Eyes Closed

Categorias:Romance
Wyrm

Eyes Closed


Chegava no ponto delicado em que começavam a apontar o dedo para o seu rosto e dizerem: “Chega, né?”. Ele apenas concordava. Restava-lhe poucos argumentos formados baseados em suas experiências ainda consideravelmente escassas. Ladirus se sentia nadando por uma correnteza que ele não conseguia subjugar e sendo acertado o tempo inteiro por todo o lixo marítimo que ela trazia, obrigando-o a recuar.

Facilmente se convencia da incapacidade de vivenciar como uma criatura tão complexa quanto o ser humano e a ideia de vestir para sempre a pele de Dragão chegou a ser sedutora, mas não forte o suficiente para abraçá-la. Pensamentos que ele não compreendia batiam à porta do seu inconsciente a toda hora, até que ele cedesse e abrisse, avaliando então o que faria da nova experiência, como lidaria e como processaria o resultado. Cada passo era uma dificuldade variável, mas ainda sim uma dificuldade. Havia observado os seres humanos e as criaturas derivadas por tantos anos que nunca lhe passou pelos pensamentos as dificuldades de vivenciar uma sociedade com tantas mentes particulares envolvidas, anseios e medos.

Ele não havia se dado ao luxo de se aprofundar em suas próprias convicções de certeza. Até por que, poucas restavam. Aconselhar sobre relacionamentos era uma rotina até fácil demais enquanto estava vivendo no rio. Abusava do pensamento lógico e comumente dizia o que o indivíduo precisava ouvir. As palavras que poderia dizer a si mesmo estavam ausentes. Ladirus não conseguia nem barrar a própria mente de pensar. Ansiedade? As canções queridas do seu irmão Rhistel até lhe chegavam como conselhos pessoais secretos. Ladirus estava no centro de um quadrado, receando pisar nas linhas que o rodeavam e acabar acertando alguém.

Sentou-se diante da praia próxima à Casa de Vidro. Ártemis havia seguido para o castelo, pois ainda precisava falar com Alicia e contatar Destiny. Leah e Mary Ann estava com ela, ansiosas por conhecer a famosa ilha das estrelas. A desculpa de “passe um tempo com as suas amigas” viera a calhar. Ele devia estar no fundo do mar, pensando, e não havia conseguido se isolar. Já não tinha esperanças de que se resolveria tão cedo. Quando mergulhou no mar e distanciou-se, assumindo o seu corpo original, os seus pensamentos ainda estavam presentes. Os mesmos. Um Dragão confuso. Ou muito certo que queria. Infelizmente, muito certo.

Quando ouviu a voz de Fayre em sua mente, a princípio teve certeza que eram os próprios pensamentos. Pensava nela. Pensava em Ártemis. Havia espaço para os amores dedicados às duas. Ao passo que desconfiou de suas sensações, atentou-se. O que raios estava acontecendo? Ele farejou a água e passou a nadar em uma velocidade sobrenatural. Fayre? Não tardou a encontrá-la. O Dragão de Água emergiu para a superfície e ergueu o focinho, posicionando-a abaixo dele. Sentiu um curioso choque ao fazer isso: fitá-la em seus olhos. Havia uma complexa sensação de nudez se apresentar com o seu corpo original. Sim, eu sou um Dragão. Os olhos animalescos a fitaram mudos e ele começou a retornar em direção à ilha, carregando-a como uma lancha veloz.

Parecia estranho pensar na possibilidade de morrer nadando, mas parecia mais impossível ainda continuar contra o mar. Seu corpo inteiro formigava e suas músculos dos braços e pernas queimavam. Sentiu-se especialmente idiota por não lembrar de pegar um colete salva-vida. Seu corpo começava a afundar pela falta de força e a segunda briga foi manter a cabeça à superfície para respirar. ‘Não desespere’. Repetiu isso tantas vezes que foi como chamar a própria sensação, pois sentiu ondas ficarem mais fortes, perder o eixo da sua direção e afundar na água por poucos segundos até o Dragão a erguer na superfície. O suficiente para que seu imenso corpo continuasse escondido… Havia-o feito buscar na Tellurian naquela forma… Deveria estar apavorada em enxergar aqueles olhos animalescos a encarando? Mas não conseguiu. Havia acabado de ser salva. Mas o Dragão… Tão perto e o próprio Ladirus, também a evitou de sequer piscar os olhos. Não foi levada para a praia turística, mas para a da gruta de Juno, onde olhos não humanos não podiam alcançar quando estavam na costa. Fayre tentou descer, mas as dores e a fraqueza muscular em suas pernas e braços foram tão fortes, que ela apenas caiu no raso ao tentar, deitando na superfície da água e fechando bem seus olhos e conseguindo apenas ofegar e sentir o coração palpitar pelos primeiros minutos.

Ele até tentava se afastar das tentações, mas as tentações insistiam em se agarrar ao seu corpo. Ladirus imaginou que também fosse causa da Esfera que morava em seu coração. Culpa da Nyra outra vez! Quando assumiu a forma humana, já começou a pedir desculpas para quem pudesse ouvir os seus pensamentos. Ladirus olhou para o céu e constatou que a vida deveria ser mais fácil quando o seu único trabalho era brilhar refletindo uma luz que nem era a sua.

A camiseta preta manchada de branco estava colada ao seu corpo, assim como a calça jeans. Correr foi desafio, mas o que não andava sendo um desafio? Ele se curvou para Fayre e a pegou no colo, ajeitando-a em seus braços que nem se esforçaram para sustentar o peso leve. Ele ofegava… de tudo. Nem queria se perguntar sobre o quê. Estava surpreso, assustado e outras coisas que preferiu não investigar. Perdê-la para o mar seria dolorosamente irônico…

– A gruta vai te ajudar… As águas são milagrosamente curativas. – Ele disse, olhando-a. – O que houve? – O que houve para eu estar sentindo o seu calor, aqui, tão perto…? Ladirus entreabriu os lábios, respirando o que o seu corpo pedia por. – Você está gelada. – Ele a ergueu de frente para si, de modo que abraçasse o seu corpo quente com as pernas e braços. – Me abrace..

A dor era tão forte que mal conseguiu erguer a cabeça para olhar o próprio corpo. Contou com a delicadeza de Ladirus em segurá-la e abraçá-la, livrando-a do frio que ainda a fazia tremer.

– Eu não sabia que… Nadar… era tão difícil. – Falou, fechando os olhos, pois recebia perfeitamente o calor dele em seu corpo. Corpo que conhecia bem e tinha saudades. Talvez fosse uma das últimas situações que o mais tivesse próximo possível… Ela o abraçou com dificuldade, e o segurou tão forte quanto conseguiu. Sentiu seus corações acelerados e observou a praia se afastando.

Não conseguiu prestar atenção em muitos detalhes, tinha certeza que nunca havia estado naquele local. A gruta começava com uma passagem estreita, curvilínea, e terminava em um salão oco de pedra e areia. A estrutura formava um adorno de pedra abobado e por debaixo daquele chão que Ladi pisava água potável nascia em abundância até formar uma lagoa mais a frente que terminava em um fino rio que dava para o restante da ilha da estrela. A coloração da água era tão brilhante, que iluminava o teto e decorava-o com nuances entre azul ardósia e céu, mesclado com o cinza das pedras e desenhando suas ondas sinuosas nas paredes rijas do teto distante do solo. A acústica fez sua voz ganhar uma força gentil: – Eu nunca vi… Esse lugar antes…

A voz bela dela o fez piscar vagarosamente os olhos. Sem refletir em nada com profundidade, Ladirus apenas caminhava, avançando. O lugar não lhe era estranho. Pelo contrário, diversas vezes procurara o silêncio do mundo e o canto das águas cálidas. Com passos gentis, ele buscou pela lagoa, sentindo a quentura agradável o envolvendo a medida que avançava mais. Poderia tê-la deixado conhecê-la sozinha, mas se descobriu sem conseguir soltá-la. Ladirus descansou o queixo sobre os ombros femininos e suspirou. A paz que o local proporcionava chegou a si, mas não deixou o forte coração menos agitado. A consciência emergia em si como uma agonia crescente. E se tivesse a perdido? – O oceano não aprecia que você tente tomá-lo. É muito difícil nadar em alto mar… Você podia ter se machucado… – Ele sussurrou, mas era o bastante para a sua voz causar um eco doce. – Mas… Não pense em nada agora. Feche os olhos e deixe se entregar. Deixe que tudo o que te faz mal deixe o seu corpo… E relaxe…

Fayre aceitou fechar seus olhos e se concentrar nas sensações quentes que o local trazia. Havia uma paz muito grande que seu corpo recebeu de primeiro… Usou sua esfera para se curar e o processo se iniciou com facilidade, como se a realidade aceitasse suas modificações sem qualquer agressão.

Audrey se manteve agarrada mesmo quando sabia que poderia seguir sozinha; seus braços por cima dos ombros fortes de Ladi e as mãos agarradas às suas costas. Ladi… Pensava no nome dele conforme sua mente tentava encontrar o norte e seu coração lhe dava uma trégua – ou o mínimo dela, pois as pulsações eram a única coisa que não diminuíam. Ela encostou sua cabeça ao ombro dele e se deixou ter alguma paz. Era tão quente e agitado tê-lo, ao mesmo tempo que era paz para sua mente, ainda que Ladi não fosse mais seu…

– Obrigada… – Tentou não se mover muito, respirar mais calma. A cura vinha ao seu corpo e já começava a sentir seus membros com menos dor. – Achei que ia conseguir… Não contei que ia ser arrastada… Eu… – Respirava devagar, afastando o rosto para o olhar – Eu não consegui pensar em outra pessoa…

Ironicamente calmo, apesar do seu coração nervoso bater rápido até demais. Uma calma estranha. Talvez a mente estivesse decidida a encontrar as suas confusões e somente se acalmasse quando saltava para dentro dele, mergulhando no tornado de emoções. Ladirus a ouvia quieto, de olhos fechados, mas afastou o rosto assim que ela o fez. Os olhos puxados buscaram para os dela. Próximo demais. Próximo do que era imprudente. Ele suspirou e entreabriu os lábios… – Seria um golpe incapacitante perder você… – Ele sussurrou. – Minha ficha não chegou a cair, mas… Não faça mais isso comigo. Eu sinto que você não estava fazendo nada que fosse saudável. – Resfolegou, observando-a silencioso por um longo instante. Ele se aproximou… – Eu gosto tanto de como os seus olhos são sinceros… – O nariz dele se roçou delicadamente ao dela. – … Desde a nossa última conversa, eu os vejo transparente como essa água… Como janelas abertas para piscinas escudas.

– Às vezes eu acho que não posso me ferir… – Sussurrou dolorida – Porque eu já sei como é morrer.

Ajeitou-se ao corpo dele quando seu nariz tocou ao dele, roçando na leve carícia. As mãos de Fayre também o tocaram mais carinhosas e subiram aos ombros dele. Seus olhos permaneceram aos dele igualmente, enxergando-o e abrindo-se da maneira que gostaria que ele a sentisse; eufórica e triste por tantas coisas.

– Eu não estou… Acostumada a me abrir… – Molhou os próprios lábios, com saudade dos dele – Eu raramente sei lidar com o que eu sinto… Nem sabia que você seria tão importante para mim, Ladi… Minha cabeça é uma bagunça… – Seus olhos se sustentavam ao dele, encarando-o de perto e sentindo sua respiração – Eu queria ter te dito tantas coisas quando eu tive chance…

Somos dois, girando nessa bagunça sem fim e sem começo, como um ciclo que apenas girava. Os lábios de Fayre eram finos, mas perfeitamente desenhados, Ladirus se viu fitando-os enquanto ela falava. Sentiu-se quente… Sentiu-se atordoado. A agonia do desejo transformava o seu semblante aos poucos, tornando-o dominado por suspiros. Nem reparou que a abraçava mais forte. – Eu ainda quero ouvir o que tem para me dizer… – Sussurrou, esbaforido. – Você não quer mais me dizer…? – Olhou-a. – Fayre… Você não me sai da mente desde… – Voce sabe… – O que eu deveria fazer? Eu não sei… Eu te vejo e tudo o que penso é o quanto sinto a sua falta… Parece que não vivemos algo… Que podia ser inteiro… – Ele resfolegou, Beijando-a em seu rosto demoradamente. – Ou eu estou louco…? – Ele desceu os beijos para o pescoço dela. – Fale para mim…

Seu coração batia mais forte vez e outra, a voz dele tinha esse feito de controlar a pulsação do seu corpo, o desejo, a vontade. O beijo em seu rosto foi uma tortura, e não pode conter o suspiro quando ele estava em seu pescoço. Incomodava-se com o tecido que cobria suas peles… Não tinha mais sentido estar ali, separados, e toda a reação possível foi negar sobre a insanidade. – Se você está… Eu também estou… – Sua mão o pressionou no ombro, subiu por seu pescoço e rosto… Pedia que aqueles beijos não parassem – Eu não quero me afastar… Eu quero que fique comigo… – Envolveu-o com suas pernas à cintura dele, colando seu corpo ao dele. A calma a pertencia em uma dose frágil demais quando encarava seu rosto e sentia seu corpo – Eu quero me abrir… Eu queria que me enxergasse… – Sussurrava – Eu tenho muitos medos, Ladi… Mas o meu maior agora é que não fique comigo…

Os beijos se transformaram em chupões quando se sentiu tocado. Ladirus gemeu. Não há fim para a minha chama? Eu não canso de ficar excitado? Não há fim para esses sentimentos fortes que sinto? A mente fazia perguntas sem respostas, mas não exigia a sua atenção. Ele a cercou pela cintura intensamente. – Eu não quero ficar longe de você… Está doendo ficar longe de você, te ver… Pensar que você pode encontrar alguém que não seja eu… – Lambia-a, beijava-a. Já sabia o quando aquele pescoço era sensível a toques e mordeu-a carinhosamente. – Rey… Eu nunca quis tanto estar com você… – Ofegou, afastando-se para olhá-la. – Rey, eu…

Se eu a beijar, eu vou me enrolar mais. Era uma certeza tão clara quando tivera no quarto. Aqueles olhos doces já diziam muito. O que seria se pudesse senti-la toda consigo? Ladirus respirou profundamente e se aproximou, unindo os seus lábios aos dela sem beijá-los, roçando-se e experimentando-os. Sentia-se assim pela distância? Sentia-se assim por enxergá-la? – Você é tão linda… Tão linda de tantas formas diferentes… – Sussurrava, roçando-se. – Tudo o que você faz me deixa encantado…

Água, corpos, coração e desejo. A voz dele não deveria ser tão bonita, nem se encaixar em palavras tão doces. Ele a tinha em um ponto tão sensível que os suspiros vinham fáceis aos seus lábios, ecoando doces pela caverna. Os beijos em seu pescoço, marcas e mordidas a fizeram se agarrar mais forte ao corpo dele… Como se descobrisse que aquela abstinência e dor era a falta de seu carinho. Costumava pensar que era apenas sexo, mas não era o que seu coração dizia naquela situação. Eu estou apaixonada… Martelava em sua mente. Foi até injusto que seu beijo foi negado… Restringido a sentir a carícia apenas da sua respiração. – Eu nunca me senti assim… Eu não sei dizer o que é… Mas tem machucado… Seu calor na cama… Beijos no chuveiro… – Ofegou, sem perder proximidade, buscando daquela proteção que o corpo delineado dele sempre a oferecia. Mesmo quando andava fechada. – Eu preciso de você… Ladi… – Ela pediu ofegando e pressionou seus lábios ao dele, mas pedindo um beijo inteiro depois… Entreabrindo-os e o chamando. Porque só a metade não era mais a mesma coisa.

O beijo que ficara em sua mente com uma doce promessa mesmo depois que se fez acordar do quão problemático seria para a sua cabeça. Teve certeza que seria problemático naquele instante também, mas igualmente uma cura para a agonia que estava sentindo dentro do peito.

Assim que teve o beijo dela, tão intensamente quando precisava, Ladirus sentiu que precisava dele por mais tempo do que costuma durar. Fayre beijava como línguas de fogo estivessem tocando os seus lábios, boca e língua. Era suave, mas também ardente e até tímido, uma mistura clara de sensações. As mãos fortes deixaram-na para tocar o rosto de Fayre, sentir o movimento macio que o seu maxilar fazia enquanto se beijavam. Ladi respirava pelo nariz a necessita desesperada de ar. Os dedos gentis a acariciavam suavemente numa massagem possessiva… – Rey… Eu quero fazer amor com você… Eu preciso de você… Eu preciso tanto de você… – Sussurrou entre o beijo, sentindo-se levemente a formigar inteiro as suas emoções. – Me beije… Não pare de me beijar… – Buscava desesperadamente pelo toque úmido e quente, tão excitante que lhe trouxe a impressão que nunca havia a beijado realmente…

Pedidos simples. O desejo morno se elevando ao desejo quente. Assistiu os olhos pequenos, puxados, os lábios pedintes… Acalmava seu peito vê-lo daquela forma, como se pudesse ser simplesmente verdade. A atmosfera mudava quando era um beijo com ele, não havia se admitido antes, mas o calor era mais forte, o calafrios genuínos. Sexo costumava ser tão frustrante, e beijos sem sentido; válvulas vazias para escapar do real. Com ele não havia fuga no fundo da sua mente… A fuga era Ladi, seus beijos, seus abraços, a maneira como não tinha medo de falar sobre o que sentia; todos os seus sentidos eram apenas para ele. Queria aquilo tudo para ela, toda sua transparência.  E seus beijos diziam, envolviam, a língua acariciava, e seus lábios roçavam ao dele conforme maneava sua cabeça, seus braços eram como um cerco possessivo e gentil. Sentia-o excitado entre suas coxas, e o apertava… Fazer amor… Palavra perigosa, mas que pareceu satisfazer o que pensava. Amava a essência do Dragão, e todos aqueles momentos silenciosos juntos; amava o apelido carinho e a forma como era olhada. Fayre tirou a própria camisa larga que vestia, ficando apenas com a lingerie inferior, apenas para sentir seu peito ofegante ao seio, pressionando-o com suas mãos contra si. – Ladi… – Ofegou, respirava pela boca e suspirava – Tira sua roupa… Eu quero te sentir… Por inteiro… Eu quero fazer amor com você…

A visão de vê-la despindo a camiseta lhe soou uma experiência nova, embora já houvesse a assistido nua inúmeras vezes. Ladirus observou o colo e os seios contra si ainda em mistério parcial e mordeu o lábio, ofegante. Custou-lhe se afastar um pouco para erguer o braço, puxar a sua camisa e lançá-la nas pedras da gruda. Ele retornou os olhos a Fayre, curvando-se e levando para longe do seu corpo as pesadas calças jeans e a veste íntima, expressando em seu semblante a sensibilidade que a veste roçando em si causava.

Qualquer movimento lhe afligia com desejos. A rigidez que se sentia provocada por um beijo sem que Audrey nem mesmo o houvesse tocado ela dolorosamente desesperadora. Todavia, não sentia a pressa do ato, apesar do anseio do seu corpo chamando pelo dela. Não sentia pressa alguma de sair de lá. Também não era uma verdade que ele não se excitasse com Fayre antes. Não imaginava que alguém em sã consciência negaria cair naqueles braços quentes e a seduz natural com que se movia. Só estava diferente. Diferente talvez porque tivesse afirmado para si mesmo que estava apaixonado. Especial por sentir tantos sentimentos virem dela e se encontrarem consigo. Sentia-se muito mais nu do que apenas sem as suas vestes. O seu coração batia tão forte quanto se estivesse prestes a perdê-lo de si.

Ladirus se aproximou vagarosamente dela, abraçando-a e roubando um beijo delicado dos seus lábios, entre suspiros, enquanto suas mãos abriram o fecho do sutiã que ela usava. Os beijos se intensificaram enquanto ele descia as veste e também descia, mergulhando a cabeça abaixo de água para alcança os seios altivos com a sua boca.

Diversas coisas sedutoras sobre Ladi… O corpo forte, desenhado em músculos onde podia seguir as linhas sem exageros. Seus cabelos sempre em tons diferentes, fazendo a curiosidade rondar do porque daquelas cores, e o lábio mordido, intensificado das expressões de desejo e dor… A mania mais atraente. Assistiu com cuidado ele tirando sua roupa, e também ser despida por ele… Estava eufórica, mas não conseguiu evitar um sorriso risonho quando os arrepios estavam em seu corpo inteiro. Ergueu seu pescoço, sentiu seus beijos de fogo descendo, descendo… Submerso… Ela gemeu ao vê-lo debaixo água, envolveu seus seios sensíveis em uma carícia longa… Paciente. Paciente até demais para quem estava embaixo d’agua. Mas envolvida pelo carinho, Fayre apenas conseguia ofegar e suspirar, segurá-los no cabelo, acompanhar o movimento de sua boca, arranhá-lo no braço sobre sua tatuagem colorida. Não estava pensando direito… Ele a deixava insana e era mais fácil admitir naquele instante – Ladi… – Ofegou, sem ter certeza que a escutava. Antes de qualquer resposta, sua mente pensou na possibilidade insana dele estar familiarizado com a água a esse ponto… – Sério…? – Suspirou mais forte, sentindo seu corpo reagir mais excitado com a ideia nova. Embaixo d’água… Se não era algo novo… As ondas de calor subiram mais fortes e ela afundou para roubar um beijo submerso, segurou seu rosto, mordeu os lábios, encarou seu rosto cercado pela água e emergiu trazendo-o consigo – Ladi…. Você não me disse que respirava lá embaixo… –  Beijou-o inspirando, os lábios vermelhos, os olhos sem perder um detalhe dele. Sua mão deslizava pelo abdome dele ao beijá-lo, alcançando o desenho das entradas que faziam seu caminho até o local mais quente, ela o tocou firme em seu sexo quente e esperou seu gemido grave, enquanto a  voz delicada dela soou pedinte, o sorriso discreto e o ar curioso: – Continue me beijando e… Ajoelha, Ladi… – Seu colo ofegava – Por favor… Deixa eu sentir isso só um pouco…

Ele até a ouviu chamá-lo, mas estava tão concentrado sem senti-la que adiou um pouco subida. Ladirus não respirou como um sufocado – nada além dos fortes impulsos de desejo. O questionamento dela o deixaram franzindo o cenho. Em sua ignorância, pensava ser até óbvio. – Sim, eu respiro normalmente… – O sorriso dele se estendeu tímido, mas breve. Um problema? Esquisito? Ele a beijou incerto se deveria estar preocupado ou não. Parece que não. Os olhos dele se fecharam com força quando sentiu o destino dos seus toques. Com certeza, não.

– É sério…? – Ele riu, entre suspiros, estremecido pelo toque experiente que ela possuía… – Hm, Rey… Você me deixou muito tímido agora, mas darei o meu melhor… Prometo… – Ladirus e beijou num selinho três vezes, rindo-se com a bobeira antes de passar a trilhar um caminho para o fundo.

Não somente respirava, como enxergava perfeitamente. As mãos desciam com toques a medida que ele se agachava. Ladirus conduziu as coxas fortes da Maga de modo a colocá-las sobre os seus ombros confortavelmente antes de avançar para centro delas, distribuindo mordidas pelo caminho na ardente preliminar para alcançá-la e realizar os seus desejos. Como a água levava o desejado mel para longe, Ladi mergulhou mais de sua língua, buscando ofegante pelos interiores do prazer dela, bebendo da fonte demoradamente. Ao se sentir satisfeito, deslizou até o delicado ponto sensível, usando dos seus dedos para provocá-la enquanto a chupava, excitado. Loucamente excitado. Fosse culpa da posição digna de sonhos eróticos e a harmonia com a sua natureza ou mesmo simples fato de senti-la inteira com mais intensidade.

Sinestesia… Seus sentidos começaram a se confundir antes mesmo dele completar seu trajeto. Fayre encheu seu peito quando o sentiu e um gosto doce invadiu sua boca, doce-azul… A ondulação da água e os desenhos no teto, acompanhou-os se moverem como seus sentimentos, batimentos suaves, ganhando intensidade. Seus suspiros ecoaram mais fortes ao que prazer da sensação diferente começou invadi-la devagar, e logo estava por todo seu corpo, dominando-a até que queimasse em desejo. Ele sabia fazer isso tão bem… E conhecia seu corpo… Ladi… Abaixou seu olhar para a superfície plana… A água se movia muito pouco, e a imagem era como se seu corpo estivesse metade através de um espelho… Mas ao abaixar mais o olhar confuso das sensações, quase sem distinguir as linhas da realidade, não se via, enxergava Ladirus bebendo do seu mel… Tomando seu prazer como se o pertencesse, causando-a a bem-vinda tortura.  Oh, meu coração, Ladi. Teve a sensação que queimaria. De que nunca mais conseguiria fechar seus olhos.  Que imagem… O toque… Estava ficando insana? Parecia um sonho bem elaborado, que ela não quis que fosse o fim. Apertou a mão dele que agarrava sua coxa, afastando-a, e segurou de leve os cabelos do Dragão… – Ladi. Ladi… – Gemeu seu nome, e tentou pedir, quase sem capacidade de interromper a carícia, mas desejou fortemente se sentir plena com ele. – Me deixa sentir você. Me deixa… – Esperou-o emergir.

Quase não quis parar, pois sentiu-a muito próxima, pulsando os seus desejos, de alcançar o almejado ápice. Ladirus abaixou-se um pouco mais para que ela descesse dos seus ombros para somente então emergir. Sentia-se cego. Já não conseguia se atentar a nada que não fosse ela. Os pensamentos nem sequer ousavam partir para outro lugar. O Dragão a observou com um olhar obsceno, mirando a sua boca corada. – Eu sei que você está próxima… – Ele se aproximou. – … E eu não… E eu quero você comigo, então… Nós… – Ele encostou o seu rosto ao dela, beijando-lhe o cantinho da boca. – Vamos até você conseguir ir uma segunda vez, Rey… – Sussurrou entre suspiros, envolvendo-a pela cintura. – Eu não quero que você se segure agora…

Concordou com cada palavra da voz perfeita que penetrava seus ouvidos sem filtros. Estava desesperada pelos toques dele, por senti-lo, e concordou… Não havia pressa, havia? Seu coração mal conseguia lidar com o todo da experiência, e apenas conseguia desejar mais dele. Ter Ladi dentro de si, alcançando a harmonia que haviam conquistado nas noites insanas, longas, sem luz… Como conseguia ter sido tão distante dele? Os beijos seguiam mais calorosos, os corpos mais quentes… A água os abraçava e parecia sequer estar entre os dois. Fayre suspirava e buscava pelos suspiros dele… Chegou no seu auge muito rápido, mas não se afastou; apertava-o mais contra si, cercava-o mais perto de si. Sua boca roçava pelo seu perfil, descia por seus pescoço com mordidas, e seus lábios eram pressionados pela pele branca admirando seu corpo quente e esculpido… Infinitos beijos molhados, fôlego que não os sustentava… Quando alcançou seu ápice, abraçou-o forte, estremecida em seus braços e pediu o céu mais uma vez… Queria-o junto dela por mais uma, duas, três vezes… Até que seu corpo acalmasse a própria essência. Pois estava ali, mais presente do que nunca, inteira, e queria-o por completo.

O prazer poderia pleno, como sempre, mas havia um gosto de novidade e a gruta era apenas uma parte mínima se pensassem como um todo. Se pudesse crer que fosse possível que o ambiente místico curasse o seu coração dolorido, já estaria ciente da ilusão. Pela primeira vez, sentia-se fazendo amor. O amor que Nyra costumava descrever.  Os fogos de artificio entre os mais intensos desejos, as cores perdidas e a consciência distante, una. Os risos, os comentários peculiares dela e os sorriso arteiros. Audrey é tão perfeita. O beijo sem fim com um sabor de eu estou aqui com você.  O carinho que já não se restringia ao erótico, mas ao simples ato de acariciar. Eu estou completamente apaixonado por ela, novamente a certeza.

Os braços a envolviam pelas costas e ele se curvou, beijando-se a nuca enquanto a assistia segurar com as mãos delicadas a pedra escura. Ladirus afastou o quadril, mas não se distanciou dela. Beijava os seus ombros e afastava os seus cabelos para alcançar o seu rosto. – Rey… – Sussurrou. – Eu não quero perder isso…

Amor no meio do paraíso. Um belo cenário e o homem que queria estar perto. Azul… Sua mente sonhava azul e cada ápice ao lado dele era um novo sabor. Tantas noites afora e se encontrava ali… A paixão estava em cada beijo seu, cada suspiro e toque. Amava aquela Dragão complicado. ‘Eu não quero perder isso’… Ela permaneceu com ele às suas costas, cruzou seus braços sobre os que a abraçavam e pensou na frase enquanto estabiliza seu corpo relaxado… Só então Fayre afastou a mão da pedra e se virou a ele com seus olhos emotivos, o sorriso discreto surgiu depois nos lábios finos.

– O que você quer dizer…? – Encostou-se à pedra e o trouxe para perto pela cintura para ficarem abraçados – Você está ouvindo meu coração? Suas palavras são preciosas… – Ela sorriu preguiçosa e encostou sua cabeça no peito dele – Olha como eu estou por você…

O abraço carinhoso dela até acalmou a ansiedade que queria se aproximar. Era melhor se calar? Não comentar nada a respeito. Ladirus se curvou e procurou pelo por um selinho demorado dos lábios cálidos de Audrey. Também estava relaxado e sentindo o coração intensamente preenchido de sentimentos. Precisaria de mais? Não. Não precisaria, mas ele sabia que assim que visse Ártemis, teria também uma reação. Os sou que podia se enganar, mas não chegou e tentar. Já havia feito isso outra vez e só se machucou e machucou Fayre juntamente…

– Eu estou feliz aqui com você. É como se nada mais me faltasse… – Ladirus a beijou em seus cabelos. – Mas… Rey… Eu tenho esse problema. Eu sei que vou ficar eufórico quando eu ver a Arty… E eu nem consigo calcular o quanto é injusto que eu te diga isso. Será que… – Ele não conseguiu dizer. Não sabia nem mesmo como propor algo do gênero. Sentiu-se tímido. – Sabe… Eu tenho medo de ficar sem você… Eu tenho medo de ficar sem ela. Parece sacanagem, mas… É sincero… O que é pior… Você não… Tentaria…?

Os olhos castanhos avermelhados se ergueram a ele. Escutou cada palavra sem qualquer surpresa, e, já havia pensado nisso desde que Jullian e Nyra insinuaram o quanto se pode ser feliz em um relacionamento assim… Embora nenhum deles houvesse comentado sobre as dificuldades de um amor plural. Ela se ajeitou e se encolheu no abraço.

– Como os Versos? Sim… – Respondeu de pronto – Eu tentaria… É uma tentativa. Isso não pode doer… – Disse com um fio de incerteza. – Se não der? Se ela não quiser… E só. – Os olhos ficaram aos dele, fez uma pausa e continuou com o peito apertado: – Você continuaria comigo em segredo? Esse pode ser o nosso lugar… Eu não quero ficar sem você… De jeito nenhum…

A proposta dela não deveria tê-lo surpreendido como o fez e não havia meio termo suas reações com Fayre. Ladirus se pôs a pensar em hipóteses mesmo sabendo que a incógnita era indecifrável. Ele não imaginava o que passaria pela mente de Ártemis… – Eu acho que ninguém resistiria aos seus encantos… E talvez seja necessário que… Você se mostre na intenção de ficar entre nós, não roubá-la mim… O que seria duplamente frustrante. Arty também gosta de meninas. Mary Ann é ex dela. – Ladirus franziu o cenho, estranhando a ideia possível e riu, desdenhoso… – Nosso lugar. – Concordou. – Todos os dias que pudermos… Como nesse nascer do Sol… – Sussurrou, abraçando-a mais fortemente. – Eu ainda acho que podemos nos surpreender bastante, para ou para o mal…

Isso era errado em tantos formatos e ao mesmo tempo conseguiu ignorar qualquer aviso de alerta na sua mente. Fechada por tantos anos, e agora se via apaixonada pelo mais difícil.

– Nós já nos demos bem uma vez… E não é nenhum sacrifício… Mas não achava que ela se interessava por mulheres também. – Comentou um pouco surpresa – Parece que é difícil conquistá-la… É difícil me conquistar… O que foi que você fez? – Mordeu o riso e estapeou o braço dele. – Eu espero que seja para o bem. São muitos sentimentos envolvidos. Eu vou me abrir a ela também, aos poucos. Mas você vai ter que falar com ela, de qualquer modo… Não sei como ou quando.

Ladirus mordeu o lábio quando foi estapeando, rindo. – Eu não sei. Eu sou uma criatura tão perdida e vocês são tão únicas, inteligentes, lindas e interessantes que eu me faço essa pergunta sempre que me pego pensando. – Ele olhou para o céu, refletindo. – Amanhã. Eu tenho que estar no castelo em uma hora para levá-la com as amigas até os testes da girlband. Parece que será um dia um pouco tenso hoje de qualquer forma. Nós vamos na ON… E eu conheço a Seita toda. – Ladirus se voltou para Audrey. – Você não pode ir? Você é uma cantora maravilhosa e respeitada. É uma desculpa para querer ajudar, talvez. Você com certeza encontrará muitas fãs… Mas…

– Eu não sei… Eu posso tentar, mas ela teria que estar confortável com isso, mas eu posso dar umas dicas antes dela ir… Eu acho que ela gostaria de me ouvir. Ela já havia pedido antes… Mas… – Audrey tocou atrás da própria orelha, pensando – Eu deveria ter ensaiado essa noite. Eu não fiz isso… – Cobriu os olhos, lembrando-se das últimas horas – Droga… Eu fiz algo… Eu acho que isso pode gerar problemas…

Ela expressou certo receio em falar, era uma história insana, e Ladirus ainda não a conhecia tanto…

– Eu fui para uma festa em um barco da praia turística… Eu queria me perder, eu estava mal, e… Enfim… – Desviou o olhar para o lado, pensando em como dizer – Bem… Eu preciso dizer primeiro que… Desde que eu morri, e visitei o Reino dos Mortos… Eu os vejo, Aparições… E eles me atormentam… Me pedem coisas… Eu tenho dificuldade de visitar lugares… De dormir à noite… – Falava rápido como uma memória dolorida – Eu estava no barco e… Esse fantasma me apontou esse homem que machucava mulheres. Eu o matei e fugi… – Apertou os lábios fazendo uma pausa – O barco está à deriva perto da costa… Eu não deveria ter feito da forma que fiz.

Ladirus coçou a barba por fazer, tentando separar o pessoal da história contata. Eu queria me perder” já não importava. Ela estava ali, abraçada com ele. O Dragão se focou apenas na intenção de resolver o problema. – Oh… Não deve ser nada confortável chamar a atenção de fantasmas. Eles são numerosos, sofredores e insistentes. Parece que Gaia não soube bem o que fazer com os desafortunados. Sinto muito. – Ele a fitou, pensando… – É melhor que eu notifique a Nay. Ela saberá melhor o que fazer… Provavelmente, vamos afundar o veículo e retirar os festeiros ou algo assim. Não se preocupe. A Nay é muito boa em encobrir rastros de festas.

– Não é só chamar atenção… Eu os vejo sem querer. Perseguida. São insistentes… Eu nunca me acostumei. – Negou rapidamente – Blair diz que eu deveria usar isso, mas eu não consigo… – Disse em breve agonia – Desculpa… Eu sei que isso é um trabalho. Eu estava eufórica. Não pensei no depois… Vão ficar furiosos comigo, não é? Eu nem sei se o homem era importante… Que barco eu estava. Apenas nadei para longe e quase morri.

– Rey… Eu tenho certeza que existe um motivo para que você consiga enxergá-los. Talvez se você descobrir o que realmente significa, você se livre disso. – Ladirus disse com uma voz suave. – Não parece o tipo de problema que o melhor caminho é ignorar ou fugir. – Completou, inspirando. Assim como este outro problema. “Nay”, o Dragão de Água a contatou mentalmente, “Eu, hm, estou aqui com a Fayre na gruta e ela está me contando que, bem… Teve alguns problemas com um grupo de pessoas e um barco. Talvez eles acabaram vendo mais do que deveriam ou postado. Ela acabou assassinando um estuprador. Pelo que investiguei do oceano, há um barco próximo da nossa costa…”. – Eles vão ficar bravos se forem pegos de surpresa. – Ladirus disse a ela.

Fayre desviou o olhar e respirou fundo, os olhos passaram brevemente pela Gruta. – Eu não sei como direito… Ainda… Agora que eu estou aqui… Talvez seja uma boa hora de dar atenção a isso. – Ergueu os olhos a ele, sorriu e o beijou nos lábios.

“Desculpa, Ladirus… Eu me perdi no ‘estou aqui com a Fayre na gruta’… Aconteceu algo de muito grave?” A Theurge perguntou séria.

É…”, Ladirus respondeu enquanto retribuía o selinho doce, “Ela quase se afogou e me chamou… E não vi o barco. Eu a trouxe pra cá. É melhor você não vir aqui, porque nós estamos nus. Não brigue comigo, Nay. Eu… Aconteceu, sabe. Mas foi diferente… Nós fizemos amor, e… Hm, enfim… Precisamos resolver o assunto do barco… Depois conversamos sobre o outro detalhe…”. – Os papéis entre mim e Nyra estão invertidos. Antigamente, era eu que sempre estava preocupado com ela e dando-lhe broncas.

“Ai… Como eu não vou brigar com você, Ladi!” Fez uma pausa, a voz menos agressiva “Ok. Mas você devia estar no fundo do mar, lembra? Ai, Ai… Sai daí e vem para cá. Você vai me ajudar a resolver isso”.

Fayre tocou-o no pescoço e beijou carinhosa. Seus olhos ficaram ao dele e seu sorriso sem freio ficou aparente.

– Você tem feito mesmo uma bagunça… Com sorte isso se ajeita… Eu não sabia que você era um conselheiro. Soube por aí. – Caiu em riso: – Desculpa. Mas eu acho que você é péssimo nisso. E tudo bem. Eu acho que também sou.

Eu tentei ir, mas sempre acontece alguma coisa… Bom… Eu estou indo…”, Ladirus sorriu, mesmo achando que não deveria estar sorrindo. O sorriso do Dragão de Água se estendeu malicioso e ele fechou os olhos, abrindo-os e admirando o dela. O cativante sorriso sem freios que ela possuía. Ele riu antes de beijá-la, aprofundando os selinhos que ela roubava dos seus lábios, excitando-se tão facilmente que não prolongou o toque prazeroso… – Ela está me chamando. – Disse-lhe. – Você quer que eu te deixe onde, Rey? Gaia. Eu deveria te levar junto comigo para você ouvir também. – Ele a mordeu no rosto. Provavelmente, se você estivesse junto, ela encurtaria a bronca. Ela gosta de você.

– Ou prolongaria. Espero que ela goste de mim… Mesmo… Ninguém quer ficar do lado ruim dela. – Fayre riu afastando o rosto ao ser mordiscada. – Me manda mensagem? Se isso resolver ou não resolver. Eu fico esperando… Me leve para a praia de Júpiter, eu vou voltar para a Casa Azul… Mas antes…  – Fayre saltou se apoiando com as mãos nos ombros dele e se jogando em cima do corpo de Ladi para afundá-lo e cair junto por cima em uma brincadeira infantil, submersa, ela bateu suas pernas para fugir depois de provocar.

Ele esperou por qualquer coisa no “mas antes”, principalmente um por um beijo ou um carinho. Quando foi empurrado e a viu em baixo da água, até a mirou confuso, estranhando, franzindo o cenho.Tonta! O Dragão emergiu rindo, espalmando a mão a mão da água para espirrar nela antes de mergulhar novamente, nadar até ela e mordê-la na coxa. Ladirus se afastou e emergiu distante, erguendo-se com facilidade para fora da lagoa. Negando com a cabeça, ele se curvou, oferecendo-lhe a mão:

– Você vai me fazer querer ficar aqui para sempre e eu vou me enrolar mais! Vamos! – Ele ria. – É você que está mais encrenca aqui, sabia?! – Ele apertou os lábios. – Eu te mando mensagens sim. Podemos nos ver de madrugada, se quiser.

– Ela está no castelo… Você pode enviar uma mensagem para ela e quem sabe… – Ladirus propôs enquanto vestia a sua roupa também encharcada, sem conseguir se sentir mal com a situação confusa. Sentia-se esperançoso de resolver o impasse… Depois, ele pensaria nas consequências. Não queria pensar em consequências. A breve sombra da reflexão lhe causou um desconforto e ele a espantou. – É uma pena que não possa ir. Eu te apresentaria alguns amigos meus. – Ele se aproximou para abraçá-la com demora antes de irem.

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