No Church In The Wild

Categorias:Romance
Wyrm

No Church In The Wild


Vestido um óculos de lentes redondas escuras e armações brancas e shorts pretos praianos, Rhistel batia os pés na piscina enquanto tocava o querido ukulele, experimentando notas e meneando a cabeça com os ritmos inventados. Estava relaxado, aproveitando do Sol ainda frágil da manhã. Estranhava que ninguém houvesse o chamado para lhe deletar tarefas em relação ao Caern e, pela primeira vez desde que Blair ganhou a casa, eles aproveitavam da piscina.

– Bee… – Ele a chamou, incerto se ela o ouvia em baixo d’água. Blair parecia uma sereia destacada no piso azul da imensa piscina e ele quase se esqueceu do que queria dizer, pois a imagem era estonteante de tão bela. Gaia. Eu namoro essa garota... Rhistel piscou os olhos vagarosamente, buscando se encontrar com realidade além da belíssima Blair Valerius. – Ladirus pousou aqui perto e ele não está sozinho.

Ela emergiu perto dele, agarrando-se na beirada da piscina e livrando os olhos da água. Blair ofegou e o fitou com um sorriso fácil antes de pensar no que ele havia dito.

– Ah… – O sorriso se desfez aos poucos – Ele está com a Fayre. – Apoiou-se na beirada e saiu da água para se sentar na borda. Blair estava com um biquíni retrô, rosa meia taça, e a parte inferior de cós alto. Sentia-se confortável em usar, pois bronzear-se nunca era uma opção. Ela protegia-se dos raios de Sol com um campo de Força e absorvia muito pouco, apenas para se nutrir. – Eu a localizei um tempo atrás, preocupada… Achei estranho ela estar na Gruta de Juno, e… Descobri que Ladi estava com ela… Porque ele foi a única pessoa que suspeitei. Faz poucos minutos que descobri.  – Confessou, sem conseguir se ajudar. – Acho que teremos problemas futuros, Rhis… Eu não estou entendendo nada o Ladi. É estranho se eu ficar chateada com ele? Eu sei que eu não tenho ideia e não posso julgar… Mas, me parece tanto problema que poderia não ser convidado. Mas é melhor sabermos primeiro o que houve.

Rhistel esticou o braço e colocou o instrumento musical no chão, longe deles. O Dragão de Gelo a fitou com um olhar semicerrado e pensativo, até sério demais antes de suspirar e lançar o pescoço para trás, fechando os olhos. – Ah, Bee… Eu não sei mais o que digo para ele! Ele fala e faz tudo ao contrário! – Sussurrou, irritado. – Não é estranho. Eu também estou. Sabe… Eu não queria que ele machucasse ninguém, mas principalmente, eu odiaria que isso causasse de novo uma briga entre os meus irmãos. Você viu como resolvemos as coisas quando o sangue sobe, não é? E isso é incomum. Raramente brigamos, mas o Ladirus está brincando com fogo demais. Eu vou deixá-lo apanhar da próxima vez. – Disse sem firmeza na voz. – É o que ele merecia.

Sabia que uma nova briga o afetaria, assim como todos os outros. – Ladi me parecia tão autoconsciente. Espero que ele saiba das consequências de tudo… Não tem como ficar falando… Ele precisa saber o que faz, e elas também. – A maga pegou o copo ao lado e bebeu do canudinho decorado o refresco de manga. – Desde o Solstício parece que todos resolveram trocar os pés pelas mãos. Eu estou feliz por estarmos juntos… E que estamos bem… – Um sorriso selado se desenhou nos lábios e ela deixou o copo de lado.

– Normal de Solstícios de Verão. – Rhistel disse com um humor maldoso no riso. – Eu andei observando muitas coisas. Mas no geral, eu acho que o que é mais preocupante é o Ladi e as suas confusões…

– Vamos ver no que dá… Ela…

– Olhou para frente e viu Audrey caminhando com passos rápidos e apertados. A maga viu Rhistel e Blair, mas por um instante seguiu reto. Parou no segundo instante e seguiu na direção deles.

– Blair… Rhistel… – Fayre desfez do próprio abraço para acenar aos dois e se sentar à beirada piscina. – É… Eu… Aconteceu algo… Eu sumi e…

– Eu sei que sumiu… O que houve? – Blair perguntou.

– Eu assassinei alguém na costa… Quase morri… Ladirus me ajudou… E…

O Dragão moveu os óculos para o topo da cabeça, observando a bela Maga eufórica. Rhistel se virou para Blair e se ergueu da piscina, caminhou até a camisa de berro e encheu um copo do refresco, retornando para perto das suas e entregando o copo para Fayre:

– Você pode respirar. Não tem problema. – Ele disse, franzindo o cenho e esboçando um sorriso sem graça. – Você sumiu, assassinou uma pessoa, quase morreu, Ladirus te ajudou… – Ele citava, assentindo. – Wow. Ladi deve ter ficado muito feliz em te ajudar.

Fayre aceitou o copo, mas não se demonstrou amigável ao comentário de Rhistel, fechando a cara.

– Você quer dizer que eu estou querendo só chamar atenção?

– Você podia ter me chamado… – Blair se intrometeu e a olhou sem ânimo.

– Ok… Eu vou explicar. – Tentou organizar sua mente – Eu estava em alto mar, eu não tinha ideia se podia invocar sua ajuda. Eu tenho certeza que você nunca buscou alguém tão longe da terra. Foi mais fácil pensar nele. – E bebeu longos goles do suco.

Blair se entreolhou com Rhistel no meio tempo. O Dragão de Gelo não estava nada convencido da desculpa, mas decidiu não discutir a respeito.

– Começa do início… – Perguntou calma – Por que estava no mar?

– Eu estava na coca. Eu aceitei uma festa com alguns fãs que estavam na Ilha. De repente eu estava em um barco… Eu não lembro de muita coisa. – Explicava rápido, sem olhá-los, os orbes voltados para o céu – Eu vi uma aparição… Ela me mostrou um cara que estuprava e matava meninas… Ele estava com uma vítima… Eu simplesmente o matei.

– Pelo menos, você não precisa sentir a consciência pesada… Eu teria feito a mesma coisa. – Rhistel disse, olhando-a com seriedade. – Eu teria mastigado e cuspido, já que essas pessoas têm um gosto péssimo.

– Você se livrou do corpo…? – Blair a olhou séria e preocupada.

– Não… Eu só saltei, danifiquei todos os aparelhos, e comecei a nadar… Achei que dava conta de chegar à costa, mas não consegui. Ele foi a primeira pessoa que me veio na mente… – Fayre relatava séria, mas a última frase veio de um sorriso que não deveria estar ali. A voz até ficou mais calma: – Ele me buscou e me levou a gruta. Porque eu estava machucada. Eu não conseguia me mover… E foi… Isso… Essa parte pelo menos. Depois eu me curei… – Bebeu outros goles longos. – Por favor, não me julguem… Nem contem para ninguém. Eu não quero colocá-lo em problemas… Não é a minha intenção. Eu não consigo deixar de pensar nele… – Expressava-se com seus braços, levando a mão até o peito e afastando – Eu nunca estivesse assim antes… Parece uma abstinência insana.

– Ahm… – Rhistel inspirou, fazendo uma pausa. Muita informação de uma vez. – Bem. – Ele olhou de um lado para o outro. – Primeiro, esse barco não pode ser deixado do jeito que ficou… Para a sua segurança. – Rhistel se entreolhou com Blair antes de continuar. – Segundo… Nós não podemos te julgar…Sabe… Não é como se fôssemos certos. Ahm… – Ele coçou as costas, franzindo o cenho. – Não é como se fosse uma novidade, né… Vocês não são muito discretos quanto estão se olhando. Não era nada impossível de se prever. Vocês se engolem com os olhos… Parece que uma fogueira vai surgir ali, repentinamente… – Rhistel arqueou as sobrancelhas. – Ele vai terminar com a Arty?

Blair escutou a última pergunta e não tinha ideia de onde a história pararia. Quando se voltou a Fayre, ela estava com seus lábios entreabertos e pensando na melhor forma de dizer:

– Não… Necessariamente…

– Vocês vão ficar escondidos? – Blair abriu bem os olhos.

– Mais ou menos… – Olhava-os desviando apenas vez e outra – Eu vou ver se… Hm… Talvez eu possa eu ficar com eles?

Blair primeiro ficou vermelha e então pareceu se engasgar com a própria saliva. Não devia estar surpresa, mas estava e muito. Quando conseguiu se recuperar, foi apenas para perguntar:

– Vocês conversaram sobre isso?

Fayre assentiu.

– Um pouco de sugestão dos donos da casa também… – Apertou os lábios – Antes de gravarmos o clipe.

La-di-rus! Rhistel imitou mentalmente o jeito de Nyra de dizer. Minha Gaia, você não para de me surpreender!!! Poliamor?! O Dragão de Gelo pestanejou e pigarreou. – Eu estou tão acostumo a ver os Versos da Magia juntos que eu nem consigo achar estranho e me esqueço que a relação deles é um poliamor. – Declarou, franzindo o cenho. – Eu não tenho nada contra. Amor em grupo é muito legal. Por lógica, isso resolve todos os problemas! Mas… – Ele cobriu a boca com a mão. – Olhe, Fayre… – Rhistel tocou o ombro da Maga com a sua mão gelada. – Prometa para mim que se isso acabar, por ventura, dando certo… Que vocês não vão sair mostrando por aí… Assim, falem comigo antes… – Ele arregalou os olhos. – Eu não sei como os meus irmãos encarariam essa ideia, não. Eu tenho medo. Um medo real. – Rhistel pensou. – É capaz que eles aconselhem Arty a largar o Ladirus e que fique só contigo. – Disse, franco. – Mas é capaz que eles surtem. Eu contaria com a segunda opção.

– Existe um problema caso isso dê certo? – Fayre riu descrente – Eu ainda estou preocupada com a possibilidade de dar errado! Mas… Qual o problema? – Arqueou a sobrancelha – Meu Deus… Ela é menor de idade? – Sentiu-se ficar branca.

– Não… – Blair disse, assustada por um instante também – Ela é maior. É que… Connor, Tay e Ross não pensam assim… Ela deve ser uma pérola na concha ainda… Para eles. Mas eles saberiam que o Ladirus não está se aproveitando… Não é? Eu acho que ele não está…

O comentário de Blair gerou um sorriso selado de Rhistel. Ele a olhou sem dizer nada, mas o sorriso pendurou comicamente em seus lábios avermelhados.

– Ah… – Fayre ajeitou o cabelo atrás da orelha – Ok… Mas o que eles podem fazer se ela quiser? Quero dizer… Eu não ligo de ficar em silêncio… Mas isso só vai acontecer por um tempo… As coisas correm rápidas por aqui. Capaz que ela queira falar! Se isso der certo… Claro… Gaia… Eu odiaria ficar em má consideração com um dos seus irmãos. Eu nem o roubaria dela… Eu só aceitei porque eu sei o quanto ele ama a nós duas… Eu acredito no Ladi… Eu não sei porque, mas eu acredito…

– Ahm… – Rhistel retornou a seriedade, levou as mãos aos cabelos, enrolando mechas em seus dedos enquanto se voltava para Fayre. – Eles são superprotetores com ela por vários motivos. Arty já passou por alguns apuros e perigos, então… É difícil para eles admitirem que ela cresceu e virou um mulherão. Connor costuma ser bem racional, mas eu não sei! Sei lá, eu acho que isso prejudica até ela, às vezes… É uma relação bizarra… Enfim, eles são pais dela… Ou… – Rhistel franziu o nariz, incomodado. – Não sei mais como eles se sentem. Eu sei, é bem estranho… É uma situação que exige muita paciência, sabe? Então, como o meu irmão e Arty parecem bem sem noção, eu estou pedindo para você… Caso vocês entrem em consenso, por favor, muita calma nessa hora… – Ele inspirou. – Eu tenho certeza que o Ladi é caidinho por vocês duas, mas eu não sei se estou mais surpreso com vocês dois ou com os Versos.

– É um… Tanto estranho na verdade. – Fayre confessou – Eu acho que não saberia lidar com sua família, Rhistel. Eu queria que Ladi soubesse, já que pode ser um problema… Mas pelo jeito nem ele sabe. – Concluiu respirando fundo e observando a piscina.

– É melhor seguir a sugestão do Rhistel… Antes de saírem contando por aí. Conversem e pensem bem… – Blair terminou seu suco. – Contem com os Versos também. Nyra é muito boa apagando incêndios…

– Tá. Mas isso se der certo… – Olhou-os menos animada – Eu não sei qual a da Ártemis. Ela pode achar qualquer coisa… E eu… Sei lá… – Encolheu os ombros – Eu sei lá o que ele faria se tivesse que escolher…

– Ele vai conversar com ela? – Blair perguntou curiosa, Fayre assentiu aos dois. – Quando?

– Quando ele achar o momento. Pelo o que entendi… Logo. – Respondeu incerta e fechou os olhos ansiosa – Eu queria muito que desse certo…

– Ladi não é de segurar um pensamento dentro da cabeça… – Rhistel disse, refletindo. – Olhe, Fayre. Você está preocupada com o que Ártemis vai pensar… Como Ladirus vai agir… Eu acho que você tem que pensar primeiramente como Fayre vai se sentir… Ahm… – Ele esboçou um biquinho torcido, fazendo uma pausa. – Você é importante, sabe? Tipo… Não é como se você estivesse apaixonada pela Arty… Isso pode surgir, sim, com… O tempo e até bem breve, mas… Se eu fosse você, eu teria deserta que sinto um tesão por essa garota antes que Ladi diga alguma coisa… Imagine, se não? Será horrível. Essas coisas só dão certo se todas as partes ao menos se desejem… – O Dragão de Gelo arqueou as sobrancelhas. – Eu acho que você deveria beijá-la primeiro… E… Dica: Ártemis é uma gata. Ela é literalmente uma gata. Uma fada metade gata. Gatos são desconfiados, mas ficam loucos com o desperta a sua curiosidade.

– ‘Tá bom. Confio em você. – Fayre riu e mandou um beijo a eles antes de caminhar em direção a casa. Quando ela estava longe, Blair fitou Rhistel e o beijou em um selinho demorado.

– Ela está feliz. Eu queria que ela estivesse mais consciente… Mas acho que tudo bem, não é? – Tocou-o no rosto carinhosa e sorrindo entre outro selinho, mas então se distanciou um pouco com o pensamento para outra direção ao se lembrar de algo – Você espera cinco minutos? Eu queria perguntar algo a ela… É sobre… Bem… Nada demais… – Falava ainda tímida, baixo – É o remédio que ela me indicou só.

O desejo que o seu corpo reunia ardentemente pelos selinhos calorosos encontrou uma espera em seu estado crescente. Rhistel a fitou com desconfiança, apertando os lábios corados. – Remédio? Ah. – O Dragão de Gelo assentiu vagarosamente. – Claro, Bee… Ahm… Eu vou ficar aqui, nadando… – Falava, meio aéreo. – Está tudo bem?

– É… Está sim. É só novo demais para mim. Eu queria encontrar outra forma… – Franziu o nariz – Será que tem problema esquecer de tomar um dia… ? É… Só umas perguntas, assim. – Sorriu e o beijou nos lábios, cada selinho um pouco mais demorado que o anterior. Ela suspirou antes de afastar um pouco o rosto – Mas… Se bem que… Deixa… Eu pergunto depois.

– Ahm… – Rhistel a olhou, pensativo e preocupado. Esquecendo…?! – Bee. Eu acho… Melhor você falar com a Nay ou com a Annik. Elas não tomam essas coisas agressivas e não precisam ficar se lembrando também. Pelo que Nay me disse, é mais simples. Elas tomam só nas semanas de isolamento… – Ele apertou os lábios, fitando a Maga. – É melhor, ‘tá? – Encarou-a, querendo rir. – Não me assuste, Bee… Não me assuste… – Ele a beijou num selinho demorado. – Mas depois… – Trouxe-a para perto. – Depois… – Sussurrou, buscando pelo beijo mais profundo…




O corpo humano magrinho escondia uma alma de gordinha. Destiny Collins até se sentia melhor com a sua forma feérica longe dos olhos dos demais, podendo-se sentir apenas a moça de cabelos longos, loiros e tingidos, perfeitamente lisos, bata azul regata, saia justa preta e um coturno preto feminino de salto agulha peep toe – as vestes mais novas do seu guarda roupa. Sentia-se linda. Ou quase isso. Uma curta caminhada no castelo a fez perder um pouco das esperanças da beleza perfeita, se já não bastasse a presença de Mary Ann e Susana. Amigas muito bonitas deviam ser proibidas, mas… Estava feliz que não estivesse sentindo aquele climão horrível entre Mani e Sunna.

Elas se encontraram com ninguém menos que Aisha Arnezeder, que lhes deu um tchauzinho rápido, Daisy Blanc, Jéssica Forbes e Nicole Strauss! Wow! Divas do Instagram! Maravilhosas! Ah, só eram lindas mesmo. Não faziam nada demais além disso. Só Aisha era uma cantora incrível, embora Ártemis insistisse em dizer que não.

As surpresas continuaram no longo corredor e nos quadros. Quadros de estrelas. Dessie conhecia todos. Na verdade, já havia ouvido falar do famoso corredor do castelo e dos lindos quadros de Mia Volkov, a noiva de Alex Blackwood! O mais recente: a sorridente Blair Valerius gesticulando com coração com os dedos, posicionado ao lado do de Rhistel Kardigan, o vocalista da Heathens, rosnando. Destiny já sabia de todos os babados. Esse detalhe só os reafirmava.
– Eu conheci Blair. Fiquei tão emocionada. – Mary Ann disse, alisando o seu vestidinho branco de tricô, fechado e polido, alcançando os seus joelhos. – Blair e Rhistel são o meu shipp eterno. – Confessou. – Eles são tão lindos, Dessie. Eu inspirei glamour perto deles! Blair tem um sorriso cativante e Rhistel a olha como se estivesse flutuando.

– É, eu não sei não… – Alicia ajeitava os cabelos ruivos através do reflexo dos quadros. – Parece que todo mundo é safado nessa ilha. Eu achava isso até conviver um pouco com eles. – Ela suspirou, impaciente. – Tudo assanhado! Amor… – Fez um muxoxo.

Mesmo que nada fosse seu, ou de parente seu, Ártemis tinha um orgulho em exibir aqueles cantos para as meninas. – Aqui é a sala de cinema. Eu já vim duas vezes, e assisti com todos eles. – Mentiu somente para vê-las impressionadas, bocas abertas e perguntas em mente.

– Eu nunca imaginei que conheceria esse lugar. Eu lembro da época que saiu em todos os sites. – Leah se recordou das capas de sites e revistas. – E agora temos uma chance…

– Eu também não acredito que a Ártemis está namorando um famoso. Você não é muito popular nem na escola… – Susana comentou, espiando uma sala com diversos aquários.

– Vai se acostumando. Porque eu sou. Popular e famosa, as pessoas só vão ter mais noção disso com a nossa girlband.

Leah se arrepiava quando pensava no projeto.

– Queria entender melhor… Apenas… Me parece um contrato sério.

– Não se preocupe. – Ártemis entrou na sala cheio de puffs entorno de um lustre, com grandes janelas para o jardim e se jogou em um deles. – Aisha colocou um advogado para que não sejamos enganadas. Ele vai ler todos os acordos e é isso.

– Nossa! Aisha está nos ajudando…

– Eu disse que sou importante! – Pegou seu celular e enviou a Ladi “Chegamos!”  – Vocês todas ensaiaram bem?  – Perguntou a Leah, Destiny e Alicia. – Se vocês forem mal, capaz que nem santo ajude, tá? Ai não adianta ser amiga de ninguém.

Destiny assentiu rapidamente, mas estava distraída demais com as maravilhas do castelo. Reconheceu a sala de pronto. Praticamente todo mundo tinha uma selfie naquela sala! Ela se aproximou da varanda e quase perdeu o fôlego e voltou correndo com o celular na mão, folheando fotos.

– Queria saber por que o Ladi chamou a Leah e a Mary para o videoclipe e não me chamou. Isso foi esquisito. – Alicia olhou de Leah para Mary Ann. – Eu não entendo.

– Vocês são amigos? – Mary Ann perguntou com delicadeza.

– Não, mas isso importa? Sou amiga da peguete dele. – Alicia se voltou para Ártemis e depois para Leah. – Como foi?

– Sabia! Sabia! Sabia! Olhem essa foto do corredor! – Destiny voltou as meninas para mostrar a tela do celular. – Agora, olhem essa. – Ela cobriu os lábios. – Tiraram o quadro da Aurora Alighieri da parede! Até isso! ‘Tô morta e enterrada.

– Sério? – Leah riu, perguntando incrédula. – Eu a sigo desde ontem. Ela está em Paris, namorando um estilista. Será que é melhor eu dar unfollow?

– Eu acho melhor, Leah. – Destiny afirmou, franzindo o cenho. – Se até tiraram o quadro. Eu a admiro muito, mas não sigo desde ontem.

– Eu não sei, mas pelo jeito eles excluem quem não está de acordo. Alicia nem foi convidada. – Susana analisou.

– Está me chamando de feia? De gorda?! – Alicia se ofendeu, abraçando-se.

– Hey! Hey! – Ártemis estalou os dedos – Vocês me ouviram? Eu perguntei se vocês ensaiaram! Principalmente você, Destiny? O que vocês vão apresentar?

– Ah… Uma música da Nyra! – Leah disse ao voltar prestar atenção.

Destiny fitou Ártemis com os olhos semicerrados enquanto assentia vagarosamente. – Ensaiei desde que você me avisou. Ou seja, muito. Estou cantando em todo o lugar… Até na padaria. Talvez alguém já tenha me filmado. Eu vou cantar uma da Fayre.

– Eu vou cantar uma da Aisha, claro. – Alicia disse, aprumando-se.

Mary Ann sorriu seladamente para elas, observando-as:

– E você, Arty…? – Perguntou-lhe.

“Nós vamos de helicóptero. Eu estou indo pra lá”, Ladirus respondeu.

– Bem… Não sei qual eu vou cantar ainda. Vou me inspirar na hora. – Ártemis disse, olhando o celular e se erguendo para caminhar e ser seguida. – Olha. Vamos ao heliporto.

– Como assim?! Só na hora? – Leah assustou-se – Não vai estragar tudo, Ártemis.

– Até parece… – Fitou Leah por cima do ombro franzindo o nariz – E o que a família de vocês achou disso?

– Ah… – Leah inspirou – Meu pai… Acha que é mais um teste. Eu não soube dar a dimensão de tudo… Acho que ele não entendeu. Ele não se recorda de ninguém famoso, nunca. Quase que esqueceu que eu não ia com ele vender pipocas.

Ártemis segurou um riso apertando os lábios.




Pode ficar tranquila que já está tudo resolvido, Rey”, Ladirus escreveu à Maga, enviando também alguns emojis enviando beijos de coração. O Dragão guardou o celular no Umbral, pois estava completamente molhado novamente do exercício de ocultar os rastros da empreitada de Fayre.

Mordendo a âncora, ele havia arrastado o iate festeiro para o Porto desértico da ilha, ancorando-o nele. Nyra e Annik lidaram os sobreviventes e Ladi levou o cadáver do estuprador para o fundo do mar, entregando-o como alimento para a vida marítima. A urgência deixou todos calados, comunicando-se apenas o necessário. Eletrônicos, câmeras e celulares recolhidos. Eles estavam drogados e qualquer desculpa seria aceita. Depois de certificarem mais de uma vez que as pistas de Fayre e do sobrenatural tinham sido apagadas, apesar do surgimento de mais um cadáver entre os festeiros, eles retornaram para a Casa de Vidro.

Ladirus sabia que a sua bronca estava apenas adiada, mas estava mais do que pronto para ela. Afinal, não se arrependia. Os gostos do corpo de Audrey ainda estavam em sua memória, assim como todo o momento quente e carinhoso. Ladirus se sentia até relaxado, como se pudesse flutuar em vez de pisar no chão. A quentura em seu coração gerava prazerosas palpitações em seu peito. Não sabia o que Nyra pensaria sobre isso e o único assunto que lhe veio à mente para quebrar o gélido silêncio não tinha nada a ver com Audrey ou a missão de ocultar o assassinato…

– Sophie voltou. – Disse-lhe, olhando-a. – Ela está com a Julia. É bom, né? Já que logo o bebê nascerá…

– Que bom! – Annik disse, cruzando os braços. – Eu já estava com saudades dela.

Todo o trabalho nas primeiras horas do dia não foram seus planos para um início. Estava com seu corpo cansado e um leve mal estar por todo o cenário enfrentado. Com fome, mas adiaria a comida para depois do banho que tomariam apenas para se livrar do sangue e impressões. Quando retornaram para a cozinha, o assunto Sophie surpreendeu a a Theurge positivamente.

– Sério? – Nyra vestia o roupão do banho ainda, mas os cabelos e a maquiagem vestidas, como se não pudesse ter escolhido alguma roupa no meio tempo. – Ela deve ter mandado mensagem… – Espiou o próprio celular – Isso é bom porque ela é alguém confiável, e o tipo de pessoa que precisamos na Ilha. E ela é uma das poucas pessoas que a Julia e até o Jullian ligam… Então…– Comentou, comendo uma colher do cereal cheio de frutas – É muita coisa. – Os olhos cinzas retornaram com mais cuidado a Ladi, respirou fundo e moveu o leite com a colher – Bem… O que você está pensando em fazer?

Ele ergueu os olhos para ela enquanto secava os cabelos úmidos com uma toalha. O de escanteio, malicioso, se esboçou de uma forma que Annik já esperou qualquer resposta. A Ragabash caminhou pela cozinha e pegou um pão de forma para comer com requeijão.

– Fazer? – Ladirus perguntou, franzindo o cenho.

– Ah, Nay… Era melhor falarmos com Sophie. As coisas por aqui estão bem mudadas. Ela pode estranhar, sabe… A Blair. Poderíamos chamá-la para sair. Eu queria comprar umas coisinhas… – A Ragabash sorriu para os dois e seguiu em direção à sala, ligando a televisão.

Os olhos puxados do Dragão a seguiram e retornaram depois à Nyra:

– Sophie vai ficar bem surpresa com tudo isso. – Ladirus riu, sem jeito, abaixando a cabeça. – Eu preciso levar Arty e as amigas para o teste hoje… – Comentou, mordendo o lábio. – … Então… Eu… Preciso de uma oportunidade… Para conversar…

Acompanhou Annik se afastando e disse:

– Sim. Eu vou convidá-la para sair mais tarde. – Se voltou a Ladirus. – Bem. Ela não vai ficar metade surpresa igual eu tenho ficado, Ladi. – O olhar de Nyra vagava entre preocupação e tédio. Mas então respirou mais calma, como se não houvesse outra saída além de compreender. – Você não vai terminar com a Arty, né? Que tipo de conversa você está pretendendo exatamente…? Me explica como está a situação… Com a Fayre… Porque eu não sei de mais nada

Ele se aproximou dela, tímido para falar – mas convencido também que não adiantaria sussurrar, afinal Annik era uma loba. O Dragão mordiscou o lábio de novo e desviou-se para o teto. – Eu não vou terminar com a Arty. Eu sou apaixonado por ela. – Declarou, firme. – E ela por mim… – Ele se voltou para Nyra. – Eu enviei um video para ela esses dias… Um vídeo… Pessoal. Eu não posso te mostrar, eu acho, mas… Eu e ela estamos muito bem. – Contava. – O problema é que Rey… Audrey… Não saía da minha mente e eu ficava tenso perto dela. Ela acabou nesse problema aí com esse cara e o matou e me chamou. Ela tentou nadar e não conseguiu. – Ladirus suspirou. – E… Nós nos beijamos. Eu senti algo completamente diferente do beijo e tudo… Ah, foi o nosso melhor momento. Foi muito bom. – Resumiu. – Ela quer tentar… Conquistar a Arty.

Nyra não pareceu tão surpresa quanto deveria. Parou para pensar um segundo e concordou.

– Ladi… Primeira coisa, cuidado com esses vídeos. – Olhou-o desconfiada – Pessoais… Apaga do seu celular se você não quiser salvar. Você é famoso agora… – Franziu a testa – Ártemis… Gaia… Que surpresa. – Dedilhou o próprio rosto e o fitou. – Você está virando essas meninas de cabeça para baixo Ladirus. Eu estou preocupada… Com você e muito com elas também. – Fitava-o nos olhos – Segunda coisa… Saiba que as chances disso não dar certo… É maior do que dar. Entende? Elas parecem que estão dispostas a enfrentar tudo por você. Arty indo contra a família, Fayre dizendo que vai conquistar a Arty… Eu não quero te assustar… Mas sentimentos desgastam… Sabe? Você não pode ser mais descuidado. Você também está apostando alto, brigar com seus irmãos, ficar sem nenhuma das duas… – Confessou: – Eu torço para o que você deseja, mas estou com medo.

– Não sou famoso ainda. – Ladirus afirmou, mas sem certeza. Talvez no final de semana, eu tenha certeza. No momento, era a sua menor preocupação. – Na verdade, eu conheci a outra parte da família dela e eles me amaram. Os meus irmãos que estão se acostumando à ideia. – Explicava, coçando a cabeça. Nyra colocava tantos problemas na mesa que ele até se perdeu entre eles. – Eu confio nos sentimentos que temos… Eu acho que estamos bem. Se não der certo, ao menos tentei ser fiel ao meu coração.

Nyra o fitava atenta, e sentia tanta convicção que tudo iria andar certo quando ele falava, que quase desistiu de continuar falando. – Ladirus. Tem que tomar cuidado…! – Disse um pouco brava, mas apertou os lábios e falou mais baixo: –Eu acho que você precisa lutar pelo o que você sente, mas traindo a Ártemis não é uma solução. Você já pensou que em uma primeira briga a Fayre poderia jogar tudo na cara da Arty e as coisas irem de mal a pior, mesmo se começar bem? – Arqueou as sobrancelhas – Ártemis acredita que vocês estão namorando. Você sabe disso, não é? Eu sei que é difícil evitar essas coisas…  Eu mesma não sou um exemplo de nada…   Mas numa situação delicada dessas, é bom começar a pensar nos reflexos, eu pensava muito, muito mesmo.  São duas personalidades difíceis que você quer juntar, e seu coração não vai te ajudar nisso. Não nisso. Eu vivia em um campo minado com Meu Lobo e o Nathan… Eu tinha medo de perder qualquer um a qualquer hora, e isso podia acontecer, porque é um desgaste… Eles não se davam tanto assim. Mas eles tinham uma história antiga… Havia um carinho. As duas não tem nada… – Explicava com paciência: – E eu fui bem clara com os dois desde o começo… Você precisa dizer à Ártemis o que quer, não demorar, e se ela aceitar… Ainda é um caminho pra pisar em ovos, entende? Vai ter que acompanhar bem a reação das duas…

O sorriso selado de Ladirus se abriu de escanteio e ele franziu o cenho, descrente. – Eu não estou namorando ninguém. – O Dragão de Água o olhou na dúvida. – Eu não traí a Arty. Nós estamos nos conhecendo e está bem legal, mas… Calma. Eu tenho que pedi-la em namoro para acontecer, não…? Ou ela me perguntar. Nem deu tempo para isso acontecer ainda. Essa palavra trair é muito forte. – Ele expressou o seu desconforto. – Eu imagino que seja complicado, Nay, mas o que eu ia fazer? Continuar com uma e pensando na outra? Eu estou sendo sincero quando digo que gosto das duas. Você deve ter tido esse pensamento também. Eu imagino que não foi uma decisão nada fácil tentar incluir o Nathan, conhecendo o Jullian… Ah. – Ele cruzou os braços, meneando a cabeça negativamente. – A minha cabeça também foi bagunçada.

Nyra arqueou a sobrancelha e pareceu mais tranquila por achar que eles estavam se conhecendo… Ainda que fosse um pouco estranho, visto que Ártemis andava tão agarrada que parecia um namoro.

– Bem… Você tem razão… Mas ainda há uma imensa razão para alguém ficar chateado quando está saindo com alguém e você descobre que a pessoa estava vendo outra. Ok? Isso conta como traição. Não ache que títulos funcionam igual funciona para seus Espíritos. – Explicou, mas despreocupando-se. – Eu sei… A minha também era… Eu contei muito com a paciência deles. Era um malabarismo. – Tocou-o no braço fazendo um carinho – Fala com a Ártemis. Eu falei com o Jullian logo. “Eu quero, podemos?”, ele ficou um tempão pensando… E decidiu tentar… Daí, foi uma boa experiência e nos vimos de novo algumas vezes… Mas tudo assim… Com paciência. Aos poucos. E por favor… Se isso funcionar… E as duas concordarem… Fiquem um tempo em silêncio, tá? Até ter certeza que isso vai funcionar…

Ele assentia, concordando. Imaginava que fosse complexo, não possuía parâmetros para ter uma ideia sobre como seria. Havia uma tímida esperança dentro do seu peito Ele sorriu para o caminho dela, refletindo… Mas pareceu perder parte da cor ao ouvir silêncio. Silêncio era a palavra que não parecia combinar com Ártemis e Audrey. – Eu… Entendo. – Ele disse, pausadamente. – Você acha que o Tayrou vai me perdoar algum dia…? E que Connor e Ross entenderão? – Inspirou. – Não. – Concluiu, pensando. – Talvez seja melhor que ninguém nunca saiba disso… Nem dos plan-…

Ladirus calou quando ouviu um grito de Annik vindo da sala. A Ragabash correu até a cozinha e o sorriso contagiante, largo e belo, até fez o Dragão se esquecer do frio na barriga que estava o rondando…

– Venham! Está passando um dos meus novos comerciais! RÁPIDO!

Um comercial tão alternativo quanto o festival anunciado. Com uma espécie de biquíni colorido e um chapéu de cowboy, Annik dançava enquanto pintava notas musicais no ar. Era um comercial bem idiota na opinião do Dragão, mas a Ragabash estava deslumbrante como sempre.

– O que é? – Ladirus perguntou. – Que festival é esse?

– Coachella! – Annik sorriu para ele. – É muito, muito, muito chique.

– Você está linda. – Ladirus comentou a única coisa que valia a pena no comercial.

Annik sorriu para ele, gracejando.

Nyra interrompeu o assunto e se adiantou para a sala para ver o rápido comercial. Ela sorriu animada para as imagens, embora achasse pouca coisa daquela chamada.

– Eles tem sorte de ter você se exibindo. Muita sorte. – A única coisa que achava que valia a pena também. – Você está perfeita, como sempre. – Seus olhos se ergueram a Ladirus ao seu lado e sussurrou – Que ninguém fique sabendo mesmo… Pelo menos por enquanto… – Se voltou para a Ragabash – Vamos ver a Sophie, Annie?

– Eles me pagaram muito bem pela campanha. Remi disse que eu podia ter pedido até mais, mas eu fiquei com medo. – Ela explicou, animada e ergueu-se, checando-se.

A Garou estava com uma sandália rasteirinha branca e um vestido amarelo de calcinha curto e com decote em discreto rendado. A maquiagem já feita estava nude e discreta. Ladirus ficou pensando se a beleza da Volkov ajudara muito no amor da Theurge e sentiu esperanças que Arty também levasse isso em consideração. Audrey era linda.

– Vamos! Eu estou com tantas saudades da Sophie! – Annik animou-se, erguendo os braços.

– Eu vou com vocês e também sou um oi para ela. Ela está no castelo e eu já preciso ir pra lá… – Ladirus dizia enquanto avisava Ártemis.

– Tudo bem, vou apenas me trocar.

Seguiram para a ala reservada do Castelo, onde o pequeno apartamento de Julia estava situado. Havia reformado o local para ter a própria sala, quarto, banheiro e uma cozinha muito pequena e varanda, à pedido da própria Garou.

Antes de bater na porta, Sophie abriu-a por coincidência. A Garou usava uma regata branca e uma mini saia vermelha com uma corrente presa de um suporte a outro – no pescoço a gargantilha como coleira. O sorriso da Galliard se abriu para os três animada, e ela abraçou Nyra, depois Annik e por fim Ladirus.

Annik bateu palminhas, dando pulinhos enquanto a observava: oh, tão linda! A Ragabash a mirou de cima a baixo, sorridente.

– Que sorte achar vocês de cara. – Ela riu – Que saudades!

– Você demorou para voltar, So! – Annik lamuriou. – Aconteceram tantas coisas! Tantas!

Julia também se aproximou da porta e sorriu de canto, da sua forma cínica e discreta:

– Quanto tempo, Nyra. Annik.

– Eu estou aqui pela Sophie, Julia, antes que venha me dizer que eu não preciso vir sempre. Eu já entendi. – Nyra adiantou a explicação.

– Muitas coisas acontecendo. – Annik disse, pensando. – Eu sei tudo o que acontece contigo por causa de Mia e Nat.

Calado, Ladirus apenas as observava. Ele sorriu brevemente para Julia em um comprimento cortês e polido.

– Eu estava indo para o vilarejo. Mas vamos beber algo! Conversar. Quero tanto falar com vocês. Vem. – Sophie os convidou para entrar.

– Nós podemos ir ao vilarejo, se quiser. É um pouco esquisito quando vamos lá, mas eu ficaria feliz em ver as meninas… – Annik sorriu.

– Eu já estou de saída, Sophie. Eu vim apenas te ver. Tenho um compromisso importante. – Ladi lhe disse, abraçando-a mais uma vez. – Não faltarão oportunidades.

– Ah! Que pena. – A Galliard se afastou o fitando, olhando estritamente para os olhos puxados do Dragão, embora estivesse curiosa pelos braços que a apertaram. – Espero que sim. Você me parece bem, aliás. Foi bom te ver, Ladi.

– Eu estou bem. – Ele esboçou um sorriso de escanteio. – Você também parece muito bem.

– Vocês vão ao vilarejo? Eu vou também. – Julia os olhou. – Apenas vou me trocar.

– Ok. – Nyra concordou e desviou o olhar de Julia para Sophie, depois Ladirus. – Se cuida, ‘tá? Manda mensagem qualquer coisa.

Os olhos escuros do Dragão se demoraram em Nyra, absorvendo a sua preocupação e assentiu. Ele também a abraçou, beijando-se a fronte carinhosamente antes de se afastar.

Annik acompanhou a distribuição de abraços e também cobrou o seu, agarrando-o fortemente e beijando-o diversas vezes no rosto, fazendo-o rir.

– Lindo! – Disse-lhe. – Não vejo a hora de ver o seu videoclipe no ar! – Ela sorriu.

Ladi sorriu em resposta, apertando a bochecha esguia da Ragabash e acenando para elas antes de finalmente ir. Annik o acompanhou de afastando, erguendo as sobrancelhas e apertando os lábios finos.

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