Ferrari

Categorias:Romance
Wyrm

Ferrari


A saída de Jullian trouxe uma pequena turbulência para os dias. Aisha continuava seus ataques à Leah e aos Dragões, e Nyra ainda não havia se posicionado, mas pensava cuidadosamente sobre isso. Passou a tarde conversando com pessoas sugeridas e alimentou as respostas e os diálogos para sua mente.

Felizmente, algumas opções surgiram como luz em sua mente, ainda que a decisão fosse difícil. A Popstar havia dominado quase a Ilha da Lua por inteiro.

Ainda havia alguns compromissos em relação às crianças, e depois com seus experimentos e leituras. Quis encontrar Henry quando terminasse tudo, mas soube que ele estava treinando Rhistel e Ártemis naquela noite, então voltou para casa e escolheu dormir cedo e mexer em iPads alheios. A estressante noite de espera foi salva de uma tempestade maior porque novamente ele se privou de retornar… Ou tinha ou não tinha nenhuma vergonha.

No dia seguinte realizou alguns rituais pequenos com Nathan e Annik, e voltou a mexer em suas plantas e brincar com seus feitiços. Retornou ao castelo para outras sondagens, e voltou para casa… Lembrando-se de Henry de novo. Enviou mensagem a Blair para confirmar se ele estava pela casa Azul, e ela respondeu com precisão que ele havia ido para a dele do vilarejo para buscar algumas coisas talvez. Perguntou se estava tudo bem com Ladi, Ártemis e Fayre, e a resposta foi até melhor do que imaginava“Estão indo! Tomaram café com a gente hoje os três”.

Meio da madrugada. O vilarejo costumava ficar agitado a esse horário, muito mais do que as horas acompanhadas da luz do sol, mas o vento e a chuva acabavam inibindo-os e os colocando para dentro de suas casas. Nyra esperou a chuva se tornar uma garoa gelada e correu com velocidade até a casa afastada de Henry. A Garou mudou sua forma para humana e rondou as quatro paredes por fora para o procurar nos cômodos, olhando de janela em janela.

A ruiva usava um vestido de verão branco, como sempre curto demais para a grossura das suas coxas, e botas pretas de plástico de cano longo, até o meio da perna com salto plataforma. Nos cabelos ruivos e longos, alcançando sua cintura nas pontas, uma flor stargazer presa entre os fios brilhosos e atrás da orelha. Sempre usava uma quando saia de uma sessão de estudos e interações com suas plantas, em um subsolo misterioso que tinha sua estufa. Sua pele também detinha um perfume marcante de uma mistura delas.

As unhas pontadas em seus clássicos vermelhos na pontinha das garras, e os olhos claros contornados de negros e cílios longos. Os lábios muito cheios apenas em um nude rosa claro.

Clima fúnebre. Henry odiava. Os fantasmas que o sentimento de vazio tirava da cova o obrigou a ocupar a sua mente e se entreter com dedicação e acabou abolindo as suas horas de sono para treinar por longas horas os seus novos aprendizes. A aula sempre era engraçada, afinal. O humor dele também melhorava com as piadinhas deles. A ligação que o tempo não havia roubado o fazia sentir o lamento dos irmãos Kardigan com uma precisão que, se ele pudesse, gostaria de ter cortado pelo tempo em que durasse o luto.

Mas nem isso conseguia fazê-lo se sentir mal. Ele pensava nela o tempo todo, recordando dos beijos molhados e quentes aos lábios grossos de Nyra. O seu coração se aquecia apenas de se recordar. Bem, o seu corpo inteiro.

Pelos menos, ele não estava sozinho. Os seus três gatinhos o acompanhavam pela sozinha com os olhos filmando o dono o tempo todo e os poderosos chakras dos três repeliam a energia negativa que Henry havia atraído com os seus pensamentos ligados à situação de desânimo. As rações dos seus filhos felinos estavam sobre a pia e ele reunia os demais pertences pelo chão – cumbucas de comida e água, brinquedos, camas e arranhadores. Levá-los para a Casa Azul havia sido uma decisão mais de Blair do que sua, mas por fim, concordou que a utilidade dos três seres modificados por magia seria mais útil lá.

Ele se apoiou de costas na pia enquanto bebia um copo de água gelada. O Kitsune estava vestido com uma camisa cinza clara, calças jeans pretas e um Nike de cano alto branco. Ele cruzou as pernas, distraído… E quase duvidou de sua sanidade ao ver Nyra.

– Eu não acredito… – Sussurrou.

Sem pestanejar, ele largou o copo sobre a pia e correu até a porta, abrindo-a. O seu coração ganhava um batimento acelerado e seu rosto se enrubescia no mesmo instante. Henry não esperou que ela entrasse e saiu ao seu encontro na garoa, abrindo um sorriso enorme e risonho antes de buscar pelo seu beijo.

Não estava tão eufórica até ver o rosto dele. Nyra parou onde estava e abriu um enorme sorriso ao vê-lo correndo em sua direção. Aguardou o encontro dos corpos, e o agarrou em um forte abraço com suas unhas agarrando e amassando a bela camisa. O beijo não ganhou nenhum aspecto de timidez, era cheio, profundo e lascivos, entregando-se por inteiro no toque.

– Me leva para dentro. – Pediu, abrindo os olhos cinzas e tocando-o em sua testa, afastando os cabelos escuros. Acabou rindo, dando um selinho demorado em seus lábios – Minha intenção era te assustar… Mas não parece que você viu um fantasma…

– Não… – O riso espontâneo de Henry se carregou de um suspiro e terminou com os lábios corados pelo beijo se esticaram num sorriso arteiro. – Mas você acabou de me deixar muito agitado… – Sussurrou.

Deixo-me louco tambémLouco, louco, louco. Ele a cercou com os seus braços, envolvendo-a fortemente contra si enquanto caminhava, recuando passos e fechando a porta com uma movimentação mágica do ar. Os gatinhos fugiram com a sua Fúria, fazendo-o rir. Henry a trouxe até a pia, encostando o próprio quadril nela. Os olhos escuros e firmes seguiam os tempestuosos de Nyra como um imã.

– Pensei em você o dia todo… Lembrei dos seus beijos… Desejei-os… Eu não esperava te ver… – Ele ofegou, curvando-se e roçando os seus lábios pelo rosto úmido da chuva fina. – Quase te liguei… Quase mandei diversas mensagens… Estão todas nos meus rascunhos… Mas eu não sei se… Não sei se isso seria um problema… – Ele mordeu-a na bochecha. – Senti tanto a sua falta, majestade…

Carinhos apaixonados e beijos cheios de doações. Nyra suspirava baixinho a cada vez que o ar escapava do seu peito e fluía por entre seus lábios. Ela o beijou no rosto diversas vezes enquanto seguiam até a cozinha e continuou com seus selinhos pelo rosto dele enquanto o ouvia falar.

– Eu amo quando me chama de majestade. – Confessou, o rosto já quente da mordida e seco do chuvisco. Todo o local estava muito mais aquecido referente a lá fora.

– Majestade… – Ele rosnou a palavra antes de mordê-la ao lábio, sedento de desejos…

– Por que não fez tudo isso? Ia me distrair…Porque foram dois dias estranhos… – Deitou seu rosto no peito dele, buscando conforto entre seus braços possessivos – Primeiro porque não estou acostumada a ficar sem o Jullian, segundo que… Muitas informações. Fiquei até pensando que eu queria ter te conhecido em uma época mais calma da minha vida… Mas daí lembrei que isso nunca existiu.

– Porque… Eu não sei… Se eu estaria fazendo bem ou mal, eu fiquei em dúvida. Eu não quero irritar os seus amores… – Henry desceu a mão a cintura dela lentamente e apertou-a contra si, enchendo os seus dedos. – … Eu quero ser um deles… – Ofegou, olhando-a. – Ah… Gaia… Até essa viagem do rei me deixou pensando… Espero que não seja minha culpa… Minha vida é uma agonia agora, pensando em você… – Docemente, contrariando as suas vontades selvagens, ele a beijou num selinho. – Conte-me sobre o seu dia… Conte-me tudo…

Ela o escutou rindo e se segurou mais forte aos ombros dele quando agarrada. Retribuía cada selinho e o olhava cheia de desejo, mas como das outras vezes, tentava abafar a brasa com um pano quente somente para não deixar se alastrar rápido demais… Mas ainda estava ali em cada gesto. O selinho doce a fez suspirar e pensar antes de prosseguir a fala:

– Fiquei boa parte dos dias com meus diamantes na estufa… E sobre diamantes eu quero dizer… Minhas plantas e flores… Cada dia mais vivas e espertas. – O sorriso se desenhou selado – Acho que vou levar uma boa parte delas ao observatório no farol… Que você me prometeu… Mas está cada dia mais ocupado também… Eu quis ir atrás de você ontem… Mas estava ocupado. Estão te alugando bastante na Casa Azul…

– Não, não, não! Eu comecei a desenhá-lo, mas preciso terminar… – Ele apertou os lábios finos, tentando impedir que o sorriso crescesse mais… – Minha turma de alunos estava empolgada ontem e eu acabei avançando bastante nos exercícios. Talvez, amanhã começaremos a manipular energia… Talvez. Eles estavam querendo se distrair. Eu não podia negar isso. – Ele murmurou, manhoso. – A cada pausa, eu me lembrava dos nossos momentos… Os que passamos e os que eu sonho passar com você… – Henry tocou a sua testa à dela e suspirou, buscando por ar. – Os dias futuros serão agitados…

Nyra fechou seus olhos buscando o mesmo exercício de respirar com mais calma. Nyra sorriu para as palavras dele e falou baixo, na voz mais manhosa:

– Eu disse que não haveria calmaria. Nunca houve. – Abriu os olhos para o fitar – Você já encontrou calma em todos esses anos? Calma e paz, e felicidade. Eu sei que só calma pode ser ruim também. Eu apenas achei a felicidade e ela nunca vem sozinha… Caos e medo sempre acompanham, de forma estranha e contraditória.

O olhar de Henry falava muito e nada ao mesmo tempo. Era profundo, mas misterioso em que tipo de profundidade se mergulhava. O Kitsune apoiou as mãos na pia e franziu o cenho. – Inúmeras vezes. – Ele respondeu com tranquilidade. – Agora, nesse momento, eu poderia dizer que desfruto de um tipo de calma antagônica. – Um sorriso se estendeu de escanteio em seus lábios. – Diga-me, o que houve?

Ela continuou apoiada no corpo dele e voltou a repousar seu rosto no ombro de Henry, envolvendo seus braços pela cintura do Kitsune.

– Eu não sei só gostar de alguém. Normalmente quando isso acontece se repete o que houve com a Aurora. Eu sei que infernizei a vida dela… Mas indecisão pra mim é a pior coisa do mundo e ela não queria realmente fazer parte… Mesmo todos a adorando… Tudo bem. Mas ela nunca desistiu do Remi aparentemente… E eu acho que não contei que ele tinha uma história com ela muito mais forte do que ele poderia ter comigo… – Suspirou melancólica – Eu peguei o iPad dele e vi algumas conversas… Eu não acredito que ele está mentindo para mim. Eu não estou infeliz. Mas senti raiva. – Fitou-o erguendo o rosto – Desculpa desabafar sobre isso… Eu sei que não é legal.

– Você me pede muitas desculpas sobre os seus desabafos. – Henry comentou com maciez na voz. Ele se desviou dela, rodando os olhos pela cozinha e envolvendo-a em um abraço carinhoso. Ele franziu o nariz numa careta. A história não era uma novidade. – Eu achei que era permitido, mas comecei a estranhar quando o vi “tentando” não deixar tão óbvias as suas ligações. Sempre o vejo pela Casa Azul.

Nyra o olhou por um segundo e negou com veemência – Não é…! Quer dizer… Nós não nos negamos a nada… Mas é tudo dialogado. Bem… – Fez um beicinho – Eu sou um tanto possessiva e territorial, eu admito. Mas não gosto de mentira. Se ele tivesse me dito… Eu não acredito que até você sabia disso e eu não. Que coisa… Se alguém soube, está pensando na bagunça que somos.

– É, eu… Acho que pelos menos atraente a pessoa precisa ir para todos… Remi fica muito na Casa Azul… E fala com ela de lá… Não queríamos nos meter… Ele nem escondia. Vocês acabariam notando. – Henry arriscou e acabou abrindo um sorriso tímido e risonho.

Ela ergueu o olhar até ele de novo e pensou.

– Você não vê mais ninguém né…

– Ah! – Ele se curvou para mordê-la na bochecha, provocando-a. – Eu não estou saindo com ninguém além de você atualmente… Eu estava, mas não estou mais…

O sorriso cresceu doce em seus lábios rosados e ela fechou os olhos com a mordida.

– Eu não acredito que estava vendo alguém aqui da ilha, estava? A fofoca era que você tinha uma namorada por aí, por fora… – Procurou o olhar dele e disse risonha: – Bem… Eu já disse que sou possessiva, né… ? – Trouxe o rosto dele para roubar um selinho demorado. – Você é tão lindo. Não fico surpresa se todas flertassem… Há muitas mulheres no vilarejo.

– Eu sou? – Henry fechou os olhos com força, apertando um sorriso. A mania incurável dele. – Confesso que já recebi olhares até de quem eu não esperava nunca… Nunca mesmo. – Ele apertou os lábios, olhando-a. – Mas namorada… Com quem eu fiquei mesmo, eles nem devem imaginar. – O Kitsune pensou por um instante. – Eles devem estar pensando que Ingrid, minha melhor amiga, é minha namorada… E eu nunca fiquei com a Ingrid, porém… Ela é muito carinhosa. Podem ter pensado outra coisa. Ela é assim com todo mundo, mas ela não mora aqui. Eu e ela somos uma dupla de ladrões de cassinos… Quase “Bonnie e Clyde”… – Ele riu, tocando-a sobre os lábios. – Não me julgue. É extremamente divertido.

Os olhos até se tornaram mais ainda curiosos, imaginando quem seriam as interessadas, mas achou mais saudável não perguntar ou criaria imagem ao ciúmes. No entanto, sabia que ele estava hipnotizado pela Theurge assim como ela estava por ele. Beijos os dedos que tocaram sua boca.

– Estou achando que é divertido. Mas nunca teve muita graça para mim… Contar cartas nem requer mágika. Uma vez eu joguei quando tinha oito anos… Tiveram que me tirar da mesa na festa da minha mãe… Ganhei quase quinhentos mil em apostas no vinte um… – Confessou e abriu um sorriso maior: – O que você apronta com a Ingrid?

Ele filmou com uma breve seriedade. Henry respirou com profundidade e desviou dela, rindo de si mesmo. Estava a um passo de enlouquecer sempre que estava com ela. – Você quer aprontar comigo…? – Perguntou, mas não aguentou pela resposta. – Nós assaltamos. Geralmente, eu faço a dama fatal. Busco por uma modelo no site das SuicideGirls, me visto da pele dela… Ingrid sempre procura por algum político de país de terceiro mundo. Nós costumamos visitar The Hole. É um local escondido e polêmico onde até sanguessugas vão negociar e caçar. Jogamos Pôquer. Eu faço a vigília e ela arrasa. O desafio está em descobrir quem está te roubando. – Ele voltou a tocar os lábios macios. – Já vi a irmã do Rei por lá algumas vezes. Espertinha, a danada. É um lugar ótimo para sondar informações da sujeira de Fox Town.

Podia até imaginá-lo tomando a forma de uma mulher e enrolando a mesa. A Theurge riu sozinha – Gaia… Não sei porque… Consigo imaginar isso… Só… Eu não sei porque achei que você se divertia legalmente… Me sinto absolutamente certinha perto de você, Henry. Até um pouco chata.

– Ei! Eu também me divirto legalmente! Eu amo teatro, por exemplo! Cinema, então… Pelo menos uma vez por semana é uma lei na minha vida. – Declarou, olhando-a com sorrisos que iam e vinham. – Legal ou ilegal, eu ainda trato a vida como uma festinha… – Henry a fitou por um instante. – Você chuparia o meu dedo se eu pedisse?

O pedido veio de surpresa, repentino e sem preparo. Ela o fitou como se pensasse muito a respeito e sorriu cheia de malícia no fim:

– Se você pedir com jeitinho… – Provocou – Mas… Eu decido quando…

– Huh… – Henry concordou vagarosamente com a cabeça e escolheu a própria mão, puxando pela dela. – Eu tenho certeza que você se divertiria em uma saída comigo…

Delicado, ele buscou pela mão dela, trazendo-a próxima ao seu rosto. Henry observou as unhas longas, assim como os dedos, longos e finos. As discretas cicatrizes claras de batalhas o fez se interessar por histórias. Aquelas delicadas mãos se tornaram armas terríveis quando ela quisesse. Henry observou as suas digitais antes de levar o dedo do meio da Garou aos seus lábios, envolvendo-os com a boca e sentindo-o com a língua antes de chupá-lo com proposital vigor…

– Você acha que eu gostaria de sair por aí e fazer coisas erradas? – Ela riu, encarando seus olhos escuros – Bem, está certo se pensou isso… Especialmente com você.

Ela falava enquanto assistia o movimento dele, brincando com sua garra e dizendo com seus gestos que a beberia inteira se pudesse. Seu fôlego até mesmo se esvaziou tão discreto quanto pode… O olhar de tempestade vagou dos seus olhos até a boca e parou no pescoço. A perguntou veio, mas ela continuou descendo sua visão pelo braço e pulso.

– Você me mostra a lei e eu te mostro o que tem fora dela… – Ele murmurou e lambeu o dedo úmido com a sua saliva. – Você ficaria nua se eu te pedisse?

– Sim… Mas… No seu lugar, eu escolheria bem o momento. – Nyra segurou o braço dele e se virou de costas para o Kitsune. Encostou seu corpo nele e trouxe seu pulso para perto de seus lábios e o beijou em um selinho demorado na área sensível e depois a ponta dos dedos dele. – Eu acho que não sei só brincar com você…

Os olhos dele se fecharam apertados. Henry jogou o pescoço para trás e sugou a saliva toda da boca de uma vez. A mistura do caloroso ansejo com a sensibilidade sentida fez a pressão exercida em seus quadris o atordoar e desestabilizar qualquer resposta que pudesse dar de pronto. Sentiu-se pulsando como se possuísse um coração no meio das pernas. O raposo abriu os olhos para o teto e desceu-os vagarosamente até sua mão refém dela. Os dedos se curvaram com o beijo e a palavra “Love” (amor), com cada letra tatuada nos quatro dedos curvados, se fez de mensagem. A sua respiração se tornou profunda e a voz soou claramente tentando contornar o ar:

– Está gostoso… – Ele sussurrou ao pé do ouvido dela ao passado em que os seus lábios roçavam no sensível lóbulo da orelha da loba. – Eu gosto da ideia de brincar com uma loba… – Henry pousou a mão livre no ombro da Garou, afastando os seus cabelos de cobre. – São só algumas perguntas de um Kitsune muito curioso… – Os dedos tatuados com a palavra “Know” (conheça) desceram pelo colo pálido, repleto de pintas, e ali ficaram, massageando-a. – Eu ficaria nu para você… Bem agora… – Sussurrou. – Não está curiosa para saber como eu sou?

A mão do amor, segurada por ela, ganhou garras negras como a pelagem que a cobriu vagarosamente. Antes que chegasse ao cotovelo, a pelo mesclou com um cobre fortemente avermelhado e a transformação cessou antes que avançasse mais.

Mãos, sussurros e boca. Nyra fechou seus olhos e deixou-se sentir ser cercada pelas artimanhas do Kitsune em envolve-la cada dia mais. Suspirou com a massagem no colo e sorriu com a proposta, e Gaia, não saberia ser consciente se tirassem qualquer peça de roupa naquela casa envolvida pela chuva e calor.

Nyra acompanhou a transformação do braço dele, tocando-o conforme mudava parcialmente sua natureza raposa. Foi se virando até se encostar de lado para ele e o fitar nos olhos firmes.

– Raposa. – Murmurou. – Você sabe envolver alguém na ponta do seu dedo. – Sorriu e aproximou seu rosto, beijando em um selinho e mordiscando sua boca. Voltou a ficar de frente para ele, observando o braço mais uma vez antes de pressionar seu quadril ao dele. Nyra desceu suas mãos pela camisa dele e começou a desabotoar a camisa cinza muito devagar – É insano se eu te disser que eu fico imaginando te amar nos lugares mais bonitos? Eu juro que nunca senti tanta expectativa… Em ter alguém pela primeira vez…

Selinhos já não eram o suficiente para as suas vontades. Marcavam os seus lábios com uma promessa de calor e não saciavam o seu ardor. Henry fechou os olhos para a mordida e assim continuou com eles, ofegando sem discrição. Ela o sentia, provocando-o com o seu corpo e pressionando a saliência dos seus desejos aflorados, excitando áreas que almejavam o seu toque. Henry mordeu o próprio lábio quando sentiu a camisa afrouxando e entreabriu os lábios quando o nariz já não suportava respirar sozinho…

– Eu prometo não te decepcionar… Em nada. – Ele sussurrou e tocando-a em seu corpo com a longa e curva garra negra. – Diga-me o que você já imaginou comigo… – Pediu, contornando o rosto dela com os dedos cobertos pela pelugem de raposa. – Me conte…

O ar frio do clima chuvoso encontrava a sua resistência a medida que ele a envolvia com duas de suas caudas macias de raposa, longas e hábeis como mãos, Henry as ergueu pelas costas da Garou, assim como outras duas delas se enrolaram pelas pernas. Ele a trouxe ainda mais contra si, buscando pelos seus olhos de chuva…

– Eu fico entregue a você quando vejo o seu sorriso… – Ele pousou pata no ombro dela ao se curvou para beijá-la num selinho demorado. – … Sabia? Eu amo te ver sorrindo…

Havia um certo fetiche que passou a rondar sua mente sobre a natureza diferente, misteriosa e poderosa dele. Muito maior que ela própria. E o fato de tê-lo aos seus pés… Inteiramente. Ele nunca saberia o quanto estava excitada, ainda, e nesse quesito, lia-o inteiro. Ela apoiou o joelho no armário somente para afastar um pouco as próprias pernas e senti-lo pulsar entre suas coxas. O calor das caudas apenas intensificava a experiência do seu corpo, a ponto de estranhar toda a sensualidade que encontrou na meia transformação. Teve certeza das mentes criativas e problemáticas que compartilhava. Sua mão desceu da camisa dele um instante e tocou do braço até uma das caudas vermelhas. Alisou-a devagar e suspirou quando elas cercaram suas pernas… As garras em seus ombros era outra sensação saborosa, mas mais conhecida pela Garou. “Você é terrível, Henry”, ela dizia com seus olhares. Logo se concentrava em desabotoar novamente…

– Você já subiu até o último andar do farol? A vista é maravilhosa… O som do mar é bem alto e calmo… – Sugeriu como um local ideal e namorou os lábios dele de novo. Chupou seu lábio e ofegou excitada. – Você está dizendo que você é meu? – Sorriu e afastou a camisa aberta dos ombros, desceu o olhar por suas tatuagens e depois os lábios. Seu pescoço, o tórax… As mãos desenhavam as marcas e linhas do peito até o abdome. O perfume dele facilmente a inebriava. – Acho que foi o que entendi…

Seria capaz de concordar com qualquer coisa que ela dissesse pelo impulso de agradá-la com os sins e nãos que ela gostaria de ouvir. Henry intercalava a sua atenção entre os toques e as expressões dela ao fazê-los. Desejo, curiosidade, malícia e doçura. Ela conseguia demonstrar tudo ao mesmo tempo e ser clara em suas mensagens com gestos, semblantes e beijos. Henry gemia baixinho a cada movimento dela na exigente posição para senti-lo. Os lábios terríveis e suas mordidas cruéis. Se sempre fora tão confiante, por que se sentia tão nervoso? O coração batia fortemente emocionado. Sabia que estava corado, pois o calor marcava as suas maçãs do rosto com cor e temperatura…

– Eu quero ser… Quando você vai me permitir ser? – Ele sussurrou entre os suspiros e Fúria. – Você sabe… – Os dedos negros pousaram sobre os lábios cheios. – Nós já estamos fazendo amor e… Sentirmos a penetração já é uma mera formalidade… Deixarei que me leve quando desistir das nossas provocações…

Os dedos percorreram a perna que se entregava sem permitir se entregar completamente. As garras desceram riscando a pele delicada ao mesmo tempo em que ele usava da sua mão humana para se agarrar à outra perna firme no chão. Os dedos se agarraram à alça da calcinha enrolando-a e apertando-a ao corpo da Garou. Henry ofegou e buscou por um beijo. Tornava-se dolorido apenas se excitar e não saciar. A ponta do seu nariz dela deslizou por seu peito, pescoço e maxilar. Nyra o inspirava, rondava e experimentava; focada no exercício de provocar e não se entregar. Absorver e não consumir. Também se sentia insana…

– Eu não desisti ainda. – Sussurrou e mordeu a linha do seu rosto levemente. – E não é mera formalidade! – Riu abafado, falando entre suspiros.

– É sim. – Henry roubou um selinho dos lábios risonhos.

– Você nunca me viu nua…

– Hah… Você não pode ter certeza disso… – Ele provocou de volta com um suspiro profundo.

– Não sabe o gosto que há entre minhas coxas…

– Eu arriscaria dizer que é de Pepsi… – Ele abriu um sorriso arteiro.

– Também nunca ouviu meu gemido quando eu chego lá… Ofegando e vulnerável a qualquer toque. Menos ainda sabe como é estar dentro… – Disse provocando, procurando os olhos do Kitsune com os seus.

– Isso… Só nos meus olhos… – Ele devolveu o olhar com profundidade.

Os olhos dele traziam o pedido: “Me ame. Acabe com essa tortura” . Não, continue, me enlouqueça mais antes. Deixe-me insano. Ele moveu lentamente o quadril, roçando-se ao dela. – Gosta do sente…? – Henry sussurrou entre o beijo. – Nyra… Tire minha calça… Tire…

– Eu gosto do que sinto… – Fechou os olhos. O tecido apertado na pele, o quadril dele entre suas coxas… Seu rosto também estava corado, e a curiosidade aguçada. Queria tanto acolhê-lo na sua fonte quente, mas queria-o torturar um pouco mais. Abriu o zíper da calça masculina e mergulhou sua mão para dentro, desceu o olhar e descobriu-o com seus dedos delicados. Nyra sorriu e murmurou: – Gaia… É mais do que considerei… Você disse que não ia me decepcionar… – Provocou risonha, maldosa e o encarou.

O olhar estava entregue, desacordado para a realidade além dela, quase entreaberto a enamorar o calor se arregalaram. Henry moveu o rosto como se fizesse uma pergunta canina e muda ela, sentindo as suas mãos, mas mirando apenas o seu rosto.

– Ah… Porra…

Ele soltou os ombros, fechou os olhos com força e apertou as pálpebras e os lábios. As suas caudas a confinaram mais para si por impulso e as garras quase a feriram a Rainha quando apertaram-na. Henry ofegou, pestanejando, antes abrir um sorriso para o teto ao ser massageado em corpo, alma e ego. Mãos delicadas ao mesmo tempo em que eram perigosas. Ele sentia as unhas ameaçarem o seu corpo. Ainda piscava devagar quando desceu os olhos para os dela, fitando-a enquanto ofegava…

Nyra o beijou e deslizou sua mão de novo em uma massagem leve. – Deixa eu tocar você. – Ofegou e ditou a regra: – Me agarre forte… Apenas…

– ‘Tá… Não estava preparado…

Ele a abraçou forte, encostando o seu rosto de lado ao dela, roçando-se. – Eu… Sei fazer sem machucar… – Sussurrou, soando-se incoerente dentro de sua cabeça. Falando o que tinha certeza que se arrependeria. – Caralho… A sua mão… As suas unhas… Você está me arranhando. Não para… Pode continuar arranhando… Eu gostei…

O nervosismo da fala dele foi quase uma novidade a ela. Ele se derreteu entre seus dedos suaves e unhas perigosas, provocou-o com elas, longas, ameaçando a pele sensível. Sensível e excitado, pulsando e mexendo com sua imaginação… Henry tinha algo muito atraente ali. A ideia a fez sorrir e rir contida, morder e beijar sua boca… Quis seus suspiros, segurou-o mais firme. Subia e descia seu carinho incontestável, úmido e sensual. A pele deslizava por seus dedos cada vez mais fácil, e ela mais firme, até que somente os suspiros baixos dela e especialmente dele fossem escutados além da chuva. Leves arranhões e toques mais rápidos.

– Eu já não sei dizer se sei fazer sem machucar… – Disse maliciosa, com os lábios encostados ao dele somente para se focar em sua respiração quente na sua boca. Sua testa ao lado do rosto de Henry e os olhos que o assistiam.

– Não seria a primeira vez que você me machuca… – Henry ofegou.

O corpo pedia e ele apenas obedecia às sensações minuciosamente. Os olhos se fecharam com força e o cenho se movia, franzindo e relaxando, acompanhando os teores do ardor fervente entre a mão dela. Entregue entre dedos femininos, desabrochado como uma flor nua. Pulava na piscina de Nyra sem usar uma boia e ou com a certeza que estava cheia de água. No escuro, de novo. Com ela ou com Elara, nunca mediu os seus saltos em direção amor que nem sabia se receberia em troca. Gemia, como em algumas das suas canções cantadas com prazer. Havia prazer, mas também um doloroso receio. O medo existia como uma sombra murmurando que seria deixado novamente. “Eu voltarei para você…”.

– Eu te amo, Nyra… – Ele sussurrou, ofegante, roçando os lábios aos dela entre suspiros e gemidos manhosos. – Eu não espero que você entenda… Mas eu te amo… Eu te amo… – Ele abriu os olhos, buscando pelos dela. – Eu te amo… – Sussurrou uma última vez antes de encostar nos lábios ao colo da loba, abafando a voz do deleite ao que se sentia se desfazendo em um orgasmo.

A entrega de corpo e alma foi assistida pelos olhos claros e de sentimentos profundos. Sentimentos complexos tecidos em tão pouco tempo… Parecia que havia sido nascida para ser amada por ele, e mesmo que ainda não deixasse as palavras escapar de seus lábios, sabia que o amaria desde a primeira vez que o viu. E não era um amor que poderia admirar à distância, era daquele que precisava ser tocado e sentido, fluído. As palavras intensas dele a fizeram fechar seus olhos, intensificar seu carinho, até que o ciclo se completasse e ele desfalecesse em seus dedos doces. Nyra beijou seus cabelos escuros enquanto ele pousava os beijos em seu colo. A mão livre segurou-o em sua nuca, e a outra continuava a massagem leve… Nyra congelou aquela breve paz, prazer, silêncio, chuva e respiração em sua memória. Foi até difícil concretizar a pergunta em sua voz:

– Henry… Você me ama mesmo? – Perguntou baixo e deixou seu corpo se encostar ao dele de novo, procurou seus olhos e o beijou em um selinho, prendendo a respiração um instante. – Eu tenho medo que ame apenas uma ideia… Pode parecer… Mas dificilmente eu sou a mesma ideia… A mesma situação…

Delicadamente, ele a tocou em sua mão, abrindo a torneira de água quente atrás de si, deixando-a lavar os seus dedos dos seu mel. Henry também buscou pelos olhos dela, mergulhando neles sem receios. Pulava em sua piscina outra vez. O sorriso selado se desenhou preguiçoso. Ele levou as suas mãos humanas ao rosto dela, segurando-o e massageando-o com a ponta dos seus dedos…

– Eu te amo… Mesmo… – Ele enfatizou. – Eu te amo agora e sempre… – Sussurrou entre os suspiros sem calma. – Você não é a El… El não é você… Vocês são parecidas, mas muito diferentes também… Isso é tão mágico. Eu amo a Nyra… Há algo em você… Que é meu. Que é só meu… Eu sei que você sente isso também. – Ele fitou os lábios grosso antes de beijá-los. – Você poderia não ter nada a ver com a história que eu vivi… E eu acho que eu me apaixonaria da mesma forma. Você é incrível, Nyra. Eu me fascino com você… – Henry sorriu. – Eu… Amo o que você vejo agora… Amo você. – Sussurrava. – Amo o que te envolve… Quero viver o que você vive… Quero entender o que você sente… Eu estou aqui para você. Sempre estive…

Alcançou a água e deixou sua mão ser lavada, mas os olhos continuaram nele. A mão retornou molhada e tocou o ombro de Henry, e seus sorrisos cresciam e sumiam porque os continha. Cada selinho dele ganhava um dela de volta, esquentando seu rosto e o corando.

– Eu quero que você faça parte disso tudo… Eu não seria capaz de negar você, Henry… Algo em você também é meu… – Suspirou e roçou sua boca a dele. – Eu quero que sinta tudo o que eu sou… – Fechou os olhos por um instante ao abraçá-lo pelo pescoço. – Tudo… Inteiramente… – Seus braços apertados se cruzaram pelo pescoço de Henry e suas mãos se agarraram aos ombros dele, marcando suas unhas na pele clara e tatuada. – Você quer fazer alguns passeios comigo…? Eu quero te levar na casinha de vidro das minhas plantas e amanhã nós vamos até o farol juntos…

Ele sabia que não absorvia tudo o que ela lhe dizia. Quando estivesse sozinho com os seus pensamentos, Henry iria ouvir novamente cada palavra e sentir o coração se acalorar com elas. Enquanto a ouvia, também a sentia. Ao que ela se aproximou de novo, sentiu que nem mesmo perdera a rigidez. As chamas apenas se amansavam, mas inflamá-las não era preguiçoso um grande esforço de Nyra. Bastava senti-la próxima. Os seus selinhos soam a Henry toques eróticos, assim como o seu carinho e a timidez quente no rosto dela. A proposta o deixou ansioso. Tão ansioso que ele tentou demonstrar alguma calma…

– Se você me deixar levar uma nova moradora até a sua casinha… – Ele sussurrava entre a respiração agitada. – … Poderíamos de manhã… Comer algo… E então retornar. Tem uma coisinha que eu quero te dar. – Ele a envolveu pela cintura, trazendo-a para perto. – Mas antes… Eu quero te dar outra coisa…

O sorriso dele se mordeu quando desceu as mãos, contornando as curvas acentuadas que o corpo dela possuía, excitando-se por senti-la. O toque alcançou a barra do vestido e adentro-o, voltando a subir e invadindo com os dedos a veste íntima. Henry a fitou em seus olhos de tempestades…

– Eu te dou duas opções… – Henry sussurrou, ofegante. – Eu posso usar a minha mão… Ou… – Ele umedeceu os lábios. – Eu posso te levar para a minha cama… E usar a minha boca… Me colocar em baixo dessa saia… E matar a minha sede… – Ele a tocou no lábio… – … Com você.

Não havia forma de ficar tranquila perto dele… Parecia fácil manter a conversa e falar dos seus problemas, mas difícil se durasse muito tempo. Henry a cercava em tantas formas que o foco podia estar em muitas coisas, mas nunca abandonava o calor e desejo. O sorriso cresceu, seus olhos ficaram fechados… Pensava.

– Eu não sei… Sua cama me parece um lugar perigoso. – O sorriso se abriu mais e virou um riso no meio da respiração ofegante. O toque dentro da peça prometia muitas coisas… – Ainda estou pensando se eu deveria te revelar muitas coisas… Hoje, Henry. Meu sabor. – Beijou-o em um selinho – Eu quero ser um pouco difícil. – Provocou, e desceu a boca para beijar o ombro dele. – Eu acho que… Vou deixar você me tocar aqui… Ver debaixo da minha saia outro dia…

– Hmm… – Henry seguia os olhares e sorrisos dela com os olhos cheios de interesse e um sorriso mordido que não crescia, embora quisesse. Ele acabou rindo, virando o rosto para observá-la. – É justo… É justo… – Ele concordou com a cabeça. – Se fosse diferente, perderíamos o seu ritual em que você nega quase tudo o que eu peço… Perderia a graça… – Ele disse com cinismo divertido na voz. – … Vossa majestade maldosa.

Vagarosamente, ele moveu os dedos. Estava quente o suficiente para sentir a sua mão até fria. Henry mordeu o lábio e inspirou.

– Você ficou bem entretida em me masturbar, estou sentindo… – Ele sussurrou, malicioso. – Que desperdício para a minha sede… Tudo isso… – Ele deslizou os dedos massageando-a suavemente. – Hmmm… Eu tenho certeza que você nesse estado… Inchada… Conseguiria ter um orgasmo só se esfregando em mim…

Ele fechou os olhos, beijando-a em seus cabelos e roçando o nariz por eles. Henry contornou a mão esquerda às costas dela e também mergulhou adentro da veste íntima. Escorreu até que sentisse as pétalas úmidas por trás e penetrou-a com um dos dedos. Com a mão direita à frente, ele começou a massagem erótica, abraçando-a mais forte com as suas caudas…

Ela o fitava cheio de sorrisos e olhares, facilmente entretida com seus comentários cheios de malícia… E excitada. Não que fosse fácil agradá-la. Nyra não chegava ao orgasmo tão facilmente, e sabia que seus homens nunca estavam dispostos a se dar por satisfeitos enquanto ela não estivesse. Henry era o mesmo. Aquelas caudas criaram um cerco confortável para deixar seu corpo, sustentar sua perna, e ela permaneceu abraçada, olhando-o, beijando… Comentou na brincadeira maldosa:

– Não se preocupe… Minha fonte é inesgotável se você brincar direito… E bem… – Ofegou, embora a voz continuasse mansa – Eu conseguiria só me esfregando em você. Nenhuma dificuldade aqui, Henry… – Conforme ficava mais quente, os suspiros vinham mais fáceis. Mordeu os próprios lábios e agarrou-o pelas costas, penetrou suas unhas afiadas quando cedeu um suspiro mais profundo que dava as instruções da brincadeira mais longe do frio, mais perto do quente. A Garou fechou os olhos passou a sentir os calafrios… As sensações mais fortes… O rosto corado…

– Você sabe que não vai voltar para casa hoje, não é…? Eu não vou deixar… Desculpe… – Os comentários terríveis os dela… Cruéis e excitantes.

Era como se já esperasse por suas garras, pois não se assustou quando sentiu as dores fortes do ferimento mágico, fazendo correr finas tiras do seu sangue, riscando de vermelho a tatuagem quadrada que possuía no meio das costas. Os rabiscos em seu corpo contavam o quanto ele não possuía problemas com dores, principalmente enquanto sentia Nyra se contrair, suspirar e se derreter por seus dedos. Ele moveu a mão com mais rapidez e ardor, obedecendo aos gestos dela que pediam pela velocidade e pressão. Henry se sentiu suspirando junto. Estava terrivelmente excitado e quando passou a marcá-la em seu rosto com beijos úmidos entre suspiros viera-lhe a mente o quanto queria amá-la por inteiro.

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