Who Are You In The Dark?

Categorias:Romance
Wyrm

Who Are You In The Dark?


Quase entrou no quarto de Audrey quando retornaram da praia, mas conseguiu disfarçar bem e acessou um segundo menor e vazio. Ártemis contou uma história de que ficaria na casa da Blair, porque conversaria com a maga mais tarde, e que elas podiam retornar ao castelo. E aquele quarto de hospedes era insanamente não digno da visitante que era, mas a mentira pediu a urgência.

Ártemis se namorou diante do longo espelho da suíte, admirando o próprio corpo e as marquinhas do biquíni da praia. Fazia tanto tempo que só viajava de porta em porta de hotel, que reconquistar sua cor de Sol foi até agradável: a pele bem queimada e morena. Havia se divertido muito com as colegas na praia, e isso a deixava mal sobre os próximos passos a seguir. A Internet estava lotada de vídeos em que se divertiam, riam e eram idiotas juntas; e a jornada havia sido longa, estressante, mas com momentos bem especiais.

Tomou seu banho para tirar todo o sal do corpo, secou o cabelo e vestiu uma saída de banho por cima de um tope azul água, e um short curto de lycra da mesma cor, par se cobrir do vestido de crochê tubinho, todo rendado de colorido. Também vestiu um par de chinelos e sua intenção era apenas relaxar o dia inteiro… Há muito tempo não fazia isso, calma, mesmo sozinha naquele instante. Mas toda aquela paz de só estar em casa, sem compromissos, logo se foi quando se jogou na cama, cruzou os braços e mexeu no celular. Sua energia perdeu rápida estabilidade, esquentou seu corpo com a febre que ameaçava retornar, e bagunçou-a por dentro. A Changeling se sentou assustada, e se ergueu para andar pela casa: o que está acontecendo?

– Alguém…? – Seu corpo logo retornou ao normal, mas o susto de passar mal de novo causou as faíscas surgirem. – Ladi?

A sua consciência não estava tão leve quanto gostaria. Embora houvesse mudado de forma para planar até a Casa Azul, a mão de Connor ainda parecia segurar o seu braço firmemente como ele fizera na sala de reuniões. Ladirus entendeu a mensagem: cuide dela. Connor era o único dos três irmãos que cuidavam de Ártemis que não estava estranho consigo e ele não gostaria que isso mudasse. Cuide bem dela ou…

Uma ventania breve acompanhou a sua descida na varanda do último andar. Ladirus caiu agachado no chão após mudar para a sua forma hominídea. Sentiu o corpo pesado por um instante e permaneceu agachado por alguns segundos. Ergueu-se, e tirou a camisa social, já incomodado com o calor, e correu para dentro da casa, seguindo o rastro que o perfume de Ártemis deixou pelo ar.

– Arty… – Ele entrou no quarto impessoal, sentou-se na cama e engatinhou até ela, deitando-se ao seu lado e tocando o seu rosto. – Você está um pouco quente…

Ártemis suspirou em alívio quando o viu e sorriu animada com a presença dele. Acompanhou-o com seus olhos castanhos, sem o tirar da sua vista no trajeto até o seu lado.

– Eu estou bem, foi um susto. Senti algo estranho… – Ela deixou o celular de lado e se virou na direção dele – Acho que não foi nada… É a minha energia tentando se estabilizar ainda. – Ela o beijou nos lábios em um selinho carinhoso – Você parece agitado também. Aconteceu alguma coisa? Eu queria descansar e não fazer nada o dia inteiro hoje… Sabe? Só ficar assim. Mas estou cheia de coisa na cabeça ainda…

Ele também retribuiu o beijo enquanto a acariciava em seu rosto moreno com os dedos claros. – Ah, não foi uma reunião fácil, gatinha… – Ladi disse, franzindo o cenho e refletindo e avaliando se valia a pena comentar alguma coisa do que foi dito. – E um pouco mais do mesmo também. Jullian quer os Blackwoods fora daqui… Nyra quer que eles fiquem… – Ele mordeu o lábio. – Connor estava lá… Enfim… Essas reuniões nunca são confortáveis. – A voz dele foi se tornando um sussurro. – No que você está pensando…?

Ártemis o escutou, e pensou em perguntar o porque Jullian queria a família fora; mas guardou para outro momento.

– Eu voltei da praia agora, eu estava com as meninas e a gente se divertiu… A gente sempre se diverte juntas. Eu deveria ter dito algo… Mas de repente me deu uma insegurança… E se além de deixá-las eu ainda fracassar? Como eu faço funcionar mesmo sendo parte desse showbizz insano? Eles nem ligam se a gente realmente canta bem… Mas eu quero continuar no topo e fazendo algo que eu ame… Eu não sei de mais nada. – Virou-se para pegar o celular e ler a mensagem de Aisha em voz alta: “Eles terminarem o contra contrato, me diz quando podemos enviar para a On, os advogados estão só esperando. Fica tranquila, não precisa ir até lá, apenas dá o Ok”. – E agora? – Mordeu a boca, pensando. – Talvez eu não esteja pronta.

Ele se soergueu de lado, observando-a com os seus astutos olhos pequenos e puxados enquanto a ouvia. Ladirus moveu o lábio inferior para dentro da boca e não se manifestou até que ela terminasse. – Você gosta muito delas, eu sei… Mas essas coisas não podem ser separadas? Você não se sente bem no grupo, quer cantar de verdade, quer ser alguém diferente… – O Dragão piscou os olhos vagarosamente. – Arty… Lembre-se que… Este no momento é muito precioso. Ele não retornará mais. Nossos corações, nossa mente e o nosso corpo são dados a nós uma única vez na vida… Então, eu acho que mesmo que você falhe, você deveria tentar perseguir o seu sonho… Porque ele é único agora. – Um sorriso cresceu nos lábios finos. – Eu acho que você consegue muito mais se estiver colocando todo o coração em sua arte.

– É… – Disse, olhando para o alto e pensando nas palavras. – É verdade! Eu não posso parar agora. – Se sentou sobre os próprios pé e digitou a Aisha: “Pode enviar!!” e virou a tela do celular de lado. – Eu consegui um trecho da filmagem… – Murmurou e mostrou a ele: – Eu não quero que lembrem de mim como uma vadia. – O clipe ‘Work From Home’ rodou alguns trechos sem edição na tela. – Olha o que estão fazendo conosco. Se eu não sair agora…! Eu vou estar sem roupa na próxima. As meninas são tão conformadas. Tudo é ‘ah, estamos bonitas’, e eu sei que elas nem se sentem assim. – Tocou o próprio pescoço – É tudo sufocante.

– Nossa… – Ladirus fitou a tela do celular com estranheza. – Quando isso será lançado? Está bem… Não sei… É um pouco apelativo. Parece desesperado… – Disse, sincero. Era preocupante! Imaginou Connor e Rosstrider assistindo. O Dragão de Água deitou novamente com as costas no colchão e pousando as mãos sobre o peito. – Arty… Eu acho que nós já escondemos muito de nós mesmos por medo que pensarão, do que causará… Fugindo do sentir ou do ser… Nós já vivemos de máscaras, cobrindo com um cimento de insegurança as nossas vontades. Se aplicarmos isso aos nossos sonhos também… Antes que percebemos, já estaremos desgastados… Cansados… Aceitando tudo… Sem coragem… – Ladirus comentava. – Chega um momento que nem nós mesmos gostamos do que vemos no espelho. Observei muitos Garou durante a minha vida caindo dessa espiral de pose externa… Quando chegavam até mim, já havia uma muralha enorme em frente a eles mesmos.

Ártemis deixou o celular de lado e respondeu sem ânimo:

– Disseram que em um mês… Eu não sei. Estou em pânico. Fiquei dois meses ensaiando e testando figurino… Eu não tive coragem de dizer nem a você que estava gravando… – Expeliu o ar chateada e moveu-se para deitar seu peito sobre o dele, diagonal, debruço e as pernas largadas pelo colchão. Ártemis o escutou enquanto coçava suas unhas no tórax dele, pensando: – Eu sei. Isso é mais vital ainda para mim que sou fada. Sem inspiração eu enfraqueço. Não posso deixar meu sonho morrer. Eu fico feliz porque eu sei que você vai estar comigo… Mesmo se tudo der errado… Você me amava antes de eu ser qualquer coisa. – Ela sorriu um pouco nostálgica – Você lembra quando te levei de ônibus para minha Mixórdia? Ônibus velho! – Riu – E você estava cheio de dinheiro na carteira! Você nem se incomodou. E eu só conseguia pensar, “meu deus, ele tem um álbum recém lançado e eu estou o levando para o fim do mundo!”.

– Ah… Claro que eu me lembro. – Ladirus abriu um sorriso risonho. Os cabelos negros de Ártemis eram tão macios que ele sentia como se os fios pudessem se desfazer entre os seus dedos enquanto a acariciava, sentindo a calma relaxante de tê-la tão pertinho de si. – Foi um dia bem diferente, gatinha, mas eu gostei. Eu gostaria que pudéssemos repetir. Eu gostaria de visitar a sua Mixórdia de novo. O pessoal é bem alegre. Foi um dia leve e eu voltei com o meu rosto dolorido de tanto rir. – Ele arqueou o pescoço para olhá-la. – É disso que estou falando… Esses momentos especiais. Até os mais vergonhosos como… Eu escondendo um bilhete te pedindo em namoro… Dentro de uma caixa de remédios e pedindo por eles, falando do meu coração, que eu estava passando mal e você… Vai e me pergunta se não eram gases. – Ele cobriu o rosto com o braço. – Eu quis me matar.

Ela escondeu o rosto no peito dele ao ouvir a história e se recordar. Havia contado para as meninas e elas riram por pelo menos um mês.

– Não me lembre! – Riu, encolhendo-se e fechando bem os olhos – É porque a Leah tinha sentido algo parecido de uma besteira que ela comeu com a Alicia um dia antes! Ficou na cabeça. – Sentou-se, apoiando as mãos no corpo dele – Eu sinto saudades também. Mas só de saber que você está comigo. Parece mais fácil encarar tudo. – Sorriu carinhosa – Você tem um quarto seu por aqui? Eu não sabia onde entrar… Eu não queria que as meninas me vissem entrando no da Fayre. Ia ser esquisito. – Ártemis se movia, sentada sobre os pés, ela subia e descia o corpo fazendo-o se mover com o movimento suave do colchão – Eu posso arrumar uma desculpa e ficar aqui no quarto do lado. Eu viajei tanto que não sei o que é ter um quarto.

– É melhor, gatinha… Eu acho que ficaria esquisito sim. – Ladirus lambeu o lábio inferior. E por onde anda você, Audrey? – Eu tenho um quarto… – O Dragão fechou os olhos e suspirou, mordendo o lábio. A sua gatinha sexy… Com certeza, não estão sabendo tirar proveito disso na Shaped Diamonds. – Mas ele é meio bagunçado… “Meio”… E ainda tem a minha bateria… E ela é enorme… Mas… O quarto é enorme também e a cama é muito gostosa e grande. A Nay deixou tudo tão bonito… – O Dragão a fitou, observando-a com interesse. – Quer ir pra lá…? Você não precisaria de desculpa alguma. Eu achei que Audrey estaria por aqui com você.

Os olhos dela brilharam quando recebeu o convite e a animação ficou estampada no seu sorriso.

– Claro que eu quero! – Voltou a se ajeitar sobre ele, repousando seu corpo sobre e o rosto em seu ombro; ela encostou seu nariz no pescoço do Dragão – Eu estou animada para passar os dias aqui. Hoje eu queria fazer nada com você. Ficar o dia inteiro no quarto. A gente pode? – Virou o rosto dele para si e tomou um selinho demorado. – Eu não a encontrei depois de manhã. Nem sei se ela saiu ou voltou e saiu… Na verdade eu fiquei um pouco aliviada dela não estar em casa. Eu voltei com as meninas e fiquei morrendo de medo dela me agarrar na frente delas. – Disse preocupada – Eu já percebi que ela faz o que quer, mesmo que combinado.

O sorriso dele foi crescendo e abrindo-se. – Podemos. A ideia era ir para o estúdio, mas eu acho que não vai rolar depois dessas reuniões… – Ele ergueu o tronco, abraçando-a sentada sobre si e cheirando o seu pescoço, subindo por ele e beijando-o. – Hmmm… – Ladirus a olhou, pensando. – Não brinque com isso. – Franziu o cenho, estreitando os olhos. – Eu espero que ela saiba que é uma situação delicada… Mas… A Rey, ela… – Ladirus fez um beicinho, erguendo-a em seu colo e começando a caminhar. – … Normalmente, não pensa… Parece que tem a razão desligada. Tudo nela é intenso… – Comentava, seguindo para o lado oposto do andar. – Eu quero conversar com ela. Sabe, eu acho que meus irmãos possam saber disso…

Star Wars, Star Trek, uma luneta, um aquário marinho com corais e peixes coloridos, um sofá estampado com o sistema solar e estrelas coloridas pelo teto, discos de vinil próximos a um toca discos de vidro enorme como uma torre, um painel de fotos lotado, figuras de ação de quadrinhos e desenhos, roupas jogadas pelo chão, uma enorme coleção de perfumes, cremes corporais e produtos para o cabelo exibidos em um armário de porta aberta, diversos tênis espalhados pelo chão, um ursinho de pelúcia em forma de dragão verde em cima da cama forrada de vinho (presente da própria fada), uma caixa de madeira aberta e cheia de cartas e presentinhos de fãs, um iMac, uma televisão imensa, uma estante forrada de livros, uma barra na porta para flexões, pesinhos, uma fita métrica pelo chão, revistas de música, quadros com alguns pôsteres de bandas queridas dele… E a bateria imponente. Não estava tão bagunçado como ele propunha, mas ainda sim, bagunçado.

Ártemis agarrou-se ao corpo dele e o escutou enquanto era confortavelmente carregada. Ela fitou o corpo dele naquele processo rápido e sentia-se sempre excitada quando o fazia. Mas disfarçava, respirava e olhava para o alto. Por que ele tinha que ter aquele corpo? Mordeu-o no ombro e fechou os olhos.

– Ninguém pode saber! Eu nem saberia o que dizer. E ela me agarra todas as vezes que conversamos nós três. Eu não confio. – Negou e desviou o olhar para o quarto quando chegaram. A fada já havia o visto pela webcam e em algumas fotos que compartilharam, mas estar presente a aqueceu o peito e a curiosidade de olhar tudo, embora não descesse do colo dele até ser colocada na cama. – Seu quarto é lindo. – Olhou ao redor. – Ele é sua cara também. Eu quero ficar o dia inteiro aqui. – Esticou-se pela cama, espreguiçando-se. – Vamos pedir comida e ver filmes? Você toca para mim depois? – Ergueu o olhar até a bateria e passeou pelos quadros e discos – Podemos ir na piscina bem a noite. Você vai me levar no estúdio quando gravar amanhã? Eu quero ficar perto de você em todo lugar. – Massageou o colo – Minha saudade nunca vai se curar.

Eram muitos assuntos ao mesmo tempo, mas como ele amava aquele jeitinho dela, alegre e carinhoso, agitado e feliz. Imaginava que vivia a observando com um sorriso tonto nos lábios, pois era exatamente assim que se sentia com ela, deleitando-se com os seus carinhos e olhares. Ladirus mordeu o lábio, engatinhando por ela até se deitar sobre a gata que ela era… – Gatinha… – Ele tocou na coxa, descendo a mão por dentro do seu vestido. – Óbvio que você vai comigo… Eu quero te mostrar algumas músicas também… – Ele a beijou aos lábios, sentindo a maciez dos dela ao se roçar neles com os seus. – Filme, comida… Sim. – Ele franziu o cenho, pensando se já havia respondido tudo. – Ah… Poderíamos gravar alguma coisa… Né? Um cover ou… Uma música nossa. Eu toco e você canta… Não precisa ser nada profissional, mas… Eu não sei. Quero fazer isso com você… – Ele a beijou mais uma vez, mordiscando-a no lábio inferior. – Arty… – Ele a olhou. – Você está muito linda. – Ele ofegou, avançando ainda mais a mão. – Posso fazer um comentário direto? Bem direto. Bem mesmo… – O sorriso dele se estendeu malicioso.

O vestido curto e apertado foi subindo junto da mão dele. Ártemis o olhava de volta, cheia da sua admiração e desejo, com seu olhar lânguido e lábios que se entreabriam com a mão forte que subia. Era muito difícil não desejá-lo, especialmente sozinhos. Ladi entrava em sua mente e seu corpo reagia aquecido e necessitado… Jamais sentia aquela intensidade com ninguém. Tudo o que ele fazia, tudo o tocava… Ela pousou a mão sobre o peito dele e retribuiu os beijos, suspirando após a mordiscada em seus lábios. A conversa a fez abrir seus olhos curiosos:

– O que? – Seu sorriso se abriu em resposta ao malicioso dele – Eu quero saber agora!

O sorriso dele se alargou tímido e ele acabou rindo com a reação dela. – Ah… – Ladirus se aproximou para sussurrar próximo ao ouvido da fada. – Esses seus ensaios com as meninas… Transformaram muito o seu corpo… – Ele chupou o lóbulo da orelha dela, delicado. – Está bem… Latino. Cheio de curvas… Um bumbum enorme… Está muito sexy… Quando eu reparei… Quando eu… Peguei… – Ele a apertou com os dedos. – Eu fiquei me sentindo muito sortudo… “Tudo isso pra mim”… Você me mata toda a vez que rebola. É muito difícil alcançar essas formas… E está durinho… – Ele buscou pelos lábios dela. – Eu acho… Que você deveria levar esse gosto para a sua música… Esse gosto de Sol… – Ele roçou o quadril nela. – Gosto da sua terra.

Ela tentou prestar atenção nas palavras, pois foi difícil se desconcentrar dos toques em seu corpo. Ártemis gemeu quando sentiu o quadril dele entre suas pernas e recapitulou devagar o que ele acabava de dizer.

– Você acha…? – Olhou-o e perguntou com um sorriso risonho, um ar contido – Você acha que eu deveria continuar rebolando? – Provocou ainda que tímida, o rosto corado pela marcação do Sol.

– Sim, eu acho. É muito provocante quando você rebola. Você é toda cheia de gingado… – Ladirus sorriu em resposta ao dela.

– Bem… Eu quero que as minhas músicas sejam dançantes… Eu quero continuar dançando enquanto canto… E que sejam… sensuais e bonitas… Só não quero que sejam vulgares. – Segurou-o na cintura e fechou seus olhos. O peito e a respiração dele pressionava seus seios cobertos e excitados, os quadris se encaixavam e ela buscava timidamente a pressão. – Você me dá a inspiração… Que eu preciso… É caliente igual minha terra… – Buscou seu beijo caloroso, tendo certeza que sair do quarto não mais exatamente uma opção.

Devagar. Nunca uma palavra havia sido significado de tamanha tortura em sua vida quanto era em seus cálidos momentos com a namorada. Paciência, igualmente. Avançava devagar, ouvindo os seus miados enlouquecedores que exigiam ainda mais controle do Dragão. Era um processo lento e particularmente prazeroso fazer amor com ela. Quando conectados completamente, ele ainda precisava aguardar para que ela se acostumasse consigo, mas usava desse tempo angustiante para beijá-la, acariciar os seios carentes de atenção e sentir o corpo quente contra o seu.

Depois, amavam-se. Não havia limites. Pendiam entre o romance em mel à sacanagem lasciva, mas o humor sempre os acompanhava. Sorrisos, risos. Havia uma agradável liberdade conquistada entre beijos e garras que ele sentia em suas costas, comentários provocativos e engraçados. Ladirus se via o tempo inteiro sentindo as dores de uma saudade que ainda estava ali, relembrando-o que quase havia perdido a sua gatinha. Trocaram-se juras de amor e declarações emotivas. Deitavam-se e apenas se olhavam após mais um ápice, admirando-se mutualmente entre os carinhos.

Ártemis sempre o provocava no banho. Na verdade, ela o provocava sempre. Sentia-se o tempo inteiro o cachorro com a gata. Até mesmo quando gravam uma story para o Instagram e o Dragão teve a bochecha mordida e acabou fazendo uma careta cômica ao invés de sorrir, mas os dois caíram no riso no final. Ladi ainda a filmou comendo macarrão e sujando todo o robe que vestia enquanto ele narrava a gafe. Depois de comerem, assistiram a um filme de terror – que era péssimo, no fim. Ladirus tocou um pouco de bateria para ela ver e ainda deu algumas aulas para a fada, notavelmente empolgado ao vê-la arriscando alguns movimentos, cheio de incentivos. O Dragão fez questão de mostrar ‘Ride’ para ela. A música que estaria presente no próximo álbum da Heathens.

Lavinia surgiu com alguns cookies maravilhosos no final da tarde e eles ficaram deitados, comendo, ouvindo música e conversando sobre qualquer assunto aleatório. Blair e Rhistel chegaram junto com a noite… Sem Audrey. O Dragão se levantou ao ouvir as vozes risonhas dos dois na sala e abriu a porta:

– Ras! Blair! – Ladirus os olhou, franzindo o cenho. – Audrey não estava com vocês?

– É, sim… – Blair fez novamente o que havia acabado de fazer. Moveu sua Mágika pela Ilha, mas nada. – Ela não está aqui… – Falou baixo e suspirou vencida – Eu acho que ela… Talvez… Tenha ido ver a mãe e o irmão. É o único lugar…

– A Rainha Alana? – Ártemis confirmou e se entreolhou com Ladirus – Não dá para ligar para ela?

– Ela não pode ter ido ver algum amigo…? – Ladirus perguntou, também se entreolhando com Ártemis. – Bem… E se ela fosse ver a Rainha, isso não é um problema… Eu acho. Talvez tenha ficado sem sinal… Só…

– É melhor… Mas… Calma. Eu vou fazer umas ligações antes. – Blair disse – Existe algumas pessoas que ela pode estar também. Melhor ter certeza. De qualquer modo… Eu acho que ela está segura. Eu teria sentido… Nós temos uma ligação… Então, sem alardes. – Respirou fundo e começou a buscar os números.

O Dragão de Gelo pegou o próprio celular, realizando uma ligação que realmente não se completava. Caixa postal. Rhistel tirou o celular da orelha, fitando de Blair, para Ártemis e, por fim, o seu irmão.

– Eu estou com uma sensação ruim sobre isso, Sirius. – Rhistel comentou. – Ela disse para nós que iria. Ela não te disse?

– Comentou, mas… Ela disse que iria com você, Blair. – Ladirus sentiu o coração disparando. – Como ela iria, se fosse…?

– Eu não sei… – Blair tentou pensar em algo. – Auric deve ter a buscado na cidade. Podem ter usado alguma Ponte de Lua da Reserva? Não sei… Acho que é possível. Argh… Eu disse a ela para esperar… Não era para ela ter ido sozinha… – Respirou fundo – Mas… Tem razão. Deve ter ido ver a mãe dela.

– Isso é estranho. Ela não teria avisado nada? Nem mandado mensagem de lá? – Ártemis cruzou os braços.

– Ok. Deixa eu fazer algumas ligações… Para o agente dela… Algumas conhecidas. E depois podemos ter certeza. – Blair levou o celular ao ouvido após digitar um número.

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