Honeymoon

Categorias:Romance
Wyrm

Honeymoon


Não soube se apreciou o sentimento atraente que lhe viera como um gosto doce, propondo poder. A sensação poderosa de uma harmonia interna. Sempre se preocupava com os transtornos emocionais de Rhistel, pois além de assistir o seu querido Dragão de Gelo agoniado, tinha o próprio interior revirado até que sentisse a sua Fúria se alarmar. Jullian não era uma avalanche de sentimentos, mas naqueles terríveis momentos de agonia, era como se pudesse sentir precisamente como uma pessoa normal e o despreparo em lidar com o novo o deixava irritado. Mas o que acontecera, sentindo a energia entre os dedos maleável como uma massa de pão, tendo a fonte aberta de energia em Rhistel acompanhava de uma certeza que o domínio brando era possível, tentou-o mais do que gostaria de admitir.

Fechar os olhos e ter o lapso de um símbolo o fez sentir que havia muito mais daquela ligação a ser aproveitado. O perfeito floco de neve, detalhado em sua extensão como uma mandala ritualística encheu a sua mente de perguntas. Jullian não conseguia se lembrar precisamente do símbolo, mas sabia que era, de alguma forma, algo seu e de Rhistel. Um símbolo de poder entre eles. O Philodox corria pelo reino Umbral na forma de um lobo prateado desatento e curioso.

Quando sofreu metamorfose, sentiu-se suado. A camisa preta grudava em seu corpo, assim como a calça. Jullian se sentiu corado e quente de excitação. Os fios negros se colavam à sua testa, bagunçados. Os símbolos se combinam. Subitamente, teve certeza. Ele seguiu para a Tellurian e, quando a viu, correu em sua direção pela simples vontade de fazê-lo e abraçá-la fortemente contra si.

Quando soube que era ele que havia chegado, sequer procurou seus olhos, apenas abraçou e deixou ser abraçada pelo Garou.

– Meu Lobo… – Ao sentir a tensão de seu corpo e perceber o suor. Nyra ergueu seu rosto e o fitou – Você está sentindo? Você sentiu? – Ela ofegou e tocou seu rosto para beijá-lo. A energia que percorria o corpo dele a trouxe uma forte onda de prazer… Inebriou seus sentidos e a fez desejar. A Theurge aprofundou seu beijo e se agarrou a sua camisa úmida. Conduziu-o para se sentar e se colocou sobre o colo dele, subindo seu próprio vestido apertado e suspirando à excitação dele entre suas coxas. – Me diz que sentiu esse poder, meu Lobo… – Encarou-o em seus olhos azuis, roçando levemente seu corpo excitado ao dele.

Em seu natural, que já detinha o calor naturalmente ardente em sua pele pálida, avermelhava-se naquele instante de tanto que queimava em febre. Os lábios molhados provaram dos dela cheios de ardores, embora já lhe despontasse as perigosas presas afiadas e ele gemeu quando teve a camisa segurada, sensível. Sem pensar. Não pensava em nada. Apenas sentia. As suas mãos se agarraram as coxas grossas e ele as apertou com as pontas dos dedos que traduziam o seu desejo fluindo por seus lábios entreabertos quando a encarou.

Os orbes azuis estavam engolidos pelas pupilas negras e a íris de profundo azul era apenas um fino anel ao redor da escuridão. Ele assentiu com a cabeça, sem respondê-la com palavras desnecessárias. Sim, sim, sim… De repente, uma urgência. Ele buscou pelo beijo como uma necessidade vital, puxando-a contra si ao escorregar as suas mãos por ela…

Beijos possessivos, mãos que agarravam e deixavam a marca na pele pálida. A urgência cresceu tão ardente que Nyra apenas abriu o zíper de sua calça e fez seu caminho para ele se aconchegar dentro de si, úmida e excitada, massageou-o brevemente com sua mão e o conduziu para a flor. A Theurge gemeu forte, agarrou-se à sua roupa, mas não a tirou. O preto sempre caiu bem nele, e eram as vestes do seu poder… Ela o beijava e encarava seus olhos, alcançava sua velocidade e se mostrava agressiva ao morder forte sua boca. Não desceu à seu pescoço, mas bebeu o sangue do próprio beijo. Nyra o obrigou a se segurar até que ela se sentisse próxima de satisfeita, indo devagar, acelerando e o apertando dentro de si. O suor fazia parte de seu corpo e os gemidos anunciaram seu orgasmo, permitindo-o que a preenchesse com seu mel aquecido..

Sempre havia uma pequena luz em sua consciência, mesmo que esmorecida, que mantinha a sua realidade presa em terra firme, mesmo em seus momentos mais distantes de si mesmo. Jullian apagara qualquer luz enquanto possuía e deixava-se ser dominado por ela. Não percebia, mas gemia. Não costumava ser tão escandaloso naqueles momentos, mas a sensibilidade trouxe uma liberdade sem uma amarra sequer. Estava pouco se importando…

Amava-a agarrando-se a ela como a um último suspiro de vida dependente. Quando sentiu-se alcançando o prazer com ela e o alívio desconhecido em ardência, ele abriu os olhos, pestanejando-os enquanto tinha certeza sentir cada parte do seu corpo conectado a ela enquanto o seu néctar fluía quente. Jullian ofegou, prendendo-a contra si… – Mais uma vez… Mais uma… – Pediu, num sussurro ofegante. – Por favor, Minha ninfa… Me dê mais disso…

Ela aproveitou cada segundo do prazer que sentia, mordendo o próprio lábio e fechando seus olhos. A voz dele implorava por mais, e ela não se viu na posição de negar… Ainda estava quente. Nyra tirou o próprio vestido por cima do corpo e revelou sua lingerie perolada. A Theurge acariciava seu rosto e se movia muito devagar, enquanto analisava seus olhos claros e inebriados. Ergueu a camisa dele e a retirou por cima, exibindo seu corpo pálido e definido.

– Sim… – Ela respondeu e procurou deitar seu corpo suado no sofá, trazendo-o por cima. Sua pele também clara, manchada em pintas escuras, e os cabelos fazendo suas linhas negras no quadro branco. Sua boca estava vermelha do batom e do seu sangue – Me dê todo seu mel, meu Lobo… Todo…

A visão única. Sempre única. Jullian se levantou para retirar o restante de suas vestes a largá-las pelo chão, permitindo-se admirá-la e desejá-la enquanto o fazia. Ela, sua voz. Quando se deitou faminto sobre ela, buscando por seu beijo enquanto conseguia prosseguir sem precisar respirar, fechou novamente a sua mente da realidade. Seus beijos desceram para pescoço delicado ao sentir-se invadindo o espaço tão seu, pondo-se à deriva de suas maldosas massagens enquanto se movia. Gemia. Havia uma sensibilidade masoquista que ele se colocava a prova, movimentando intensamente o quadril. Não estou pensando. Preciso pensar? Não estou pensando… Sentiu-se pulsante antes mesmo que alcançar o orgasmo com ela. Nyra o torceu como se declarasse o seu amor possessivo e ele gritou o seu gemido que morreu aos poucos como a sensação quente, amansando como o seu corpo tenso e despejando-se nela com um néctar que fluiu dolorosamente.

Restou-se largar-se, relaxado e cansado. Cansado! Buscou pelo seu beijo rubro de lábios cortados, carinhoso; apaixonado. E subitamente, tímido. Ele desviou os olhos dela e escorreu para ao seu lado, sem encará-la. Havia uma censura de consciência que corava a sua face denunciadora e luminosa de tão pálida.

A respiração quente corria por seus lábios entreabertos e a visão era apenas o que seus olhos semicerrados conseguiam. Gemia nos suspiros, mesmo quando ele havia se distanciado para o seu lado. A sensação quente entre suas coxas foi apreciada até que se tornasse morna… E então o olhou com mais atenção.

– Você está com aquela cara de alguém que fez algo que não deveria… – Ela riu – As paredes de vidro não costumam te incomodar… – Virou-se de frente para ele. – Eu te amo… – Beijou seus lábios, retribuindo o carinho. – Eu sinto você dentro de mim Jullian… Sua energia… Como se eu me alimentasse dela, no orgasmo… Você estava cheio dela… E eu a bebi… – Devaneava, embora fosse exatamente como se sentia. Completada pela energia e poder dele. Sexo sempre foi uma fonte de troca, mas nunca havia sido tão nítido. – E eu me sinto mais próxima de mim mesma também…

– Ah… Não sei… Eu gritei demais? Costumo deixar isso para as minhas canções… – O riso dele escapou tímido do sorriso que se abriu fácil e se fechou até selar. Ele franziu o cenho com alguma estranheza que se desfez e retribuiu o beijo em seus lábios, carinhoso. – Eu te amo, minha garota livre… – Ele sussurrou, levando a mão até o rosto perfeito dela e o acariciando com os dedos, servindo a mão se descanso para ela. – Eu ainda me sinto carregado de energia… – Jullian abriu um novo sorriso quando se segurou de fazer um comentário peculiar… – Eu tenho vontade de perguntar o que houve, mas arrisco dizer que eu sei… – Sussurrou, observando-a. – Eu vi um símbolo… Seu… E vi um meu… Mas não me lembro perfeitamente de nenhum deles…

Quando ele sorriu, Nyra beijou os lábios dele, e repetiu o gesto toda vez que o via fazer. Ela o fitava relaxada e apaixonada… – Eu estou sempre pronta para você. Especialmente quando você geme assim. – Provocou e fechou os olhos para o carinho. Nyra molhou os próprios lábios antes de continuar, provando o gosto distante do sangue:

– Henry me mostrou ao símbolo… E a energia… Eu acho que… Ele serve para muitas coisas… Mas eu não consigo imaginar tudo. Eu sei que o poder é excitante. Mas então eu tenho que usá-lo com responsabilidade… Se eu bem percebi… Esse símbolo mexe com todos os Dragões de alguma forma… – Dizia, sem perder o doce sorriso de seu rosto. – Henry conheceu bem Elara. Foi quase um pai, ou padrinho, dos nossos Dragões… Sabe de muitas coisas.

Ouvia-a, mas também se deixava hipnotizar pelos gestos naturalmente tentadores que faziam parte dela. Jullian estreitou levemente os olhos, semicerrando-os. – Entendo… – Ele roçou a cabeça contra o sofá levemente. Sentia-se tão suado que seu corpo se escorregava. – Ele não é apenas um Raposo poderoso com as asinhas precisando serem cortadas. – O Lendário a beijou ao queixo. – Eu só consigo imaginar uma chave quando penso no que senti… Uma chave para inúmeras possibilidades. Inclusive, outros tipos de poder… – Ele a tocou ao ventre, contornando-a até envolvê-la pela cintura. – E ele te prometeu dar aulas particulares, imagino eu…?

Nyra sorriu para a pergunta dele. Apoiou seu joelho sobre a cintura dele e aproximou seu corpo. Tocou o rosto pálido, admirando os olhos claros e azuis.

– Ele disse que pode me auxiliar. Mas… Sabe o que ele disse também? Que nunca mexeria comigo, mas se você aceitasse e ou quisesse participar era outra história. – Sorriu com malícia e continuou risonha: – Eu estou interessada nos treinos. Ele sabe demais… Até demais. Conhece bem a minha energia… Que era da Elara… Despertou algo em mim… Eu preciso crescer… Ainda há muito mais… Nós precisamos.

– Huh-hum… – Ele imitou o jeito de Rhistel de concordar sem certeza. Kitsune ousado. Jullian ouvia a história com uma expressão tão cínica combinada a um sorriso de escanteio, que os seus pensamentos descrentes estavam claros antes que ele os verbalizasse. – Olha só! Há educação na ousadia dele… – Jullian disse com um humor negro na voz macia. – Bem… Se Blair disse que ele pode ajudar Rhistel… E Ártemis… Creio que esse conhecimento não possa ser perdido. Incomoda-me apenas o fato do professor desconfiar tanto dele. O Sr. Chang me soa alguém… Bastante… – Jullian pensou direito na descrição que daria. – … Inconsequente. Impulsivo.

O cinismo dele causava o sorriso divertido nela, que continuava o acariciando no rosto enquanto escutava.

– Ele é educado… E explicou sobre a desconfiança de Drawn… Me convenceu até. Quando Elara ainda estava viva, ela e Drawn namoravam… E ela era muito mais centrada do que depois de conhecer Henry. Ele a trouxe muitas ideias, virou a mente dela… Elara, que era um mulher livre, ficou com Henry, tinha um caso com Drawn… Provavelmente com outras pessoas… – Assentiu e lamentou: – Ela judiou do coração do professor… Henry confessou ser uma pessoa um pouco perdida antes… Bem… Todos eram bem jovens. – Explicou devagar – É uma questão pessoal entre eles e os Dragões…

Era impossível não relacionar as histórias. Apesar das diversas semelhanças, Jullian não as reafirmou para Nyra. Temia que a Theurge vestisse a história para si. Uma história com um final trágico como a de Elara Blackwood… – Oh, minha estrela… Isso já havia passado pela minha mente algumas vezes. Drawn e Elara. Somando à questão pessoal, eu ainda acredito que o professor tenha os seus motivos para desconfiar do Henry. Vamos com calma em relação ao nosso residente vulpino tatuado, embora ele possua uma voz respeitavelmente sensual… Vamos com calma e atenção. Prometa-me?

Nyra o fitou e concordou sem pensar muito. – Eu prometo, meu Lobo… Eu posso ver o quão ardiloso ele é. Ainda… Acho que o professor não está sabendo dividir as coisas nesse caso. Mas… Eu entendo… – Assentiu e abriu um enorme sorriso em seguida: – Apenas estou feliz por ter encontrado algo em mim… É uma herança… Assim como os Dragões são… Isso me deixou feliz por alguma razão…

– O povo dele costuma ser… Ardilosos e sedutores. Difícil lidar com o povo raposa. – Jullian enfatizou o aviso. – O que você sentiu exatamente, meu anjo de asas negras? Você descreve como alguém que encontrou uma parte perdida de si mesmo… – Ele voltou a deitar a cabeça no sofá, viajando pelos traços exóticos do rosto de Nyra. – … Que preencheu um vazio…

– É exatamente isso… Como se eu tivesse encontrado uma peça. – Disse, fechando seus olhos e se ajeitando aos braços dele – Mas eu sei que não é nada ainda. Eu também não sei o que fazer com ela. Apenas parece que… Me deu um norte… No meio de uma confusão de informações… Eu vou pesquisar sobre os símbolos – Abriu os olhos para o fitar – E uma esperança para acabar com a Goetia. Eles são os vilões… – Ela o tocou nos lábios – Não quero brigar com a minha família, Meu Lobo…

Enquanto a ouvia, beijava-a pelo rosto. Os olhos fechados, tranquilos, apenas ouvindo a voz de menina manhosa que ela possuía. Apenas quando ouviu sobre família, ele parou e abriu os olhos. – Nós não iremos brigar com ninguém, minha estrela… – Ele sussurrou. – Olhe. Eu aprecio muito a sabedoria de Vergil, mas não é justo abrirmos tanto a Seita para alguém que não se afilia conosco. A maioria que chegou não demorou nem uma semana… E havia alguns que se comprometeram muito mais ao se filiar. – Ele estreitou um dos olhos ao arquear a sobrancelha. – É isso ou aceitamos a aliança com Ravenfall. Nesse caso, não sou eu quem me oponho. É Nathan. Eu adoraria ter uma ponte para a minha amada pátria. Tenho saudades…

Ela fez uma cara de choro, e inspirou profundamente. – Deixa que eu falo com ele, então. Meu avô não é como os outros, Jullian… Não dá para tratá-lo como um estranho por aqui. Ele me ajuda muito particularmente… Eu não vou aceitar se ele se for… – Falava reclamando em sua voz de menina – E eu quero que meu pai sempre tenha um lugar para voltar. Ninguém questiona isso… Só você que tomou essa decisão agora porque está irritado…

Hugo usa a ilha de hotel. Não fazia nada! Ninguém mandava nele! E tão poderoso como ele era… Jullian fitou Nyra e se descobriu sem vontade alguma de discutir com ela naquele instante. O Lendário voltou a fechar os olhos. – Tudo bem. Fale com ele e me diga o que decidiram… – Jullian murmurou, roçando o rosto ao dela. Já imaginava a cara de Julia o julgando, assim como Arabella. Parou de imaginar. – Nate está voltando. Vamos tomar um banho e ir para o castelo? Eu quero ver o Anthony.

– Ok… – Nyra murmurou – Vamos sim. Quero ver o meu bebê. Deveríamos tirar um tempo hoje a noite e reunir as crianças… Fazer algo familiar…

Nyra disse, sem coragem de se mexer porque estava acolhida ao lado dele.

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