Brave, Honest, Beautiful

Categorias:Romance
Wyrm

Brave, Honest, Beautiful


O corredor do hotel havia sido fechado para o grupo e a equipe. Cada menina tinha seu próprio quarto, mas ao passo que Nish e Alicia se trancaram em um, Ártemis, Leah e Destiny se fecharam no da última para ver os shows transmitidos no Coachella. Nenhuma estava realmente desperta… Teriam que acordar cedo para experimentar figurinos, entrevista e show. A melhor opção era adormecer, mas acompanhavam os espetáculos em silêncio. O de Fayre foi transmitido apenas um trecho, para dar espaço ao da Nyra, mas foi possível ver Ladi sendo apresentado e tocando para Audrey. Leah erguia o olhar para Arty, deitada no meio, e atravessava sua visão até Destiny quando Fayre deu aquele abraço apertado e captado pelas câmeras. Ártemis assistia sem grandes reações, então Leah também se acalmava. Ártemis havia chorado muito no colo das duas e parecia ligeiramente anestesiada.

– E se a gente pedir um bolo de chocolate e várias guloseimas? – Leah propôs enquanto Nyra tocava Video Games. O show já havia acabado há horas, mas os canais reprisariam por alguns dias todos os espetáculos mais interessantes.

Destiny abraçava o travesseiro, ainda se recuperando de observar um lado da vida da Arty que estava esperando por sua volta. Seres talentosos, dando tudo de si em forma de arte. Fayre divina e intensa, Nyra divina e ardente. O sorriso alegre e a língua mostrada de Rhistel e da sua amiga – linda – enquanto assistiam ao show dos The Puppies. Era idiotice desejar fazer parte de um grupo tão unido? Não julgava a tristeza de Arty. Destiny não tinha para quem voltar em suas férias, mas ela, com certeza, também estava tendo as suas doses de perdas.

– Eu acho que combina com a nossa situação. – Destiny comentou. – A câmera os adora, não? Mal filma os filma mais que a plateia. Olha o Jullian e o Redwyne de novo. Abraçados, gente. Ele estava com um ataques bem gays no show, né? – Dessie riu, divertida. – Que dança foi aquela…

– Bem. Eles se pegam, se é isso que quer saber. Nathan é assim no dia a dia. – Ártemis disse simplesmente – Eles são carismáticos… – Sorriu sem muito ânimo, mas os olhou com admiração.

– Nathan é bem doido. Eles se drogam antes da apresentação? – Leah riu, erguendo-se e pegando o telefone.

– Bem… Eu acho que sim… Pelo menos eu sei que bebem muito. – Ártemis deitou-se de lado. – A gente que fica rebolando lá, tem que estar inteira. Bem que eu queria às vezes.

– Da última vez que bebemos antes de entrar no palco, as três caíram da cadeira em músicas diferentes. – Leah lembrou rindo – Mas a gente pode pedir bebida também. – Leah respondeu e virou para frente com o telefone no ouvido – Oi? Eu queria pedir algo da cozinha… Sim… Eu queria esse bolo de chocolate… Essas fritas, dobro de queijo e bacon. Uma coca. A garrafa de vinho… Eu não sei… A mais cara? E doce. Esses mini hambúrgueres. Isso! Esse mousse de morango… O sorvete de morango. Banana split? Claro!

Ártemis virou o rosto devagar na direção de Leah quando percebeu que ela pedia o cardápio inteiro.

Destiny começou a rir, mordendo o lábio. Nem estava com fome, mas ouvir todas aquelas gostosuras fez a sua vontade e ansiedade falar bem mais alto que qualquer sensação! A fada se voltou para Ártemis assim que Fayre surgiu dançando e a câmera foi deslizando por Annik, Ladirus e Nathan. Eles se abraçavam o tempo todo, riam e cantavam loucamente as músicas da Nyra. Pareciam tão felizes.

– Essas duas. Eu já senti que dão em cima da Leah, às vezes. – Destiny disse à Nyra. – Ou estou louca? Mas parece. – Comentou. Bem, eu sei que Alicia e Nish andam terríveis, mas… Fayre não descola do Ladi, meu Deus! – Você fala muito com a Blair Valerius? O noivo é lindo. Amo o casal! Fiquei com ciúmes dessa menina loira aí.

Ártemis assistia as cenas e às vezes fechava os olhos chateada, mas também sorria com saudades de estar ali. Fayre e Ladi… Juntos muitas vezes. A Kithain ergueu o olhar para o teto, sem prestar atenção no que Destiny havia dito:

– Blair? Ah… É verdade, ela não está. Nem o Remi. Eles estavam trabalhando em um filme. – Respirou fundo – Ladi me disse. Eles não são noivos… Apenas vestem o anel… Mas é de namoro… A menina do lado é a Mitzi. – Explicava, franzindo o cenho para Dessie brevemente – Amiga deles. Você já a viu, Destiny, alguma vez.. Ela também trabalha para o Scott.

– Bem… Amanhã nós teremos o nosso show. – Leah cruzou os braços sobre a barriga – Em Las Vegas. Tudo esgotado em minutos. Bem que a gente podia tentar fazer algo diferente… para ficar mais emocionante, igual o deles.

– Ah, sei… Ela era ruiva… – Destiny disse, aérea, e se voltou para Leah, em dúvida… – Não sei se é uma boa ideia. Já está tenso um caso de discussões a Ártemis toda a vez por causa desse playback… Nós estamos bem, Leah. Só é diferente… É… – A Boggan pensou em uma forma mais delicada de dizer. – Seguimos ordens, né… E já nos amam muito. Não se preocupe com isso! Vai dar tudo certo. Hm… – Ela apertou os lábios. – Podíamos escrever uma mús- – Ela se calou quando a campainha tocou.

Ártemis se animava com as ideias que elas propunham, como se fosse uma luz no final do túnel. Leah se ergueu na sua camisola de algodão confortável, velha porque era a que usava em sua casa e gostava do cheiro familiar dela, mas nada bonita para exibir para Ladi. A Pooka Husky abriu bem seus olhos e fitou a comida toda, e depois o Dragão.

– Oi…! Oi. Chegou na hora certa! – E deu espaço para o camareiro entrar com o carrinho depois de confirmar o pedido de todas aquelas coisas. – Parecia até que estávamos esperando, né? – Riu sem graça.

Jaqueta aberta de couro, camisa branca, calças jeans pretas e tênis esportivo preto. Ladirus adentrou o quarto com um sorriso selado e nem o cheiro aromático do farto carrinho lotado de comidas foi o bastante para inibir o seu perfume fresco, tragando para dentro do quarto com a sua presença. Destiny tratou de se cobrir com o acolchoado. Ah, que homem! Ela o acompanhou com os olhos, curvando-se a abraçando Leah carinhosamente enquanto o camareiro também os olhava…

– Saudades, Leah. – Ele a apertou. – Desculpem vir sem avisar.

– Nenhum problema. – Destiny abriu um sorriso.

– Pode vir sempre sem avisar. – Leah o abraçou forte e se afastou – Melhor que não vir. – Ela fitou toda a comida deixada e pegou uma batata para comer e o observar o casal.

Ártemis olhou a cena confusa, como se fosse miragem, mas em seguida abriu um imenso sorriso para Ladi. Engatinhou pela cama com pressa, e saltou no colo dele para agarrá-lo pelo pescoço. A Gata o beijou em diversos selinhos risonhos e o abraçou mais forte para cheirá-lo. – Ai meu deus do céu, eu não acredito que você está comigo, você estava na televisão agora e está no meu quarto também! Eu estava morrendo por dentro de tanto que te extraño, mi cariño. – Ela usava um short preto curto e uma regata com o rosto de um gato preto que estampava-a inteira, com olhos verdes fofinhos. – Você veio de lá agora! – O olhou agitada e eufórica. – Sozinho? Pra me ver?
Que saudades doloridas! Ele retribuiu os selinhos e os abraços sem conseguir soltá-la um único segundo. Os olhos se fecharam apertados e somente se abriram desejosos pelos dela quando ouviu a pergunta. Ele encostou sua testa à dela e suspirou. – Não. Eu não posso viajar sozinho. Eu voei até aqui com Blair e Rhistel. Eles estão hospedados aqui, mas foram dar uma volta pelas ruas… – Explicava, buscando novamente pelo beijo dos lábios doces e cheios. – Eu precisava te ver… Eu fiquei em pedaços quando te vi chorando, gatinha…

O beijo profundo fez Destiny direcionar a sua atenção para a comida. Sentia a paixão deles mesmo sem observá-los. Que romântico.

– Onde… Você está dormindo? – Ele sussurrou, acariciando-a em seu rosto. – Desculpem, meninas. Eu vou roubá-la para mim essa noite…

– Tudo bem! – Leah comia as batatinhas e também admirava aquela paixão como se assistisse uma novela. Ártemis mudando seu humor drasticamente, sorrindo e rindo entre os beijos, e suspirando ao beijo mais profundo.

– Meu quarto está aqui do lado. – Disse com os lábios avermelhados e o rosto quente do beijo. Ártemis nunca se achou uma felina carente, mas parecia sempre um pouco pior segurar a emoção do que a última vez.  – Até mais, meninas.

– Não se esquece que amanhã cedinho vamos provar o figurino! – Leah a avisou antes que saísse, e escutou a porta se encostando.

– Eu estava com muita saudade. Foi estressante hoje. Nish e Alicia estão pegando no meu pé mais do que nunca. E todas essas semanas sem pausa. – Desabafava agarrada ao braço dele até a sua luxuosa suíte vazia. A mala de Ártemis estava aperta sobre uma mesa, cheia de itens e roupas, e havia muitas coisas espalhadas. Mas a cama estava intocada, pois costumava dormir sempre com alguma delas. – Eu vi vocês todos juntos e tive uma crise. Eu não choro assim. É que eu não quero mais estar aqui. Mas minha vida está toda programada, sem chance de pedir um tempo. Tem noite que a gente nem consegue dormir de tão pouco tempo entre um evento e outro. Um cochilo no avião e só! – Dizia rápido, agitada, mas sorrindo ao final: – Estou tão feliz que veio! – Falava eufórica, segurando seu rosto com carinho e roubando mais beijos aquecidos.

Ele a conduziu para se sentarem na cama enquanto a ouvia descarregando a ansiedade que parecia estar guardada. Ladirus a ouvia calado, acariciando a mão em seu braço e envolvendo-a com o braço livre pelas costas, trazendo-a para perto de si. A impressão que Nyra lhe trouxe a dúvida de “ela está feliz” começava a se dissolver para uma realidade menos colorida. Ele a beijou nos cabelos, cheirando-os. Ártemis era sempre cheirosa de uma forma instigante. – Eu sinto sua falta, Arty… – Ele sussurrou. – Eu achei que você estivesse mais animada com a sua carreira. É bem diferente do que eu vivo. Menos solto, parece… Eu também ando numa correria, mas eu e Rhistel temos liberdade para escolher… – Suspirou. E Blair e Audrey estão sempre conosco, sempre que podem… – Elas estão sendo más com você? Alicia era tão sua amiga…

– Eu estava feliz, muito antes… – Disse, encolhendo-se ao abraço dele confortavelmente. – Mas agora as coisas mudaram drasticamente. Começa que eu odeio aquela letra de Worth it. Por que eu tenho que cantar que eu quero ser pega agressivamente? Eu briguei tanto para mudar!  Quando a gente gravou o clipe queriam que eu dançasse com o modelo, eu não quis, e ficaram me enchendo dizendo que era drama. – Respirou irritada – E nos shows eu não uso playback, e todo final de show é briga ‘Eu quero aparecer’. Parece que elas nem amam o que fazem, nem um pouquinho! Sou sempre eu quem saio para falar com os fãs, e obviamente eu sou a mais famosa. Mas tudo é ‘Ártemis quer aparecer’. – Dizia, segurando a raiva que crescia quando se lembrava – E só porque eu não sou sexy igual a elas, não tenho aquele corpo inteiro, me colocam no fundo nas performances. Querem me apagar o tempo todo. O tempo todo. – Falava rápido e emotiva – Alicia não é mais a minha amiga. Ela me trata muito mal. Mudou inteira. Até o nariz, literalmente, mudou inteira. Leah não sabe se impor, só sabe lançar comentários otimistas padrões, e Dessie aceita tudo o que Nish e Alicia dizem. Tudo! – Imitou-a: – ‘Ai Arty, é assim mesmo, nós somos pequenininhas. Não dá para chamar muita atenção’. Argh!

– Praticamente só ouvíamos o seu nome na chamada de vídeo… – Ladirus comentou, pensando. No mínimo, devia ser uma profissão extremamente rentável, ou não teria nenhuma compensação. Rhistel havia deixado claro que provavelmente não seriam bilionários, mas garantiu a diversão e era o que importava… – Arty… Mas você não se esqueceu de ‘Havana’, não? Você está ficando famosa… Essa girlband pode ser apenas um degrau na sua vida. Eu aguentaria, já que você entrou nessa… E seria bem egoísta, já que todas parecem ser… – Ele a acaricio nas costas. – Esse não parece ser o seu sonho… Mas pode ser um caminho para ele. Os seus fãs também devem notar os seus atos de rebeldia. Você é muito carismática… Eu ouço muito o seu nome por aí.

Ártemis o escutou, como costumava fazer, e sorriu ao final, concordando rapidamente. – Sim. Eu tenho esperanças que posso fazer o que eu quero quando o contrato acabar. Eu só não tenho pensado em nada… Porque eu não consigo pensar em nada… Dormir tarde, acordar cedo, a gente parece bonecas de um lado para o outro. Sendo vestidas e orientadas. Se eu saio do roteiro, pronto. É o inferno. Só porque eu sou realmente talentosa, e tenho amigos realmente talentosos. Eu vou brilhar quando eu sair, elas certamente não. – Inspirou chateada, mas sorriu ao fitá-lo por uns segundos – Eu não quero falar disso. Eu sei que você já me escuta reclamar demais… E a gente se vê tão pouco… Você quer sair por aí? Ou a gente pode ficar aqui… – Fitou a cama espaçosa, olhou-o de novo, tocou sua perna e o beijou em um selinho demorado – Eu não preciso dormir.

– Você é maravilhosa. Eu só consigo ver você. Você brilha como luz, mesmo posta de lado como diz… Eu só consigo te ver. – Ladirus comentou com carinho. Ele estava preocupado. Preocupado o suficiente para ter certeza que aquele não era o melhor momento para conversar sobre o assunto sério. Mas quando será? O Dragão apertava os lábios, observando o tempo todo. Tão perfeita. – Ah. – Ele passou a mão pelo pescoço. – Nós… Precisamos conversar… Antes…

Ela riu feliz com as palavras carinhosas, não era comum receber frases de reconhecimento, especialmente cheias de amor como as dele. – Eu só consigo te ver também… Quando você sobe no palco. – Mas a tranquilidade fugiu um pouco do seu olhar com a segunda frase. Seu sorriso se fechou, mas continuou selado. – Claro… – Percebeu-o um pouco tenso ao notar a mão no pescoço – O que houve?

Jogando o pescoço para trás, ele fitou brevemente o teto antes de olhá-la em seus olhos de novo. Ladirus procurou as duas mãos dela, segurando-as. – Gatinha. – Ele inspirou profundamente. – Eu acho que vai ser uma conversa bem esquisita… – Ele franziu o cenho, estranhando-se. – Você sente que eu te amo, não sente? Doeria muito… Muito… Ficar sem você. Sabe, eu acabei batendo de frente até com os meus irmãos e até hoje eu não falo com o Tay direito, mas… Era importante para mim… Isso que temos. Muito importante. E cada vez mais, eu sinto que… Meus sentimentos progridem. Eu quero que tenha isso em mente…

Foi difícil manter o sorriso, mesmo que concordasse com suas palavras. Não duvidava do amor dele, pois tanta atenção cedida ao longo dos meses, não sabia traduzir em outro sentimento. Mas sabia que existia amores e amores. Os olhos dela foram se entristecendo, antecipadamente, e ela lutava contra alguma reação emocional antes de ouvi-lo. – Eu tenho isso em mente… Mas… Era importante? – Sussurrou, quase pedindo às suas crenças que não fosse um término. – Cariño… Eu sei que é difícil manter algo assim, mas eu vou voltar… A gente vai entrar de férias, sabe? Você mesmo disse que não é para sempre. É uma ponte. Eu concordo…!

– Não é difícil. Eu entendo. Isso não é um problema para mim. Eu fico feliz que você esteja, ao menos, fazendo a sua fama, juntando um matrimônio só seu… – Ele explicou, negando com a cabeça. – Nós estamos bem. Eu e você. Eu não tenho queixas… Só saudades. – Ladirus franziu o cenho, desviando-se. Sentia-se começando a ficar realmentenervoso e fez uma pausa para continuar a falar, ponderando. – Falar sobre isso me faz sentir como se eu tivesse um problema grave. – Ele abaixou a cabeça. – Gatinha… Eu descobri que eu divido muito mais do que eu imaginava com a Nyra… Inclusive a sua capacidade de amar.

A conversa ganhou novos rumos na sua mente acelerada, e terminou com uma grande surpresa expressada por sua boca aberta. Fechada quando engoliu o ar com esforço. Ártemis desviou o olhar e afastou as mãos das dele. Fechou seus punhos das unhas longas e largou seu corpo na cama, os olhos vagando sem norte. – Você e a Fayre… – Murmurou, cruzando os braços sobre o abdome.

Os olhos puxados acompanhando as mãos se afastando e a distância formada entre os dois. Ladi suspirou, deitando-se de lado e de frente para ela, olhando-a. – Eu sei o quanto isso é bizarro, já que… O que sinto… Envolve o meu coração e… Tem sido muito duro para mim… E não só para mim. – Ele passou a fitar o acolchoado macio. – A última coisa que eu queria era machucar uma de vocês e isso já aconteceu outras vezes. A ideia, a princípio, era só me isolar e, sabe… Deixar os caminhos de vocês livres. Eu me culpo. Eu realmente não escolhi isso para mim. Eu nem queria ser assim. Eu preferiria que fosse diferente… Simples… Todo mundo no geral… É uma angústia horrível… Eu conversei com a Nyra sobre isso… É tudo parecido… – Ladirus se virou de costas para o colchão, olhando para o teto e pousando as mãos sobre a barriga. – Conversei muito com a Audrey também. Ela… Gostaria de tentar.

Ártemis o assistiu se virar e deu as costas em seguida, ouvindo sua bela voz se lamentando. Mas a Changeling não conseguiu encarar como algo tão simples, seus olhos se encheram de lágrimas e foi por isso que ela se manteve de costas. As gotas deslizavam pelo seu rosto em silêncio, direto para o acolchoado azul água. Quando a história fez outra curva drástica, ela o olhou por cima do ombro surpresa de novo.

– Tentar? – Seu rosto corou quando a imagem se tornou mais nítida, mas o ressentimento a pegou primeiro e mais forte. Ela ofegou em agonia e perguntou antes de pensar se era saudável saber: – Desde quando…?

Quando a notou corada, Ladirus conseguiu manter o olhar apenas por um momento, pois também se sentiu corar, queimando. Ele franziu o cenho, piscando os olhos devagar. A sua boca ficou seca e o coração quase o sufocou de tanto bater. Em toda a sua vida de Dragão, nunca havia se imaginado tendo uma conversa parecida… – Desde que eu falei com ela para terminar, eu comecei a me sentir esquisito. – Encarava o teto. – Primeiro, ela ficou muito nervosa, depois se declarou para mim. Eu fui embora, mas não me sentia bem. Sempre que ficava perto dela, eu me sentia transtornado. Ela passou por alguns problemas e eu acabei auxiliando. Nisso, enfim… Conversamos. Ela sabe que eu te amo… E ela escolheu por esse caminho porque acha que pode dar certo, mas… – Ele se sentou, sentindo a própria Fúria perder a paciência. – Eu não me sinto no direito de te pedir nada. Eu sei que… É complexo e essa conversa… Difícil… Faz parte de… Algo maior ainda. – Ele pousou as mãos nos joelhos. – Eu sei que pode ser desanimador, mas… Este sou eu. É como eu me sinto. Eu nem queria estar conversando sobre isso com você… Eu me sinto culpado.

Seu colo ofegava mais rápido conforme a história se colocava em linha temporal. Ártemis se sentou, mas mantendo uma distância do Dragão. A mente bombardeada se assentou na tristeza e revolta da notícia:

– Desde lá?! Você disse que ia ficar comigo! Terminar com ela! – A sua energia crescia como Fúria acumulada e a decoração tremia conforme o coração ferido dela pulsava – Você me enganou todo esse tempo… Por que fez isso conmigo!? – Ela se levantou e caminhou até a janela do hotel, olhando para baixo no andar alto. – Ellas tenían razón. – Apoiou a testa no batente e fechou seus olhos, sentindo os vidros vibrarem, mas não prestando atenção. – Porque não falou a verdade… – Soluçava com a cabeça dolorida.

Ele abriu a boca para rebater, mas a fechou em seguida. Terminei com ela, inspirou. Terminei com ela e todos os nossos encontros depois disso foram angustiantes. Ladirus piscava os olhos vagarosamente. – Você estava atolada com o sucesso… Mal tínhamos tempo para nos falarmos direito… – O Dragão de Água franziu o cenho. – É só essa parte que está importando para você? – Ele a olhou por cima do ombro. – É tudo o que você ouviu de mim?

Ártemis ergueu os olhos até ele, sem sair de perto da janela. Ela secava as lágrimas com os pulsos e falava devagar: – Não justifica mentir para mim… Você podia ter dito isso antes de eu viajar… As vezes que nos encontramos… Você sabia que ia me ferir e guardou segredo… Foi muito tempo, Ladi… – Voltou a fitar o chão cruzando os braços no parapeito da janela. – Eu ouvi que vocês tinham planos e conversas sem me incluir nesses planejamentos… Você se disse tão parecido com a Nyra… Ela fez algo assim com as pessoas que ela amava? – Apoiou o rosto nos braços cruzados no parapeito – Porque eu estou confusa…

– Talvez… – Ladirus concordou, voltando-se para frente. – Eu não sei se teria sido melhor ou pior, mas a sua fama se desenrolou com uma velocidade e grandeza que eu não tinha como imaginar. Eu acabei adiando. Eu tive receio de uma conversa como esta te abalar… E prejudicar o seu sucesso… Você andava uma pilha com a pressão. Não pense que foi agradável guardar isso para mim. – Ele franziu o cenho. – Nós não fizemos plano algum. Eu estou falando com você agora.

Ela continuou com os olhos pela janela, sem ter coragem de encará-lo e enfrentar os olhos que amava. Ártemis guardou um longo silêncio até conseguir se acalmar. Mas mesmo quando sentiu o peito respirando, não conseguiu dizer nada que concluísse uma ideia.

I am so afraid, of what you have to say, cause I am quiet now, and silence gives you space… Ladirus ouviu a canção que havia tocado há horas dentro de sua mente através da voz de Rhistel. Silêncio. Um resoluto silêncio. Tão frio quanto as paredes do quarto. Ele se abraçou, fitando a porta que o mirava de volta como uma sentença. O corpo de Ártemis fazia uma sombra sensual pelo chão, iluminado pelas luzes de fora. Um corpo tão delicado quanto a sua alma. Lentamente, ele se ergueu. O seu corpo pesada muito mais do que o normal e o coração ficou pela cama como chumbo. Ele sentiu lágrimas cortando o seu rosto quando fechou os olhos desavisados e suspirou, caminhando até ela e cercando-a com os seus braços, sem se encostar… – Tudo o que eu não queria era te ferir… – Sussurrou. – Mas eu acho que não existia nenhum modo fácil de dizer tudo o que eu disse… – Ele afastou os longos cabelos dos ombros femininos. – Você quer que eu vá embora…?

Os olhos escuros se abriram para encarar a cidade luz. Las Vegas brilhava, mas não chamava sua atenção tanto quanto os passos que vinham na sua direção. Ártemis segurou o fôlego, respirou fundo, pensou nas coisas boas que ele havia dedicado a ela todos esses tempos. As conversas, os vídeos, telefones, risadas, a compreensão. Sua mão também se agarrou ao parapeito quando sentiu os braços a cercando. Seus olhos deslizaram pelo desenho da tatuagem, tentando não se concentrar tanto no calor que sentiu. Estava com tanta saudade, e ao mesmo tempo muito triste; queria não ter escutado tudo aquilo. Seu corpo inteiro se arrepiou quando os cabelos negros e longos foram afastados, e calor ficou mais forte… Podia ouvir seu coração à pergunta. Ela não conseguiu dizer, mas negou movendo sua cabeça em resposta … Não queria que ele fosse. Queria exatamente o contrário.

Calor que viera a ele como uma resposta antes negação. Temperatura que o perturbou, arrancando-o da estabilidade. Fosse o cheiro doce que chegava às suas narinas ou a sensação de proximidade, provocada por uma saudade dolorosa. O desejo que aproximou o seu corpo do dela com o seu arquejo, colando-os e obrigando-o a fechar os olhos quando o ardor lhe pinçou o autocontrole. Eu te amo… Os olhos úmidos se pressionaram mais. As mãos que seguravam o parapeito apertaram-se no concreto e a vertigem já o embriagava de êxtase. Ouvia-se respirando com mais profundidade. O calor se inflamar em sua cintura e espalhava-se por todo o seu corpo, dominando-o, chamando-a… – Ártemis… – O seu sussurrou carregava suspiros quentes.

Nada mais fazia sentido dentro da sua mente, tentava se agarrar aquela dor latejante, mas desapareceu tão rápido quanto surgiu. Seu colo ofegava forte e a única maneira de respirar foi pela boca, onde seus lábios secos pediam pelo dele em uma quentura que acompanhava os pedidos do seu corpo. Suas mãos soltaram devagar a janela e tocaram o próprio abdome sentindo a pele em chamas… Os olhos castanhos se ergueram e ele e seu corpo se virou devagar para procurar seu beijo. Não estava pensando, e preferiu assim, pois não se sentia confortável com qualquer outro esquina da sua mente, e tinha saudades como se nem lembrasse mais do gosto dos seus lábios. Mas se lembrava bem.

Mentiria se demonstrasse surpresa. Arty o envolvia antes de beijá-lo, roçando por sua perna a cauda invisível. O que se resolveriam…?Ele também não quis insistir no assunto. Tantas saudades e desejos tortuosamente provocados através de mensagens e os proibidos vídeos que ele enviava sem pensar em consequências. Gatinha… Ladirus lembrou os gemidos manhosos e miados, desejando ouvi-los no seu ouvido quando a pressionou contra a parede, afundando as mãos entre os cabelos e deslizando os dedos por sua nuca. Ofegou, afastando para olhá-la em olhar atraente. Ladirus se curvou e sentou-a na janela, colocando-se entre as grossas pernas morenas e buscando por um beijo necessitado de carinhos. Suas mãos a apertaram nas coxas e se desviaram para brincar com a barra da camiseta enquanto a subia a veste.

Não havia muito espaço para se permitir arrependimento, porque ele a cercava rápido, claro em suas intenções calorosas. E Ártemis não costumava ser fria quando se tratava dele. A pele morena estava menos bronzeada dos dias da Ilha, mas hidratada com o perfume doce que o dinheiro havia a trazido nos últimos dias. Mas não sabia se sentia-se tão atraente quanto ele era para si… Suas pupilas até se dilatavam. Gostava daquele rosto, a boca, o nariz, os olhos puxados e pequenos… Como podia ser tão lindo… E perfumado. Seu nariz correu brevemente pela pele dele pausando o beijo somente para se segurar ao olfato e ao tato de suas mãos que tocaram as dele quando estava sobre sua coxa. Subiu por seus braços fortes e fechou os olhos para gemer baixinho. O vento da janela tocava suas costas e ela não teve medo da altura enquanto estava ali diante dele. Ergueu seus braços sem oferecer relutância, embora sentisse timidez. Quando a parte de cima do pijama foi retirada, ela usava uma lingerie rosa clara, em contraste com a pele morena. E a curiosidade logo a pertencia também quando agarrou a camisa dele entre o beijo, retirando-a para sentir a pele do colo feminino ao ofegante dele, junto do corpo inteiro do Dragão apertado entre suas coxas quentes.

A brisa fresca que adentrava arrepiava os seus corpos. Ladirus a desejou, encarando-a com cobiça entre suspiros o vale dos seios quentes, movendo-se em um colo ofegante. Foi tragando pelo beijo dela, gemendo com os lábios calados, ao se sentir tão confinado. Desejado. Desejando-o como ele a desejava. Tão linda… Essa cor... Lembrou-se das fotos que guardava em seu celular. Lingerie cor-de-rosa… O feromônio ardente, fazendo-o pensar até sobre a sua natureza exótica Kithain. Abraçou-a contra si, mordendo-a entre o beijo abrasado. Tão pequena em seus braços. – Você é… Toda linda… – Sussurrou, ofegante, ao ouvido dela. – Toda linda… – Ele abriu o fecho do sutiã. – Deixe-me te ver… – Pediu, retirando vagarosamente veste íntima.

Desvendar a admiração dele não era difícil, e deixava-a mais confortável para se abrir mesmo que naquela situação fosse tão real. Permitiu que a peça intima caísse por seus braços assim que aberta, mas pareceu menos tranquila com o olhar dele, insegura sobre o próprio corpo de uma maneira que havia secretamente agravado com a participação no grupo das Diamonds. Mas não pensou em cobrir os seios pequenos, embora a ansiedade atravessasse seu desejo, ainda forte o suficiente para não recuar. Seus dedos delicados continuavam tocando-o pelos desenhos da definição do corpo masculino, e pararam sobre seus ombros fortes, trazendo-o para um novo beijo para despistar a ansiedade e saciar a chama dentro do seu corpo.

A curiosidade dela era chama em seus sentidos. A forma como, mesmo tímida, queria conhecê-lo e tocá-lo, descobrindo o seu corpo, cedendo ao impulso superior à insegurança, o tentava. Ele a beijou vagarosamente, abraçando-a e envolvendo-a, sentindo os delicados seios contra o seu peito roçando maldosamente em sua pele sensível por ela. Ladi forçou o seu quadril para se encontrava com o dela, pressionando-a, desejando ter a ereção sentida, impedida de qualquer toque pelas vestes que umedeciam. Os cheios lábios de Ártemis eram macios e deslizavam pelos seus, tão úmidos quanto os dela. Ladirus ofegou, trazendo-a para os seus braços ao erguê-la com delicadeza. Em poucos passos, descansava-a na cama. O corpo moreno destacado pelo acolchoado vermelho e os longos fios negros se espalhavam como uma pintura. Ela inteira, uma obra de arte. Deitando-se ao lado dela, os seus dedos a passaram a acariciá-la no rosto antes de descerem pelo colo, rodando como ela havia rondando em si e sentindo as delicadas reações dos seios pequenos ao seu toque, acariciando-os e massageando-os enquanto os observava.

Fogo ficou entre suas pernas quando foi carregada até a cama. O corpo reagindo em excitação quando a imaginação se aproximava de realidade. ‘Não devia ir longe…’, mas seu cérebro despertava tantas lembranças das mensagens e imagens trocada, encontros sem tempo, e nunca o sentiu pulsando por ela de verdade… Só imaginação. Eu te amo muito… Ártemis o encarava nos olhos que a observavam e o sangue estava em seu rosto, enxergando-o como conseguia através das próprias reações, gemidos e suspiros pela respiração – os seios floresciam os botões rijos.

Desceu a mão entre as próprias pernas e descobriu a veste molhada entre as coxas… Afastou-a devagar e percorreu até o abdome dele, deslizando as unhas felinas por ele ao cós da calça, por cima do tecido e o massageando devagar. Não tinha experiência, e seus olhos iam até o dele breves vezes, mas era cautelosa e curiosa como gata, e isso a fez deslizar a mão para dentro somente para senti-lo nos próprios dedos macios, descendo pelo sexo e sentindo-o latejante, quente pelo sangue, molhado de excitação, e pedinte pelo carinho e a flor da Kithain.

Ele tinha certeza que seria gostoso antes de ser tocado. Era uma certeza clara e incontestável dentro de sua cabeça, adoravelmente alimentada por amor. Os olhos escuros e atentos seguiam o gestos de uma felina curiosa e, mesmo inexperiente, naturalmente sensual. O olhar dono do mundo, rainha sem reinos, observavam-no de modo a se sentir uma posse. Ladirus ofegava, aproximando os lábios para sentir os seios que tocava. Ele estremeceu, chupando o botão pedinte, quando a mão dominadora o apertou e, tão logo, invadiu a sua veste, arrancando-lhe um gemido de prazer. Ele ofegou, beijando-a enquanto se livrara das suas calças que o prendiam. Você me quer para você e eu quero ser seu. Não havia timidez da sua parte, mas um nervosismo súbito tomava o seu coração. Ele procurou o beijo dos lábios de Ártemis enquanto descia o toque pelo ventre com longas garras crescidas, mergulhando cerimonioso adentro do short.

Não era a sua primeira vez, mas saber que era a dela trazia uma cobrança de perfeição exigente. Queria que ela sentisse o seu amor em cada gesto e decidiu por uma massagem. Seu rosto se afastou e o seu nariz encostou na bochecha morena, observando Ártemis com os seus olhos atentos. Garras se recolheram a medida que ele descia o toque carinhoso, sentindo-a na virilha e, vagarosamente, deslizando pelas pétalas molhadas de mel. Sentiu-se pulsando quando a excitação aflorou em si como uma chama intensa. Ártemis era delicada. Toda pequenina. E a paciência que se exigia o torturava de prazer. Ladirus descia e subia, muito devagar. Os seus sentiam a sensação da região sensível roçando, mas a massagem prosseguia lenta.

O beijo em seus seios a fez perder o ar, e as vestes que ele deixou de lado pediram por uma observação dos olhos felinos. Inteiro despido. Ártemis sentiu o ar não voltar ao peito… Aquele corpo… Nunca tinha pensado que as histórias de exercícios faziam grande diferença. Os vídeos também nunca seriam fiéis ao que era senti-lo ao alcance de suas mãos. Corpo perfecto. Enxergava-o perfeitamente mesmo no escuro da meia luz. Quando o prazer começou a subir, sem desacelerar, ergueu seu pescoço e fechou os olhos com força, acompanhando as garras desceram de leve por seu corpo, e ofegando quando ele estava lá, sem elas e a acariciando como se soubesse exatamente a ler. Ártemis apoiou sua coxa sobre a perna dele e moveu de leve próprio quadril para sentir levemente a pressão dos dedos carinhosos sobre onde queria sentir… Seus olhos se abriram mais desejosos e sua boca se roçou a dele, com sede do seu beijo. Ansiosa. O coração batendo forte quando encarava os olhos puxados e apaixonados, fogo compartilhado pela chama dos seus também escuros. Suor e pele aquecida. A voz grave e seus gemidos. Experimentava o próprio toque nele, conhecendo as imagens com suas mãos que o tocaram unidas, subindo e descendo um pouco menos devagar que o minuto anterior, mas ainda sem pressa. Precisava ir devagar para não se atropelar, para não ser engolida antes da hora pelo prazer. Muito ansiosa… Mordeu-o nos lábios e lambeu-os devagar. Queria envolvê-lo de tantas formas, como ele a envolvia com seu corpo, e não conseguia pensar em mais nada além de alcançar seu auge com ele do seu lado…

Quente não somente em temperatura. Ártemis era quente. A sua pele agarrada ao cheiro de Sol, mesmo mais clara, era fervente como a de uma metamorfa. Linda. Coxas e glúteos cheios, cintura fina e seios pequenos. Toda latina. Havia como amá-la menos? Como não se perder ao som dos seus gemidos e se ver preso pelas unhas que arranhavam com ardor? Ladirus gemeu com a mordida. O impulso foi massageá-la mais intensamente, mas ele desacelerou. Os dedos melados, ele levou a boca, chupando um a um e excitando-se com a sensação quente. Doce. Primeira vez, lembrava-se. Até os conselhos do seu irmão vinham-lhe à mente.Paciência, carinho. Ladirus queria colocá-la em um trono para venerá-la. Ártemis era linda demais. Linda de se ver, quente de se tocar. Ele se ergueu na cama, caminhando com os joelhos. As mãos levavam com uma onda cama o short do corpo feminino, deixando-o pelo colchão. Os olhos piscaram vagarosamente ao observá-la nua. Sentiu-se novamente pulsando, mas acalmou-se. – Gatinha… – Sussurrou. – Você… Me deixa te beijar? Eu… Estou muito afim, mas… Você já me disse que ficaria com vergonha… Se você não gostar, eu paro…

Ela afastou os cabelos do pescoço úmido quando ele ficou de joelhos, assistindo-o com o coração explodindo dentro do seu peito. Seu corpo inteiro estava sensível e o sonhar doce em sua boca. Ladi era sempre uma imagem de perdição, bebeu do seu mel e voltava a rondá-la, deixando-a pouco espaço para desejar outra coisa. Corpo forte. Protetor e carinhoso. Tudo devagar para que ela pudesse acompanhar… Era sempre muito arisca, mas se tornava manhosa com ele e tudo o que ele fazia ou falava. Especialmente falava. As novidades surgiam, e ela acompanhava-o atenta, sem perder seus olhos de vista.

– Eu… – Ofegou com o rosto corado e assentiu – Tudo bem… – Mas tinha certeza que gostaria. – Devagar… – Pediu, separando suas pernas devagar e exibindo sua flor banhada no próprio mel quente, mas cobrindo os seios com os braços, como se pudesse diminuir a timidez que esquentou seu corpo ao ser observada.

O movimento de dançarina dela, afastando as pernas, fez Ladirus se sentir despreparado para o que via. Ele ofegou e mordeu fortemente o lábio. – Que sexy… – Precisou comentar, sorrindo de escanteio com uma malícia maldosa.

Até o mistério renovado dos seios ocultos o provocava. Gostaria de poder guardar a fotografia perfeita da visão, principalmente ao se aproximar. Exposição em troca de prazer. Observava o rosto corado dela e imaginava que não deveria ser tão simples ceder à vontade de sentir a carícia íntima. Ele se colocou sobre ela, sem encostar-se e beijou cada uma das suas mãos que ocultava os seios, descendo. Os beijos recuaram para o abdome úmido e perfumado, cheirando-a enquanto passava a deslizar a sua língua em um rastro quente de saliva até chegar em sua virilha. Devagar. Os beijos seguiam o pedido, vagarosamente ardentes. Contornaram, cerimoniosos sem sentir a flor, deslizando-se para a outra virilha. O aroma próximo o provocava e chamava, pedindo. Assistia às contrações naturais, acatando ao convite com suavidade, movendo a sua boca sedenta pelo gosto que provava. Devagar.

O comentário tirou um sorriso dos lábios cheios e ela desviou o olhar tímido. Encostou seu rosto deitado ao colchão macio e fechou seus olhos pelo suspense que ele criava. Havia pedido devagar, pensando na cautela com seu corpo sensível, mas não na tortura que seria. Ártemis ofegava e gemia, despreparada para o que passou a sentir… O forte calor que crescia em brasas por onde ele tocava, deixando sua saliva e acariciando com sua boca maldosa; o sorriso malicioso ficou preso em sua mente e ela agarrou os próprios seios em uma massagem menos delicada, agarrando a pele com impaciência quando ele alcançou a flor molhada. O ar que passava por sua boca não atendia mais um ritmo saudável, dificuldade para administrar as reações fortes de seu corpo fizeram uma das suas mãos torcer o lençol acima de sua cabeça. Inquieta. A curiosidade não a deixou, abaixou seu olhar para enxerga-lo entre suas pernas… Bebendo do seu prazer cada vez mais presente, infinito, pedindo para receber… Quente, Caliente… Miados que fugiam dos seus lábios e a ponta de seus pés que roçaram ao perfil do corpo masculino. Querendo. Esquecendo completamente a timidez e insegurança… Quando voltou a fechar seus olhos, estava perto de ver as cores dos fogos de artifícios. – Ladi… – Arranhou o próprio abdome.

Queria poder se afogar no mel docinho de Ártemis. Havia um prazer singular em vê-la se perdendo em suas carícias, soltando-se e vivenciando-a desacanhada. Ele estava quase disposto a deixá-la alcançar os ápices do prazer sem ele, mas conteve-se quando chamado. Ladirus afastou a boca, mas não sem pousar beijos úmidos. A sua língua deslizou pelas pétalas de flor, engolindo a doçura, ofegante. Precisaria se controlar, sabia. Sentia-se terrivelmente sensível enquanto engatinhava sobre ela. Dessa vez, deitou-se, buscando por sua boca em vagarosos selinhos. Os seus lábios deslizaram suavemente até o pescoço da Kithain e o mordeu suavemente. As mãos novamente decoradas com afiadas garras se apoiaram no colchão. Tê-la abaixo de si já o enlouquecia. O corpo pequeno coberto pelo seu. Tão delicada. Fontes de prazer se roçavam, desejando-se. – Gatinha.. – Ele ofegou ao pé do ouvido dela. – Você me quer? – Ele a mordeu ao lóbulo da orelha, chupando-o. – Eu te quero demais… Demais… – Sussurrava entre suspiros. – Mas eu quero que você me sinta como desejar… – Ele desceu as mãos entre os dois, agarrando o próprio sexo e roçando-o em uma massagem à flor, mas soltando-se sem penetrá-la. – Me guie… Decida até onde vamos brincar… Sem pressa…

“Eu te quero inteiro”. Veio na sua mente, mas a impressão quando chegavam perto daquela parte é que nem eram compatíveis. O nervosismo a tomava, mas não forte o suficiente para dominar o desejo intenso da sua pele, que ele instigava quando se roçava ao seu sexo, fazendo-a gemer profundamente. Que aquelas paredes não fossem finas…
– Devagar, tá? Eu… – Reforçou, sentindo o corpo inteiro arrepiar em calafrios fortes, pedindo e implorando por ele dentro de si. – Só um pouco… E eu digo se dói… – Ela disse com seu rosto corado, descendo as mãos por suas costas quando o beijou sem ar antes que aprofundassem. Suas mãos pararam firmes aos quadris dele, apertando-o e sentindo-o vir… Sem pressa… Ofegava agitada. Entrando… Ergueu seu pescoço e cedeu a expressão do leve incômodo. Sensação diferente. Prazerosa e dolorida. Seu coração disparava. Afastou-o de volta devagar, dando-se um tempo, e então o pediu dentro de novo, um pouco mais que da primeira vez… Ela gemia, suspirava, ansiosa e desejosa. Paciência… Deixando-o entrar e sair devagar, em tentativas lentas, até que se acostumasse e o estado dolorido e de ansiedade fosse cedendo… Abrindo-se… Beijando-o momento em outro, tocando seus cabelos entre os dedos, encarava-o, rompendo seus receios lentamente e permitindo-o cada vez mais dentro de sua flor.

Eu vou morrer. Ladirus se convenceu. Meu Deus. Ele ofegava, fechando os olhos fortemente a cada vez que a sentia pedindo, experimentando deixá-lo e aprofundar, mas recuando. Eu estou sendo torturado. Se não bastasse avançar dentro da sensação quente, úmida e muito apertada, ainda ouvia os miados excitantes bem no seu ouvido. Eu vou morrer. Estou enlouquecendo. Ele gemia, agarrando-se fortemente no acolchoado. Devagar era a palavra do seu momento. Sentia-se tremendo levemente nos braços rijos, desejando intensamente avançar, mas se lembrava dos conselhos e da possível dor que ela poderia sentir. Observava-a com aquelas expressões instigantes. Quase, quase. Resfolegou, sentindo-se lavado em seu próprio suor e o dela. De novo, avançava. De novo, recuava. Quase. Quando se sentiu por completo dentro dela, Ladi não se moveu. Beijou-a em seu rosto e buscou por seus lábios, aguardando-a se acostumar com a sensação de tê-lo dentro de si. – Gatinha… – Ele sussurrou, ofegante. – Você está me matando

O trabalho de paciência diante de pura tortura disfarçada de prazer. Ela não mediu controle para que fosse da maneira que se encontrasse confortável, apoiando-se na confiança que tinha em Ladi. Quando o teve inteiro, suas mãos subiram pouco gentis pelas costas dele, Ladi não sentiria suas garras, mas era prazeroso roçar suas unhas felinas na pele clara. Quando sua perna direita o envolveu, a cauda negra havia se agarrado a esquerda dele. O comentário dele a fez sorrir brevemente, insegura, mas tão inundada pelo prazer que não quis deixar-se levar pela timidez. A experiência era nova, excitante, apertada… Ele estava inteiro, dentro de si, e aquela sensação era perfeita quando se acomodou. Sentia o suor dele com suas mãos e os cabelos negros estavam inteiramente úmidos… Sentimentos naquela ligação… Intenso… Profundo… Seu corpo não se acalmava e pedia o seu fim. “Acho que não vou sobreviver”… – Você quem vai me matar, não sabia? – Disse manhosa – Eu quero te sentir… – Ofegou, descendo suas mãos de novo à cintura dele pedindo o movimento devagar, indo e vindo, sentindo seus corpos roçarem, indo e vindo, para se entregar a massagem menos lenta… indo e vindo… para encontrá-lo no mesmo pilar enquanto mordiscava seus lábios em busca de prazer.

Cruel como uma gata. Ladirus a descobria particularmente observadora, direcionando o que gostaria de sentir e instigando-o com o que notava das suas reações. Essa voz de manha. Ele fechou os olhos com força ao sentir a mordida e ofegou. O seu suor se misturava com o dela e os seus corpos praticamente escorregavam a medida que ele se movia mais intensamente, acelerando os movimentos ao que a sentia confortável com a penetração. Sentia-se tão distante com ela. Tão longe de toda a banalidade do planeta, vivenciando um momento único com os seus corações unidos. Ladirus se sustentou em um único braço, soerguendo-se levemente e ergueu a mão, escorrendo a mão pelo ventre feminino até alcançava ao ponto sensível, massageando-o conforme acelerava ainda mais os movimentos do seu quadril…

Quando parecia ter alcançado o máximo do prazer que poderia ser oferecido, Ártemis sentia-o se movendo, ajeitando-se, assistia seu braço forte e o corpo escultural se posicionando para tocá-la enquanto a penetrava… A Changeling não saberia explicar como recebeu aquela sensação, mas foi intensa como o ritmo acelerado da sua respiração e batimentos. Aqueceu sua flor, por fora e por tudo que ele tocava por dentro… Agarrou-o mais forte e fechou seus olhos. Não estava preparada… Não estava. Seus gemidos soavam menos comportados a cada mergulho em seu corpo molhado, mais intensos quando a sensação a dominava, as unhas em sua pele branca anunciaram o que ela não conseguiu dizer com palavras, pois o ápice veio rápido, forte, repentino, estremecendo-a inteira ao se agarrar forte a ele, como se precisasse de minutos para ter ideia do que acontecia com seu corpo e as explosões e contrações… Os segundos mais longos e mais curtos da sua vida… O gosto do êxtase nunca foi tão doce, fazendo-a se perguntar se realmente havia o tido anteriormente… Estava junto dele… Havia o sentido inteiro… Havia se libertado inteira.

Ele também não conseguiu se segurar, embora tenha tentado. Cada gemido era uma cruel e forte instigada em sua chama já ardente. Chegou até a ter dúvida se havia tomado uma decisão correta, pois no instante que os deliciosos gemidos soaram mais altos e a leve contração o apertou, não houve mais resistência que existisse. Deixou-se ir, gemendo igualmente. Inundava-se de amor. Tenro amor cálido, bombeado por um coração desesperado. Os seus movimentos relaxavam aos poucos, sentindo os espasmos prazerosos de ambos e desabando sobre ela assim que assentiu relaxar. Ladirus fechou os olhos, ouvindo apenas o seu coração batendo e o dela parecendo uma resposta, tão acelerado quanto. Somente então pensou no escândalo, mas o pensamento foi breve demais para cair em reflexões… – Gatinha… – Ele sussurrou, tomando fôlego. – Você está bem…? – Ele afastou delicadamente o quadril, escorrendo para se deitar ao lado dela. – Mi amor…? – Beijou-a no rosto, demorando-se e sentindo a pele úmida e macia.

Até quando ele se afastou foi uma tortura difícil de lidar. Ela o escutou e olhava com os olhos despertos… Cobriu sua boca e fitou a parede acima da cabeça deles quando se deu conta de algo. Apenas não conseguiu se sentar pois o corpo estava relaxado demais para uma reação rápida. Ártemis fechou os olhos e continuou muda… Tocou o próprio rosto e tentava lidar. Forte. Aproximou seu corpo do dele  e se encolheu ao seu corpo. Desnorteada. Abraçou-se ainda sensível e só então, pareceu recobrar sua voz… – Estou… Cariño… – Ofegava, aos poucos voltando sua respiração pelas narinas. – Eu acho que sim… – Olhou o próprio corpo – Eu não achava que podia ser tão… Intenso e… – Tornou a fita-lo e sorrindo timidamente ao final – E prazeroso…  Eu… – Piscou os olhos devagar e olhou ao redor, parecia ainda não se achar; e retornava aos olhos pequenos.

– Você está tão linda… – Os dedos dele a tocaram no rosto, afastando os fios da pele úmida delicadamente. Os olhos seguiam as suas expressões, tentando desvendá-las. Ouvir a sua voz querida fora mais do que um alívio. Ele mordeu o lábio quando ela sorriu, segurando-o com os dentes antes de soltá-lo e beijá-la num selinho demorado. – Eu tenho certeza que… – Ele resfolegou. – … Não seria tão prazeroso… Se não nos amássemos… – Suspirou. – Eu te amo, Arty… – Abraçou-a, envolvendo-a. – Senti-me tão… Completo… – Ladi a beijava pelo rosto, acariciando-a em suas costas.

As palavras dele arrancavam sorrisos fáceis da Kithain, mesmo que tímidos. – Eu também… Me senti completa… Nunca achei que me sentiria assim… – Confessou e segurou o ar por um instante. Encolheu-se no abraço dele e ergueu a mão para tocar seu braço, desenhando na tatuagem colorida que ele tinha, muito mais luminosa no sonhar do que ele provavelmente teria noção. – Eu também te amo… Muito…  Muy… Mucho... – Suspirou e fechou seus olhos. – Você pode ficar por aqui até de manhã?

Abraçou-a mais forte quando ouviu as doces palavras. Ladirus piscou os olhos devagar, fitando as paredes. Uma pontada de angústia quis se aproximar do seu coração, mas ele a bloqueou, embora as lágrimas já estivessem em seus olhos. Tudo tão difícil. Ele suspirou. – Arty… – Ladirus sussurrou, deitando a cabeça no colchão e finalmente fechando os olhos. – Eu fico até você precisar ir, gatinha… – Ele a beijou aos cabelos, coçando o nariz pelos fios escuros e ainda muito perfumados.

Assentiu e ficou por alguns minutos quieta nos braços dele. Algumas coisas passaram em sua mente, mas não conseguiu achar formas de verbalizar. Seu coração palpitava cheio de prazer, mas uma angustia estranha acompanhava. – Queria que terminasse a turnê comigo… – Murmurou – Mas… Tudo bem… Você tinha razão… Eu só tenho tempo para essa agenda… – Sorriu brevemente, sem jeito quando o fez – Eu nunca dormi com você assim…

Ele abriu os olhos, piscando-os despertos, e suspirou profundamente, tentando relembrar os próprios compromissos… – Posso voltar. – Disse-lhe. – Eu posso ficar contigo até amanhã, eu não tenho nada. Depois de amanhã, eu tenho uma apresentação em um programa aí… E uma entrevista. Eu fico com você… – Ele inspirou. – Principalmente, se eu puder te ver se apresentando. – Ele sorriu, embora angustiado.

Corpo firme e abraço quente, não queria soltá-lo e isso era um sentimento de urgência. Beijou o centro do seu peito, no coração forte e continuou encolhida, voltando a não pensar em mais nada. Amava-o muito e era o que sabia naquele instante conturbado, cheio de sentimentos misturados. Era a presença que não conseguia nunca se dar o luxo de dispensar, pois era uma ligação intensa, mesmo com tanta distância, estava sempre próximo… E era desse sentimento que os meses e os minutos corriam como areia entre seus dedos. Ignorando qualquer sinal que ele não estivesse feliz somente com ela. Mas agarrou-se somente ao que tinha naquele instante, o calor… O amor…

Ladirus queria saber o lado dela, trabalhar possibilidades, mas ao mesmo tempo, estava ciente que nada sairia de uma conversa sem uma mínima reflexão. Não tinha dúvidas que era amado por ela. Sentia em seu carinho, na forma que se entregava em seus braços. Gatinha. Ele suspirou, fechando os olhos e entregando-se ao sono. Sentia-se preocupado o suficiente para também precisar afastar os pensamentos antes de dormir, embalado na respiração dela.

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