não lembrava que estava do outro lado da história. Aparecer, assassinar, redirecionar energia a qualquer custo. Polaris provavelmente ficaria bravo se soubesse. Mas contar a ele, significava interromper a reunião ou deixar todos irmãos sabendo… Bem, resolveria, Henry a auxiliaria, ninguém perderia o sono, no máximo um pouco de sangue – caso fosse necessário. Ela observou o próprio braço e as veias finas roxas que corriam pelo pulso, fechou e abriu a mão com força, somente para sentir a energia em seu corpo.

Delicadamente, duas mãos cobertas por pelagem negra e dotada de garras na mesma cor pousaram aos ombros delicados da Maga. O Sol que tocava as costas de Blair recortou as sombras de sete caudas felpudas e uma cabeça com longas orelhas. Henry aproximou o focinho do ouvido de Blair e sussurrou: “Rápido”. A voz macia e jovem do Kitsune ganhava um arranhar grave, mas continuava sobrenaturalmente macia e maliciosamente acompanhada de um humor.

Sequer expressou concordância, Blair estendeu seu braço para frente e tocou o símbolo da Mensageira antes de sumirem. O espaço se dissolveu e ganhou forma: uma casa inteiramente feita de madeira, teto alto, sala imensa. Parecia um espaço cinematográfico de um filme do século XIX. Acima da lareira, o imenso símbolo da espiral dentro do losango, brilhando arroxeado com a luz do sol que invadia as frestas das janelas trancadas de uma casa mofada. A maga tinha seus olhos cintilando dourados e enxergaram o Umbral da Tellurian com facilidade.

– A casa está tomada por Espíritos da Wyrm. A cidade… Ainda tem alguns habitantes… Muito poucos para ser uma cidade. Quando cheguei eram por volta de cinco mil, agora são apenas… Menos de mil, aparentemente…  – Virou-se para o Kitsune. – O solo deve estar cedendo. As árvores morrendo. Não deve haver mais a fauna. – Murmurou as coisas que se lembrava que aconteceriam – O selo estava no porão da igreja. Há menos de um quilometro daqui. A cidade foi fácil de tomar porque já estava propensa. Rota de tráfico humano… Deixavam pessoas no porão da igreja por alguns dias antes de seguirem para o norte. Boa parte da cidade não sabia o que acontecia, mas uma grande sabia. A Wyrm já habitava aqui há um tempo. – A jaqueta de Blair aos poucos foi se desenrolando em um manto longo, as mangas cumpridas e abertas. – Há muitos agentes morando aqui… Provavelmente…  O ritual do selo seria protegido pela Colmeia na época.

Henry se voltou para ela, encarando-a com os olhos de raposa e ouvindo o relato enquanto também parecia prestar a atenção em outros movimentos invisíveis. O Kitsune vestia um quimono chinês preto com bordas vermelhas sobre a pelagem acastanhada e rubra. A espada chinesa negra se destacava às suas costas, assim como as sete e longas caudas felpudas. Ele começou a caminhar pelo ambiente. As suas patas traseiras, também negras até os joelhos, moviam a névoa espessa a cada passo. – Há muitos shen aqui… – Disse, seguindo até uma extremidade da sala e ergueu as mãos, assoprando uma lufada de ar que se transformou em uma pequena brisa flamejante.

Um enorme maldito surgiu entre as paredes e o teto, encolhendo-se. Uma grande mistura de mosca com aranha.

– Olá, garoto. – Henry disse e se virou de costas. O Maldito não se moveu. – Não o mate ainda. – O Kitsune fechou os olhos.

Os longos dedos negros do raposo se moveram rapidamente, desenhando símbolos. Linhas verde esmeralda traçavam-se em torno dos seus movimentos como pequenas teias se formando até que o final da sequência de símbolos. Henry ativou um Dom, mas também trouxe a Mágika com ele. As visões psicodélicas e emocionais que ele teria em sua mente ao fazer uso dos Sussurros do Passado se tornaram ilusões vivas do que aconteceu na sala. Pessoas e seres sobrenaturais passavam, gritando ou falando os seus pensamentos. Henry reconheceu Jun entre vítimas conscientes ou não.

– Olhe. – Henry apontou para uma Espiral Negra que passava. – Isso é realmente ruim

Os ossos saindo de suas costas, voltados para cima, lembravam dois chifres de rinocerontes enormes em direção ao céu. Henry franziu o cenho quando a imagem sumiu.

– Algo está sendo trabalhado aqui.

– Possivelmente não são mais os mesmos líderes… – Blair observou o Espiral que já havia visto antes, mas não tinha uma posição de importância na época. – Eles vivem mudando. Na época, a chamada beta do líder era uma fanática pela Goetia. Pediu que eu matasse o líder quando tudo acabasse. Se eu desse o posto para ela, serviriam-me sem hesitar. Mas eu nunca confiei em fanáticos… Acabei a matando e quem acabou me servindo era o velho… Mas… Bem… Ele já era velho, embora muito poderoso. – Disse enquanto observava as imagens se desmanchando. – Eu não sei o que deveríamos fazer. – Ergueu o olhar até Henry. – Há muitas energias aqui dedicadas a mim, provavelmente conseguiríamos limpar o lugar em dois dias se fossem apenas eles. Mas… Quem mais está envolvido nisso? Lobos não me preocupam. Magos sim. Eu não teleportei direto para o Selo, porque se sabem que eu voltarei, há uma contramágika para o meu teleporte. Era algo que um dos três fariam. Então deveríamos nos mover até a Igreja…

Ele cruzou os braços, ocultando-os dentro do quimono, e se aproximou dela, ouvindo-a. Blair lhe deixou realmente a dúvida se precisava mesmo de sua ajuda ou só queria alguém para desabafar um detalhe em sua vida que não queria que viesse à tona entre os seus amados. Ele deu os ombros quando ela terminou o seu relato e soltou um risinho.

– Dependendo do lobo envolvido, eu me preocuparia mais do que os Magos. – O Kitsune passou a língua por suas presas prateadas. – Aquele ali era o Olho-da-Wyrm, um Dançarino da Espiral Negra Lendário. Posso estar errado, mas acredito que era ele sim… Pela descrição e… Pelos pensamentos. Um metamorfo que eu teria muitos problemas em enfrentar. Annie e Nate levaram Névoa-Ácida para o castelo na madrugada. Essa “elite” Espiral nunca se curvou para um líder. Se estão envolvidos com algo que pertence à Goetia… – Ele meneou as caudas. – O propósito deve ser muito grande. – Ele tocou o rosto com as garras negras. – E você citou Zmei… – Henry apontou para o Maldito na parede. – Há um número dois tatuado na cabeça dele. Isso veio direto de Malfeas. – Henry se aproximou dela. – Eu preciso que você seja muito sincera comigo, abelhinha. Quem você invocou? Quem amaldiçoou esse lugar com você? Que entidade? – O Kitsune estreitou os olhos. – Você conseguiu a benção de um Rei Yama, Blair?

Blair apenas acompanhava o raciocínio de Henry com os olhos. Pensou novamente na imagem que viu e mordeu o lábio, pensando e ligando histórias.

– Pode ser o Olho-da-Wyrm. Se for realmente ele. Isso significa que a história chegou em lugares. – Abaixou o olhar e cruzou os braços. – Eles nunca se curvam. – Voltou a fitar o Kitsune – Todos eles. Eu aprendi a olhar minhas costas até quanto os seres mais insignificantes. Minha influência com os menores que atraia os maiores. Olho-da-Wyrm foi a razão de eu ter tido tanto contato com Espirais Negras. Ele com certeza é um dos que sabem que eu sou Blair Valerius… Poucos diálogos… Algumas informações preciosas. Eu tinha alguns morcegos na mão em pouco tempo. – Falava com a lembrança dos primeiros anos – A notícia se propagava muito rápido, de um Incarna acessível. Eu traria salvação a essas almas desafortunadas. Obviamente… Eu nunca fui forte igual aos líderes. E eles, a maioria, sabia disso. Nem entrava em contato com nenhum líder achando que eu poderia vencer, eu apenas os deixava acreditar que a Goetia estava na mão deles. E eu tinha convicção do que eu falava, e movia todos os menores de uma maneira coordenada. As massas estavam nas minhas mãos porque muitos líderes permitiam. – Explicava como funcionava sua política – Eu consegui derrubar alguns, e tomar posse das suas fronteiras quando elas ficavam fanáticas pela palavra da Mensageira. – O sorriso surgiu breve em seu rosto – Os pequenos, a massa, pensam que sou algum Incarna… Minha esfera Espiritual permitia esse efeito… – Blair segurou o pulso da mão esquerda e o massageou. Ela pareceu relutante – Enfim… Olho da Wyrm foi um percussor da ideia da Mensageira. Eu deixava ele me dar algumas vantagens, nós tínhamos um trato aparentemente. Ele fingia ser fiel a Goetia, e eu fingia ser o Incarna que todos precisavam.  – Blair desviou o olhar para o chão de novo e encarou Henry depois. – Lady Aife.

A medida que ouvia a história, sentia-se mergulhando em uma espiral negra, que girava e girava, até que não houvesse mais para onde cair. Henry franziu o cenho e retornou a forma hominídea quando sentiu a Fúria chegando ao seu peito. Ele trajava o mesmo quimono negro e somente. O seu peito tatuado estava exposto e as suas pernas estavam nuas. Aos pés, ele vestia sapatinhas de Kung Fu pretas. É tão bem arquitetado que eu estou me sentindo inocente e isso é raro hoje em dia. O Kitsune se tocou ao queixo, esfregando-se com o dedo indicador enquanto pensava. Quando ela revelou o nome, ele apenas fechou os olhos por um longo instante e praguejou em um chinês antigo:

– Deixe-me absorver isso… – Pediu e deu-se um minuto inteiro para pensar antes de continuar. – Eu te subestimei. De verdade. Olho-da-Wyrm… Califa da Dor… – Henry sorriu com uma perplexidade de cômicos olhos arregalados. – É impossível calcular o estrago agora. Precisaremos investigar. Se o palpite de minha amiga Jyn, que investigou a pulseira que o cadáver ambulante usava, for verdadeira… Estamos vivendo um perigo eminente terrível. – Henry mordeu o lábio inferior. – Eu não sei se termos a sua velha aliada Alice Silvering em mãos é um bom ou mal sinal. Hmm… – O Kitsune suspirou, manhoso e desanimado. O seu corpo se arrepiava o tempo inteiro, alertando-lhe de perigos. – Vamos andar…

Os olhos de Blair brilhavam as nuvens amarelas, pois Meris estava muito próximo da sua consciência, escutando a conversa e sussurrando nos pensamentos caóticos de Blair.

– Henry… – Chamou-o quando estavam perto da porta para saírem – Se a energia juntada ainda não tomou forma. Os três arquimagos podem estar interessados em roubá-las antes que ela se transforme em um propósito da Wyrm. Mas isso não pode cair nas mãos deles também… – Murmurou o que Meris reunia nas conclusões que tiravam juntos. – Mas… Como Olho da Wyrm está envolvido. Talvez a Wyrm já tenha muitos aguardando por isso… E estar bem protegida… Os três podem não estar interessados mais.    – Pensou em Alice um instante  – Não sei sobre ela. Eu realmente não tenho ideia. Talvez ela não seja preocupação de ninguém agora. Não deve fazer diferença… Somos todos números para a Espiral.

– Ligações de Alcateia são mais fortes que ligações de sangue. Podem ter propósitos mágicos. Alice é da Alcateia do Olho-da-Wyrm. Isso não pode ser esquecido. – Henry disse ao se virar para ela. – Sinta isso. – Ele estendeu a mão trêmula. – Fluxo. Muito fluxo. A energia não está escoando pra cá. Deve existir uma espécie… Sei lá! Bomba! Algo preparado para guardar tudo isso e juntar. Se existem outros pontos de morte, talvez não sejam tão perfeitos quanto o que você abriu… Talvez… Dê para rastrear… – Henry esticou a mão e afagou uma cauda que surgia de si. Enchendo a sua mão de pelos, ele puxou um punhado, fazendo uma cara de dor e jogou-os pelo chão. Ao tocarem a superfície enevoada, os pelos se transformaram em moscas que logo alçaram voo. – Precisamos… – Ele foi diminuindo o tom de voz. E mudou de forma, correndo pelas patas de uma raposa. – Vem algo aí… Esconda-se.

– Henry… – Blair o seguia cautelosa, assistindo o manejo familiar dele com Dons de natureza inclinada. Via o fluxo, sentia o Umbral, e talvez fosse algo muito maior do que pretendido. Costumava ter um exercito às suas costas, e não ligava para a morte de cada um deles; mas aquela ocasião era diferente. Abraçou o manto ao próprio corpo e estranhou a sensação de medo que sentiu. Não sinto medo. Por que estou sentindo isso? – Não há mais humanos nessa cidade. – A voz murmurava, baixa o suficiente para não se saber de onde vinha. A imagem de Blair se dissolveu ao mover a luz do seu corpo, mas continuava cercando Henry com sua presença. – Matamos o que vier. Chegamos ao Selo e vamos embora.

Henry sentiu o coração disparar. Vá embora, o seu instinto lhe disse. Vá embora. O Kitsune estranho. Embora? “VAMOS EMBORA!”, gritou na mente de Blair e tentou correr para a Tellurian em seguida, apenas arranhando a Película anormalmente dura e com uma grossa camada espiritual com as suas pequenas garras de raposa. “Fodeu. Estamos fechados”, o Kitsune retornou a forma de Koto e tocou sua espada às costas.

O homem alto e gordo entrou como se não soubesse exatamente não estava. Olhou para os lados, parecendo pensar sobre o que viera fazer naquele lugar. Henry o sentiu carregando a energia espiritual e antes que pudesse dar um alerta a Blair, sentiu o oxigênio lhe faltou aos pulmões. O Kitsune fechou a boca, tirou dois pequenos origâmis do quimono e jogou-os no chão, ativando a ambos e dando a vida a dois enormes grifos. Ao que os animais mitológicos atacaram o homem, Henry lhe jogou uma bolinha se papel com a intenção de lançá-lo para a Tellurian. O Ju-Fu falhou instantaneamente. O homem começou a se defender com lâminas que surgiam dos seus ombros e o seu pescoço se alongou como o de uma girafa.

Maior do que estavam esperando, mais forte do que haviam considerado. A primeira explicação é que a movimentação do local atrairia o ser. Blair sabia o que ele era sem muitas delongas… Destruição imediata das tramas da realidade: Nexus. Mas assim como Henry, suas tentativas de fuga também falharam, e o Paradoxo fisgou sua perna quando forçou os fios. Os ar faltou no segundo passo, e ela não sofreu com a dor do peito. O desespero quis subir de novo para sua garganta, mas segurou um segundo e pensou. Primeiro, ar. Abaixou-se e criou uma bolha na sua mão, uma esfera que fluiu um pouco de ar de outro espaço, e conseguiu recuperar seu fôlego com o vento que tocou seu rosto. Blair fitou Henry e usou a Mágika diante do rosto dele para trazer a mesma quantidade de ar. Teriam que respirar assim: de minuto em minuto. Não estava conseguindo romper uma abertura maior. Não conseguia atravessar a película sem um ritual rápido. “Vamos ter que bater forte e rápido, Henry!”.

Os olhos acompanhavam a cabeça do homem que navegava pelo ambiente com seu grande pescoço, e a Maga rasgou duas tiras dos próprios braços, fazendo o sangue derramar pela extensão dos antebraços enquanto correntes umbrais surgiam e cercavam seus punhos para representar seu poder. Sua energia fluiu pelo chão, e caminhava em correntes pela terra em um efeito de ondas até o corpo do homem; mas o sangue pareceu chamar a atenção rápido demais dele, e em breve, o rosto no pescoço gigante estava cara a cara com Blair. Olhos que procuravam… Ela ficou imóvel, esperando um ataque para contratacar, mas ele apenas procurava com os olhos perdidos. Lentamente a Maga fez sua adaga ritualística surgia na mão esquerda, ergueu o braço para acertá-lo no rosto. Mas uma grande boca se rasgou na cara do Nexus e abocanhou a mão da imagem de Blair, que já havia se teleportado ha tempo. Sem fôlego, trouxe ar novamente para seu rosto e de Henry. Respiraram, enquanto percebia que sua mão estava rasgada entre os dedos… Ele havia conseguido a atacar atrás da imagem da correspondência com a mordida. Franziu o cenho e fez as correntes engolirem sua mão com dedos rompidos.

Os grifos atacam o servo da Wyrm com garras que não o acertavam como Henry gostaria, mas impediam-no de caminhar pela sala. O Kitsune tossiu ao respirar, agradecendo mentalmente a oportunidade de poupar força espiritual para outra tarefa. Henry se moveu tão rápido que parecia ter se teleportado para perto do Rastejante Nexus com a espada chinesa em mãos; e Blair logo que se recuperou, teleportou para as costas dele. O golpe de Henry foi aparado por uma imensa pinta que furou o solo quando o raposo desviou o ataque; e a espada de Blair usada pela única mão sadia, mas manipulada com muita força, foi aparada por outra pinça, lançando-a para poucos metros dali.

Henry se desviou de um, dois, três, quatro, cinco… – de pinças que não paravam de surgir do corpo da criatura como se operasse independente da cabeça. O sexto, acertou-lhe. Levou consigo o seu braço direito e a espada, cortando-o no cotovelo ao ultrapassar todos os Dons de proteção que ele havia feito uso. Henry segurou a dor com Dom, mas mal teve tempo de observar o próprio sangue
jorrar.

– Henry. – Blair resfolegou novamente o ar e se recompôs do golpe que havia a afastado. “Não vamos durar.”

Uma sétima pinça desceu em direção à cabeça do Kistune. Ele fechou os olhos, fazendo uso do Dom Transformação Elemental e se metamorfoseou para o elemento ar, usando da pequena esfera próxima ao seu rosto para se ligar ao elemento. A enorme pinça acertou o chão. Henry agarrou o próprio braço ao retornar para a composição da carne, mordeu-o e empunhou a espada com a mão esquerda. Henry saltou em direção ao longo pescoço, sentindo mais uma garra se lançar em sua direção. O Kitsune lançou a espada no pescoço do Maldito e mais uma vez, mudou a composição corporal para o elemento ar após colar com um rosnado o braço ferido.

Blair lidava com a cabeça do Nexus; não conseguiu tomar uma reação para auxiliar Henry, pois lutava com a cabeça humana de grande boca. Defendia-se com a espada, até que não tivesse força para empunhá-la com uma mão. Caiu no chão, mas não ganhou a atenção dela, que puxou a outra ponta da corrente e enrolou na cabeça dele, da boca até a nuca, puxou contra o chão. Tocou seu pescoço e abriu um buraco Mágiko tentar arrancar a cabeça, mas as surpresas voltaram e subitamente ele girou a cabeça e se debateu puxando Blair pela corrente ao recuar e jogando-a na parede. A maga caiu contra a parede e respirou outra lufada de ar. Usou uma nova sequência de teleportes para fugir das novas investidas das mordidas de sua cabeça, até sair do alcance. A luta se transformou em sobrevivência, e lentamente nenhuma chance de vencer…

Mesmo quando Henry surgiu com a sua espada e um braço que ainda sangrava e conseguiu desferir um golpe certeiro às costas da criatura, parecia não haver nem mesmo o arranhado. O Kitsune foi lançado contra a parede como se o Rastejante Nexus afastasse uma mosca de perto de si. Henry tossiu sangue e se tocou sobre o abdome, sentindo o calor do próprio sangue manchar a sua mão.

Ele começava, de novo, a reunir energia espiritual. Henry tentou localizar Blair. Sentiu novamente a movimentação das pinças. “Ele vai alterar a realidade de novo…”, o Kitsune assumiu a forma equivalente a Hispo de sua raça, “Conte histórias sobre mim se eu não retornar…”.

Henry queimou energia espiritual até assumir completamente a sua forma de espírito e lançou-se em direção ao Maldito, fundindo-se com a criatura.

O Maldito parou de se mover instantaneamente e apenas um leve cacarejar era ouvido de sua boca humana, seguido de um gemido que balbuciava e babava. De repente, começou a se debater como se sofrendo de um ataque convulsivo. A cabeça e o enorme pescoço se estrebuchavam para todos os lados e as pinças passavam a surgirem desordenadamente. A Película começou a enfraquecer e, nesse momento, Henry foi expulso. O corpo trêmulo do Kitsune foi lançado contra o chão e ele se abraçou fortemente, envolvendo-se até mesmo com as suas caudas.

Mesmo quando Henry surgiu com a sua espada e um braço que ainda sangrava e conseguiu desferir um golpe certeiro às costas da criatura, parecia não haver nem mesmo o arranhado. O Kitsune foi lançado contra a parede como se o Rastejante Nexus afastasse uma mosca de perto de si. Henry tossiu sangue e se tocou sobre o abdome, sentindo o calor do próprio sangue manchar a sua mão.

Ele começava, de novo, a reunir energia espiritual. Henry tentou localizar Blair. Sentiu novamente a movimentação das pinças. “Ele vai alterar a realidade de novo…”, o Kitsune assumiu a forma equivalente a Hispo de sua raça, “Conte histórias sobre mim se eu não retornar…”.

Henry queimou energia espiritual até assumir completamente a sua forma de espírito e lançou-se em direção ao Maldito, fundindo-se com a criatura.

O Maldito parou de se mover instantaneamente e apenas um leve cacarejar era ouvido de sua boca humana, seguido de um gemido que balbuciava e babava. De repente, começou a se debater como se sofrendo de um ataque convulsivo. A cabeça e o enorme pescoço se estrebuchavam para todos os lados e as pinças passavam a surgirem desordenadamente. A Película começou a enfraquecer e, nesse momento, Henry foi expulso. O corpo trêmulo do Kitsune foi lançado contra o chão e ele se abraçou fortemente, envolvendo-se até mesmo com as suas caudas.

A maga sentiu a Umbra cedendo e teve apenas uma atitude – correr e se lançar sobre Henry. O manto cobriu os dois e os levaram para a Tellurian. Blair fitou ao redor assustada, a presença da Wyrm estava em cada festa da madeira da casa. Não haviam malditos, mas morte, poluição, desespero… A mente da Maga quis se perder, retornando com dificuldade para a situação. Viu a cabeça do Nexus saindo confusa da Umbra, para o mundo material, e voltou a agarrar o Kitsune para teleportar para o mais longe possível. Teleporte atrás de teleporte, até que encontrasse o caminho da Ilha. Área da Árvore de Dagda. Blair puxou o máximo de ar possível para o pulmão, mas continuou com o corpo e o manto sobre Henry… Não assistia nenhuma reação em seu rosto, e se perguntou se havia trazido o Espírito dele. Agarrou-se em sua mente, fechou os olhos, checou… Ele estava lá. Absorveu toda a Wyrm que o contaminava para si, e novamente o olhou. Nada.

– Henry…? – Chamou-o baixinho.

Author: