It Ain’t Over ‘til It’s Over

Categorias:Romance
Wyrm

It Ain’t Over ‘til It’s Over


As ruas eram passarelas para as sandálias gladiadoras de cano médio claras caminharem. Cada passo lhe soava calculado, pousando ao chão com leveza e segurança, e o discreto trançar de pernas lhe proporcionava o rebolado que os olhos alheios custavam a não seguir quando se deparavam. Nathan não se importava com a atenção que ela chamava ou com o salto que a deixava bem mais alta do que ele. Gaia havia esculpido Annik para brilhar. A Garou usava os seus cabelos loiros e claros presos em um coque folgado com fios soltos e vestia um tope com decote em “V” e alcinhas, preto e cheio de lantejoulas e uma justíssima calça jeans skinny stretch com bordados florais e coloridos.

De mãos dadas, eles caminhavam pelo centro de Fox Town e eram interrompidos ocasionalmente por fãs que queriam algumas fotos e um bate-papo. Nathan estava trajando uma camisa preta e a fina correntinha de ouro em seu pescoço se expunha inteira devido aos inúmeros botões abertos da veste. Ele também usava jeans, mas escuros, e aos pés, coturnos pretos. O Galliard estava com os cabelos mais curtos, recém-cortados. A noite estava agradável o suficiente para caminharem em silêncio, olhando-se às vezes e trocando beijos sempre que ficavam próximos demais. Nathan sentia Kraz próxima, voando pelo Umbral. Ele e Annik seguiram a pé até a badalada e amada Click, localizada na região mais nobre de Fox Town. Annik queria dançar e Nathan queria fazer qualquer coisa. Eles ignoraram os flashes que iluminavam os seus rostos com maestria e adentrando a casa noturna.

A luz indireta cinza azulada predominava o ambiente escuro e futurista que lembrava a Nathan uma grande nave espacial sensual. Os largos pilares coloridos onde líquidos, luzes e bolhas se moviam dentro como experiências científicas, estavam por toda a parte. Às vezes, imagens de garotas, garotos e até alienígenas surgiam dançando aleatoriamente no líquido: rastros de luzes neons. Os funcionários da Click se vestiam elegantes e atraentes com vestes cinzas que apreciam uniformes espaciais do filme Star Trek com o logo da estrela cadente da casa noturno no peito. Os pequenos palcos em maioria vazio ou ocupados por clientes festeiros, alguns com mastros de pole dance, estavam nas recordações de Nathan acompanhados de belas dançarinas. Os dias de shows ou apresentações no palco não muito grande que se localizada no fundo sempre faziam popular os palcos pequeninos com homens ou mulheres esculpidos de tão belos.

O casal se sentou próximo ao bar. Annik pediu um drinque verde borbulhante e Nathan uma dose de vodka. A mão de Nathan a cariciava na coxa. Ela estava sentada com as pernas abertas e as mãos segurando no estofado branco da banqueta. Ela se curvou, coçando os seus lábios perfeitos ao Galliard enquanto sorria. Ele sorriu de volta, acariciando-a em seu rosto de boneca.

– Eu tive tanta vontade de trabalhar aqui… – Ela comentou, pensativa ao rondar os olhos. – Celebridades, pessoas lindas… Shows… Eu passava aqui em frente e me imaginava…

– Servindo? – Nathan ergueu as sobrancelhas

– Servindo… – Ela encolheu os ombros. – Eu não tinha tanta esperança que eu viveria nesse mundo de glamour. Minhas tentativas eram sempre desastrosas. Vontade eu tinha, mas não esperança. Eu queria ser uma dançarina da Click. Elas ganham bem e são muito respeitadas aqui.

– Electricity era ruim…?

– Ah, às vezes. Já passei por muita coisa chatinha. – Ela bebericou da bebida verde, fazendo um biquinho. – É estranho pensar que o bartender caladinho era o Rhistel e ele sempre me salvava dos idiotas. Eu tive uma paixonite por ele. Eu acho que todas as meninas tinham.Ele tinha uns casos doidos, às vezes. Sempre com mulheres lindas e barraqueiras… – Ela comentava, franzindo o cenho e rindo. Bebeu novamente da bebida e inspirou.

– Rhistel parece ter um ótimo gosto para mulheres. Ele está namorando a minha prima… E ela é linda.

– Blair não é só linda. Ela é maravilhosa, Nate. Eu acho tão fofo aquele jeitinho dela de sorrir! Mas também não deixei de notar aquelas pernas…

– Sim. Ela tem umas curvas interessantes. – O Galliard confessou, pensando. – Eu fico um pouco enciumado.

– Sério?

– Sim. Agora, divido Blair com o Rhistel. – Ele esboçou um sorriso preguiçoso. – Mas estou feliz que ela esteja feliz.

– Rhistel está caidinho por ela. – Annik riu, gracejando ao morder o dedão da mão. – Caidinho. Eu tenho certeza que eles estão vivendo algo muito especial…

– Parece que sim. – O Galliard arqueou as sobrancelhas. – Um romance bem safado.

– Amor e fogo… Uma ótima combinação…

– Sim. – Nathan observou-a com interesse. – Eu concordo.

– Ah… Rhistel é amigo de um ex-caso meu, o Richard Flowers da Neon Lights…

– Richard…? – Nathan quase engasgou com a vodka e pediu outra.

– Sim.

– Richard Blackwood, Annie. Ele é nosso primo.

A Ragabash arregalou os seus grandes olhos cevados. – Primo?! – Ela pestanejou. – Ah… Nossa… Blackwood! Que coisa engraçada! – A Garou riu, cobrindo os lábios. – Eu nunca imaginaria! Deve ter algo que me atrai nos Blackwoods…

– Somos artistas e problemas ambulantes, sensuais e cantores. Tentação. – Nathan se curvou para beijá-la.

Entre beijos e bebidas exóticas, se levantaram e seguiram para pista, trocando bebidas por dança e beijos profundos e desavergonhados, encobertos pela meia luz. Corpos colados e lábios que se roçavam, deslizando e buscando por ardor e fogo. Nathan a trazia para perto, sentindo o corpo esguio contra o seu e os seios amaciando o seu peito a cada movimentando ou respiração profunda. Ela o enlouquecia sem se esforçar. Olhava-a e suspirava com os seus olhares que provocavam-no silenciosos. Ela se afastou, rindo e corada. Estava alta depois de tanto álcool e cantava ‘It Ain’t Over ‘til It’s Over’ que começava em uma sequência 90’s que estava agitando e causando exclamações de nostalgia dos festeiros.

“Here we are… still together. We are one. So much time… wasted… Playing games with love”. Annik o envolveu pelo pescoço, cantando como se fosse para ele, “So many tears I’ve cried… So much pain inside… But baby it ain’t over ‘till it’s over…”. Nathan fechou os olhos, movendo-se com dela com a música. Também se sentia alto e estava precisando demais simplesmente se largar pela vida e as luzes.

Realmente, estavam passando por muitas coisas. Só Gaia sabia o quanto era difícil às vezes acalmar a mente e virar a página do dia anterior. Sempre havia preocupações demais para enfileirar ultimamente. Já havia novos copos em suas mãos, borbulhando felicidades. Pessoas que nem conheciam estavam conversando com eles e o casal respondia como se fossem melhores amigos, aos risos e gracejos. Nathan somente se concentrava para responder quando perguntavam sobre o próximo álbum da Desert Fox.

– Eu não sei! Eu não sei! – Ele respondia, negando com a cabeça e bebendo.

Bebendo, beijando, dançando…

– Nate! – Annik o abraçou. – Olha essa música! ‘American Woman’! Eu tinha uma coreografia na Loveless para essa música! Inspirada no videoclipe! Eu dançava… No palco!

– É…? – Nathan franziu o cenho, olhando-a e estranhando. – Eu vejo vários palcos aqui!

– Nããão…! – Ela o empurrou, rindo.

– Vai, me mostre. – Pediu.

Nathan acordou de boa parte do efeito da bebida quando ela subiu em um dos pequenos palcos próximos, movendo-se como uma serpente ao redor do mastro. O Galliard ouvia os gritos e vivas atrás de si. Sentia que os olhos dela eram deles o tempo inteiro enquanto acompanhava os seus movimentos tão leves quanto lascivos. Uma dançarina da Click, ele pensou com humor. A boate com certeza havia perdido alguém digno dos seus palcos quando não aceitou a Ragabash em suas frentes. Ele somente se desviou, e muito brevemente, quando sentiu um toque em seu ombro.

A Poetiza. Nathan era tão acostumado a ver Lavinia vestida toda moleca que vê-la em um vestido Chemisier preto, com decote em “V” e de comprimento até o meio das coxas e uma sandália de salto grosso e médio laranja foi uma surpresa em tanto. Ele arqueou uma sobrancelha e desenhou um sorriso selado ao se voltar para o palco. Lavinia parou ao seu lado, mas não estava parada. Dançava ao ritmo da música, sem talento, mas até com certa graça, lançando os seus longos cabelos claros enquanto movia a cabeça. Nathan sentiu o cheiro de bebida vindo dela e imaginou que estava tão alta quanto ele.

– Eu pegaria a sua garota! – Ela disse, risonha. – Nossa, eu pegaria mesmo!

– Eu não duvido! – Ele gritou de volta. – Eu acho que qualquer um aqui pegaria a minha garota!

Como não? Annik seria personagem de sonhos eróticos após aquela noite. Movia-se como uma chama, leve e suavemente, mas na intenção de inflamar. Querê-la era natural, até! Mas foi para os braços dele que Annik desceu, abraçando-o ardentemente e roubando um beijo úmido dos lábios do Galliard. Demoraram-se mais do que se demorariam na presença de uma velha amiga, mas Nathan imaginou que Lavinia também estava inclinada a perdoar qualquer coisa naquela noite.

– Annie! – Nathan disse com a voz elevada que tentava sobrepor a música, abraçado à Ragabash. – Esta é a Vinnie!

– Olá, Annie! – Lavinia a cumprimentou com um beijo no rosto.

– Oláá! – Annik sorriu, radiante. – AH! Eu me lembro de você! Você estava conversando com Jules na festa de gala, e… Ah! Eu fiquei com ciúmes, sabe!

Lavinia riu, negando com a cabeça. – Não fique! Nós somos bons amigos! Eu, ele, Nathan…! Treinávamos Klaivaskar juntos! Eu sou Lavinia “Da-Lâmina-Envenenada”!

– Gaia! Eu já ouvi muitas histórias sobre você! – Annik abriu um largo sorriso animado. – Eu não estou mais com ciúmes… AH! Você é tão linda! Desculpe, eu fiquei!

– Obrigada! – Lavinia abriu um sorriso risonho. – Mas você é muito mais linda do que eu, Annie!

– Ah! Spice Girls! Spice Girls! – Annik ergueu os braços comemorando.

Os dois se desgrudaram para abrir uma pequena roda e permitir que Lavinia dançasse com eles. Nathan girava Annik e girava Lavinia em seguida, rindo e tentando se mover menos endurecido do que de costume. Os pensamentos se afastavam mais facilmente da sua mente conforme bebia, dançava e fumava, aguardando o restante aparecer.




Alicia não parecia que conseguiria recuperar o queixo caído tão cedo. A fada sentia o estofado creme e macio com as mãos curiosas e nem precisaria dizer que não havia andado em uma limousine como aquela. Detalhes em madeira polida, espelhos nos tetos, insuportável para as taças de cristal e a iluminação agradável. Ela e Ártemis estavam no sofá maior, lateral, e Alicia não podia estar mais feliz. O conforto de andar num veículo como aquele estava além das expectativas de Alicia que não fossem para o seu casamento ou algum evento importante. Ela estava vestida com um vestido verde escuro de camurça colado ao corpo, justo, de mangas longas e fechado. O salto alto também fechado possuía salto agulha e não era tão alto assim. Ela queria dançar e estava muito curiosa sobre tudo.

– Vai ser ótimo. – Ela sussurrou à Arty. – Eu estou tendo essa intuição bem agora.

E se sentia bem mesmo que não estivesse acompanhada. Nos bancos duplos laterais, Alicia observou Acksul e Aisha sussurrando um para o outro e rindo de uma coisa. O Dragão estava vestido com uma polo vermelha, calças jeans e tênis. Os seus cabelos que beiravam os ombros estavam jogados para trás. Ele possuía um rosto tão lindo que Alicia não quis encarar muito e dar bandeira da sua admiração. Nos bancos opostos, ela fitou Blair e Rhistel. O Dragão de Gelo estava estiloso, como de praxe. Trajava uma regata branca exageradamente cavada, calças de sarja largas e pretas com os coturnos pretos à mostra. Alicia nao deixou de ver a aliança negra que ele vestia no dedo. Que romântico. Ele notou o olhar da fada e assim que ela saiu da sua distração analítica, o Dragão de Gelo sorriu de escanteio com humor. Outro gostoso. Alicia pensou antes de começar a analisar as meninas com mais atenção.

Ártemis usava uma blusinha cropped preta, justa ao corpo, e uma calça de cós alta larga, esportiva, combinando com o tênis nike. Por cima, uma jaqueta de tecido preta e no pescoço uma fita larga preta. Havia sido muito difícil conseguir ser convencida sair de casa e havia declarado que se não fosse assim, não iria. Mas havia caído muito bem na Changeling de qualquer jeito. Os cabelos pretos soltos, onde uma mecha insistia ficar diante de seu rosto. A maquiagem estava mais presente em seus olhos, delineador e sombra negra… Os olhos era de quem estava seguindo para um funeral, e ficavam fixos na janela escura para a rua.

Aisha havia parecido iniciar uma nova era, como seus fãs diziam, com longas botas vinho até metade da sua coxa bronzeada. Seu vestido era um moletom de grife com um tigre brilhoso desenhado no peito.Usava muitos anéis em suas mãos, corrente no pescoço e unhas longas como as de Nyra. O batom era vinho escuro como sua bota e os loiros escurecidos do seu cabelo estavam desfiados e um pouco abaixo do ombro.

E Blair usava uma regata transparente nude, exibindo o sutiã meia taça preto por baixo, com rendas delicadas que faziam sua alça; uma saia de couro justa e curta, com uma fenda curta que expunha mais sua coxa esquerda. Nos pés, botas com detalhes prateados. Ela havia dispensado todas as suas joias para ficar apenas com o anel. O seu cabelo de fios finos e lisos estava solto, uma trança na franja estava presa para trás, desenhando um curto topete. A maquiagem nos seus olhos apenas tinham um leve delineador, e nos lábios um vermelho-rosado, perto do cereja.

Alicia se curvou em direção ao casal, aproveitando que estava na ponta do sofá, próxima a eles:

– Rhistel, Ladirus não vem? – Ela sussurrou, aproveitando da música que estava preenchendo o ambiente. Heathers.

– Não… Eu acho. – Rhistel respondeu. – Ele está no oceano, submerso.

Ártemis desviou os olhos para Rhistel um segundo, pegou seu celular no bolso e começou a mexer nele, vendo fotos no Instagram e dando seus corações. Blair não quis dizer nada para animá-la, o humor de Ártemis parecia algo muito sensível de se mexer, e não sabia lidar com a Changeling.

– Que pena. – Blair murmurou e desviou o olhar para a Aisha.

– Faz muito tempo que não vou para uma casa noturna. – Ela disse – A Blair já deve ter ido para as melhores festas possíveis.

– Algumas. – A maga respondeu com um breve sorriso. Não da forma que desejava, nem para fazer as coisas que gostaria. – É a primeira vez que eu tenho boas companhias.

– Eu entendo. O showbizz é tão nojento às vezes. Ficar entretendo pessoas péssimas para conseguir algum patrocínio.– Aisha desabafava – O começo era muito sofrido. Ainda bem que tive mais sorte e o sucesso veio rápido.

Blair sorriu e concordou.

Os olhos de Rhistel seguiram de Aisha para Blair, ouvindo os seus comentários, curioso. O Dragão de Gelo se voltou para Acksul e foi retribuído. Acksul esboçou um sorriso de escanteio, franzindo o cenho e Rhistel apertou os lábios, assentindo vagarosamente para si mesmo.




Assim que estacionou o iate próximo ao porto, Jullian sentiu como se fosse dada uma ordem para os seus músculos relaxarem. O corpo abriu os braços e largou a Fúria pelo chão. Ele nem conseguia expressar a leveza que sentia a medida que a certeza de que Alana e a sua corte tinham retornado para a Rússia, deixando para trás apenas alguns poucos Garou que se interessaram muito na vida pela ilha.

Ele largou os braços sobre o leme, curvado, e ergueu uma mão que afundou os dedos em sua franja repicada. Os dedos desceram pelo rosto, marcando a pele pálida e sensível enquanto passavam pressionados com as pontas. Os lábios finos se entreabriram e ele suspirou profundamente. Nunca tivera o costume de frequentar casas noturnas para um fim divertido, muito menos um tão excessivamente cara e falada quanto a Click, mas estava disposto a realmente sugar a noite adentro de uma forma libertadora.

De repente, Jullian ouviu um clique e voltou-se para a porta da cabine, fitando Remi com a sua câmera fotográfica profissional e um sorriso de arte em seus lábios selados.

– Você estava muito sexy, Jules. Não resisti. – Brincou e abriu a porta.

O Lendário estava com uma camiseta branca mais justa e curta que exibia o seu abdome definido em uma fina faixa de pele. A calça jeans preta era larga e os suspensórios brancos estavam largados às laterais das suas coxas, cruzando-o. Ele usava tênis All Stars de cano baixo completamente pretos. Fitando o Andarilho com um olhar de censura, Jullian o mediu de cima a baixo ao sair. Remi estava vestido com uma camiseta social preta, calças jeans pretas e botas marrons. Tudo nele se destacava. Os seus cabelos loiros bagunçados, os olhos cinzentos e o sorriso de canalhice.

– Olhe. – Remi mostrou a tela da câmera. – Sensualizando.

– Eu não estava sensualizando. – Jullian riu, sem graça. – Vamos.

Nem gostava muito da princesa, pela pura rebeldia, e ela conseguiu recusar o convite de ir até de Nyra e isso deixou a Theurge pensativa. “Eu posso te dizer onde tem drogas se quiser se divertir sozinha”, e recebeu um ponto de interrogação de volta. Nyra desenhou uma bolinha no mapa da ilha e “Have fun”. Fayre só respondeu com um coração.

Avisou Blair por mensagem que Fayre se recusou e terminou de se arrumar para acompanhá-los. Nyra usava um macacãozinho azul escuro, muito curto e de generoso decote. Seus cabelos negros estavam ondulados sobre um ombro e decorados com uma joia brilhante e prateada do outro, segurando-os. Usava muitas joias e seu salto agulha. “Encontro com vocês lá”, Veronica enviou a mensagem de texto e emojis de beijinhos e corações. Nyra sorriu para a mensagem e guardou o celular no bolso de Remi para que carregasse.

– Meu Ladi causou um furacão nessa Ilha. Eu espero que Ártemis não esteja com a cara que eu esteja imaginando… Mas a Fayre não vem… – Disse aos dois ao entrar no carro para a boate. – Nikki vai. – Sorriu satisfeita. – Eu gosto um tanto dela, apesar de tudo.

– Que pena. Gosto da companhia da Fayre. – Remi disse.

Arqueando uma sobrancelha, Jullian conectou os fatos e franziu o cenho. Ele caminhava de mãos dadas com Nyra, incomodado com os flashes do outro lado da rua enquanto ela e Remi pareciam simplesmente ignorarem.

– Hah… Deixe que fique com aquela cara. Ir na Click para não se divertir é até estranho. Tão caro. – Remi comentou com um humor ácido. – Preciso me acabar hoje. – Olhou-os. – Veronica não é garota que está sendo observada por estar metida em muitas coisas erradas?

– Sim… – Nyra também riu – Eu e o Nathan ficamos conversando com ela na praia mais cedo. Ela ficou explicando como funciona as gravadoras desses grandes hits. Foi interessante. Não parece com nada que fazemos com a nossa música. Mas explica o porque não faturamos igual a Aisha. – Dizia. – Bem… Eu não estaria com uma boa cara também. Mas nesse caso eu faria igual a Fayre, ficaria em casa. Ainda bem que estou d- … Nina! — Nyra soltou a mão de Jullian para agarrar a amiga que esperava na porta da casa noturna. A Dragonesa a apertou forte no seu abraço. – Você veio.

– Claro! Você me convidou, eu vim. – Disse com um enorme sorriso pintado de vermelho. Usava um vestido gola alta e sem mangas, preto, tubinho, e um salto scarpin. Sobre os ombros um echarpe rosa claro enrolado. Os cabelos negros, curtos e ondulados. Nina usava uma bela pulseira que ganhou da própria Theurge com pingentes de fases lunares.

– Acksul e Rhistel vão ficar felizes.

– Olá, meu fotógrafo preferido. – Nina deixou Nyra e abraçou Remi apertado, cheia de saudades.
– Bem… Eu disse a vocês que ela voltou… E que ela é… Enfim. É segredo absoluto. – Nyra relembrou Jullian e Remi.

Remi não a deixou sair tão cedo do abraço. Agarrou-a, sentindo o cheiro de frutas que o seu cabelo estava perfumado. Era sempre um prazer dar abraços na morena e o carinho era igualmente recíproco.

– Saudades. Saudades de ter as minhas lentes para você também, Nina. – Ele a soltou devagar e concordou com Nyra. – Saudades de tudo.

Jullian ouviu e concordou igualmente, mas voltou a caminhar com pressa, aproximando-se da casa noturna já farto de ser fotografado o tempo inteiro. O Lendário pegou as os cartões das comandas e colocou-os no bolso, deixando apenas um à mão. Assim que finalmente se viu livre dos paparazzi, respirou de novo. Os olhos de oceano vasculharam a casa até encontrar Annik e Nathan na pista de dança juntos à Lavinia.

– Eu quero beber. – Remi tirou a comanda da mão do Philodox, seguindo para o bar.

Nyra também seguiu Remi, mas pegou na mão de Jullian antes para guiá-lo até onde o Galliard e os outros estavam.

– Quero uma bebida também! – Nyra disse a Remi e Nina foi atrás do Andarilho para buscar algo igualmente.

Antes que chegassem até a pista, Nyra acompanhou os olhares e viu o seu grupo chegando somente depois, embora tivessem saído antes. Blair com um sorriso enorme, impressionada com o lugar e se esquecendo que haviam sido cercados por muitos fotógrafos e quase engolidos. Aisha estava um pouco eufórica e assustada, mas se recuperando, com a mão em seu colo. Ártemis com a expressão que Nyra sabia à ponto de nem se impressionar com a casa noturna, ou fingia desinteresse muito bem. Nyra acenou para eles e voltou a andar para cumprimentar Nathan e Annik com um selinho, e Lavinia com um abraço por último.

Lavinia abraçou Nyra apertadamente, cheia de sorrisos. Depois, seguiu até Jullian, claramente já muito alta de bebida e já acostumada com a frieza que ele demonstrava em abraços. Ela se tocou no rosto ao se afastar e fez um beicinho manhoso.

– Bebi demais. – Comentou com os dois, cruzando os braços. – O que vocês está bebendo? – Desviou-se para Remi.

– Whiskey. – Remi respondeu, afastando o copo do alcance dela quando a Garou tentou pegar. – Bebeu demais?

– Preciso beber! Me dê! – Ela tentou alcançar o copo, mas longe de realizar uma tentativa efetiva, apenas riu, negando com a cabeça. – Eu vou acabar voltando com o Mylo. Alguém tem que me impedir… – Ela lamuriava. – Eu não estou conseguindo resistir… – E fez um breve resumo de sua história com o Mylo.

– Vinny. Pare de beber. – Jullian disse, rindo. – Não fique contando essas coisas por aí.

Calado, Remi apenas olhou de Nyra para Jullian. A tentação clara nos olhos do italiano ao ouvir a história. A Theurge olhou de volta a Remi e fez uma expressão brava silabando “Nem pense nisso”, e voltou a escutar a história de Vinny.

– Nay… – Annik puxou a Theurge pela mão. – Vem aqui! Já! Eu e o Nate queremos falar com você!

– Desculpa. – Aisha disse a Acksul, ainda se recuperando da rápida caminhada – Não sabia que a limusine ia quebrar há quatro quarteirões daqui. Eu agarrei sua mão porque aqueles fotógrafos me assustaram, eles sempre me assustam! Mas eu costumo discutir antes se está tudo bem sair em fotos comigo por aí… É um transtorno… – Dizia ao Dragão enquanto andavam e o olhava nos olhos. – Eu sei que é tarde perguntar agora que fomos filmados, mas… Está tudo bem?

O rosto de Acksul estava corado com a exaltação toda, mas o Dragão havia levado na esportiva, apesar de também se surpreender. Ainda estava com o sorriso largo que foi registrado pelas fotos. Ele havia mostrado a língua, feito caretas e começado a rir. Na verdade, tardou a entender o que estava acontecendo de fato.

– Sim. – Acksul respondeu, selando o seu sorriso. – Eu acho que ainda estou enxergando perfeitamente. – Ele brincou, abrindo o sorriso maldoso em seus lábios. – Tenho certeza certa que não estou tonto.

– Que bom. – Aisha riu – O que foram aquele mar de fotos! Plena quinta-feira. – Olhou para Blair, pois ia chamá-la para ir ao banheiro checar a maquiagem e fofocar, mas desistiu quando viu a maga roubar um beijo caloroso de Rhistel e o puxar para onde o grupo estava. Quando seus olhos procuraram Ártemis, viu que ela já havia se acomodado sentada, e acabou se esquecendo de Alicia. – Eu espero que a Arty não beba. – Aisha lembrou-se que ela não ficava muito bem quando bebia, e levou Acksul com suas mãos dadas até o bar. – Beber primeiro.

– Essas pessoas têm muitos contatos, Ash. – Acksul disse com propriedade. – Eu imagino que tenha alguém até de dentro da ilha. Um dia desses, eu saí com Blair e somos no supermercado e estavam nos esperando. Foi bizarro. – Ele riu. – Será que eu deveria beber? Eu vou acabar mais solto… EI, NINA! – Ele chamou a irmã, abrindo um largo sorriso.

Os puros olhos azuis de Acksul seguiram discretos até Ártemis e ele inspirou, fitando-a de longe enquanto caminhava com Aisha. “Arty! O glamour está abrindo as portas para você e você enfiada nesse celular…”, o Dragão da Matéria disse na mente dela. “Vai ficar emburrada aí, tonta? Se eu fosse você, estava aqui tentando conseguir informações para o seu teste…”.

Primeiro, o que você sabe sobre Glamour? Segundo, já está tudo sobre controle. Não liga, só vou esperar a Leah e ir embora. Me deixa com meu celular, Acksul, não seja o tio chato.” Ártemis respondeu, sentada no sofá e com o rosto na tela brilhante.

Primeiro, o que você sabe sobre glamour?”, ele rebateu com humor na voz maldosa. “Tudo bem, Arty. Você está certíssima”, ele cortou a ligação.

Jullian acompanhou Remi caminhando até o balcão, seguindo na direção de Nina, Acksul e Aisha. Remi, Remi. O Lendário arqueou uma sobrancelha. Lavinia voltava sozinha para a pista de dança, puxando Alicia para dançar com ela. Temia pela falta de noção da companheira de treino, mas decidiu não se preocupar e seguiu em direção a Annik, Nathan e Nyra.

– Nay. – Annik disse, cheia de gracejos. – Poderíamos fazer algo diferente, né?! Eu e o Nate estávamos pensando, assim…

– Chamar alguém… – Nathan completou. – Alguém diferente…

– Só para brincar! – Annik acarinhou o rosto da Theurge e o beijou.

Jullian aceitou a bebida que lhe foi oferecida, optando por uma vodka bem forte enquanto ouvia a conversa. Os olhos de oceano seguiram distraídos até Blair e Rhistel.

Se a intenção era se unirem ao grupo, o Dragão de Gelo a adiou. Confinou-a onda um pilar luminoso antes que chegassem e beijou-a tão ardentemente que Jullian pôde notar a mudança nas expressões desejosas e nos corpos que se aproximavam mais. Rhistel tocou o rosto de Blair, meneando a cabeça e experimentando o beijo com profundidade. Jullian suspirou, discretamente, e assustou-se quando Nathan estalou o dedo perto do seu rosto.

– Hmmm. – O Galliard murmurou malicioso. – Eu vi, viu?

– Vocês estão pensando nisso? – Nyra perguntou surpresa, tocando a mão de Annik em seu rosto e retribuindo o beijo aos lábios da Volkov – Depende… Depende muito… Quem vocês estão pensando…?

Nyra desviou seus olhos brevemente para Rhistel e Blair e se surpreendeu por um segundo também. O beijo tão caloroso que eles não pareciam nem ligar ou ter noção do quanto chamavam atenção.  Já estão assim…  Blair afastou o rosto com um enorme sorriso e o mordeu no rosto. Mesmo encostada na pilastra, elas moveu seu corpo de um lado ao outro no ritmo da música ‘Side-to-Side’, e sussurrou algo no ouvido de Rhistel algumas coisas. Nyra assistiu aquela cena mais curiosa do que deveria, mas desviou sua atenção aos seus lobos de novo.

– Eu vi também… Estou chocada. – Confessou, abraçando Jullian pela cintura – Blair me parecia a real princesa da Rússia.  – Cessou a distração de seus olhos e mudou de assunto: – Quem vocês tem em mente…? – Procurou Remi brevemente e o viu bebendo com Nina, Acksul e Aisha.

Os braços de Jullian envolveram Nyra e a trouxeram para si vagarosamente. Sentia-se quente. Quiçá a conversa atentada de Annik e Nathan não estava ajudando igualmente. O Lendário se curvou, sentindo o lóbulo da orelha da Theurge com os lábios, roçando-se…
– Sei lá, não precisava ser uma pessoa que a gente conheça muito… – Nathan disse, fitando de Nyra a Jullian. – Vocês dois estão com maldade para o lado errado.

– Eu não estou com maldade… Só achei uma bela visão. – Jullian se defendeu num sussurro entre suspiros. – Quem está com maldade é você.

– Eu sempre estou. – Nathan disse, abrindo um novo sorriso malicioso. – Mas ali já é demais, Jules.

– Eu só estou curioso. Pare de me atormentar.

Annik riu, mordendo a língua. – Eu não sei, Nay. É a noite é uma criança. Não estávamos com ninguém em mente… – A Ragabash abraçou Nathan pelos ombros. – … Não é uma cláusula de diversão.

Sorrindo entre risos, Rhistel tocou a mão de Blair e a trouxe consigo, afastando-a do pilar e conduzindo-a em direção à pista de dança. Os olhos escuros seguiram curiosos até a atenção que sentia dos Versos da Magia e voltou-se a ela… – Eu queria tanto, tanto ter dançado com você ao redor das fogueiras do Solstício, Bee… Eu sentia todo aquele calor perto da minha pele… – Ele mordeu o lábio, soltando-o vagarosamente. – Dança comigo… – Trouxe-a para perto novamente.

– Você sabe que eu danço…

Blair assistia-o entre o piscar das luzes coloridas, decorando o rosto dele em cada flash no escuro e roubando selinhos entre a dança que era conduzida. Blair era solta com seu corpo, mas não tinha prática do que seria uma dança no clube, então o deixou decidir e acompanhou entre os beijos e sorrisos.

Nyra se encolhia no abraço e sorria para os carinhos de Jullian, seu corpo tão aquecido quanto o dele.

– Ok… Só espero que isso não inclua a Nina. Porque ela é minha melhor amiga e não quero. – Bebeu da Vodka e observou ela conversando e rindo do seu jeito extravasado, parecida com Polaris até no sotaque diferente.

Então observou Alicia e Lavinia se ensinando passos, e por último Blair e Rhistel, bem no centro da pista. Nyra admirou-os naquela harmonia de corpos, e sentiu uma breve tristeza, mas que não se identificava com o ciúmes inocente sobre os dois. Uma sensação muito sutil e facilmente ignorável. Estavam todos juntos, não tinha o que dar errado. Talvez estivesse pensando em Ladirus até demais no fundo da sua mente.

Algumas horas de diversão, bebida, dança, beijos, risos e brincadeiras. Veronica chegou no clube, mas não sozinha. Estava acompanhada de Judith, menos sorridente do que costumava vê-la, mas tão bem arrumada quanto Nikki, em uma peça curta de corte reto, fechada no pescoço e de mangas longas. Ele era todo azul e decorado com gliter prateado que desenhava estrelas no céu e estrelas do mar. Jill também estava lá, um pouco mais acanhada, seus cabelos castanhos desfiados e soltos, e mais despojada em um short jeans rasgado, cós alta, tope branco e uma jaqueta jeans por cima. Veronica e todo seu estilo, reinava em uma peça que parecia ter sido feita exatamente para o corpo dela: um blazer com um longo decote e que continuava como um vestido com uma longa fenda na frente e fechado atrás. O cabelo curto e loiro continuava muito bem em seu rosto redondo.

– Eu preciso de uma bebida. – Judith ainda estava um pouco chorosa. – Quanto luxo, minha Gaia.

– Eu também… Preciso. – Nikki procurou o bar e seus olhos se encontraram com o rosto de Aisha que acenava animadamente para a Garou.

– Meu Deus, ela é uma diva. Meu Deus. Meu Deus. – Aisha repetia até que Nikki sentiu que não poderia desviar.

Acksul…”  Veronica pensou, mas sorriu e se aproximou do grupo.

– Ela é… – Acksul concordou.

Se Nikki esperava por ter uma conversa mais interessante com o Dragão da Matéria, encontrou-o até fazendo comentários sobre moda e beleza e provocando Judy a todo o momento por conta do semblante amuado. Acksul navegava por qualquer assunto com uma facilidade e rapidez sobrenaturais, como se estivesse pesquisando o tempo inteiro na internet para trazer à conversa uma curiosidade ou um nome importante. Ouvidos curiosos prestavam a atenção no belo par de Aisha Arnezeder.

Mas o cinismo ainda estava ali, discreto, mas presente, uma declaração divertida de: “Eu te conheço bem, Veronica, e estou bem com isso, por enquanto”.

Tyler chegou sozinho para a surpresa de Lavinia. Cassian parecia indisposto para festas e Cassian estar indisposto para uma festa não fazia o menor sentido. Ele mal conseguia se conter da emoção de estar falando com ele e o tocava o tempo todo no braço, por impulso, e ria de qualquer coisa. Lavinia até se esqueceu da ausência de Mylo e passou a se entreter com a empreitada de Alicia – embora ela já estivesse notando que Tyler não estava nada animado com a crise de fã e a desculpa que queria muito dançar com a Ahroun e os dois seguiram para a pista de dança Lavinia puxou Nyra e Blair consigo e, sem pestanejar, Rhistel os seguiu para dançarem em grupo qualquer coisa sem sentido algum. Perdida, Alicia se sentou ao lado de Ártemis e também sacou o seu celular.

A notícia das celebridades presentes se espalhava e a casa começava a receber mais representantes da Classe A.

Cumprindo a promessa, Jullian estava bêbado. Tão alto quanto Nathan. Os dois começaram a cantar praticamente gritando a música ‘You Get What You Give’, dos New Radicals. O resultado foram dois microfones em suas mãos e a versão tocada para karaokê tomando a casa inteira. Nathan subiu em um dos palcos de pole dance e cantou a música inteira girando, rindo e fazendo poses. E apesar de bêbados, cantavam muito bem. Jullian estava sentado no palco que ele fazia a sua graça. Na finalização, Nathan desceu até o chão e o Lendário não aguentou e gargalhou, acertando-se sem querer com o próprio microfone e abrindo um corte em seu supercílio.

Depois disso, Jullian achou melhor se sentar à mesa com Nathan e Remi. Um Remi que não parava de rir e um Nathan muito confuso em suas ideias. Ele nem soube dizer como Remi saiu da mesa e, de repente, estava conversando com Nina de novo.

Infelizmente, Alicia não teria a companhia de Ártemis por muito tempo. Tanta felicidade a irritava quando estava mal humorada, então pegou suas coisas e simplesmente saiu pela cidade sem dizer nada. Leah enviou uma mensagem, dizendo que iria entrar em poucos minutos e estava nervosa, Ártemis enviou uma resposta falando para falar com Alicia porque ela não estava mais lá. A Pooka-Husky se sentiu congelar:

“Como assim?”.

“É, não tô.  Só gente chata”.

“Chata??? Foram embora???”.

“Não sei…”.

E nada fazia sentido mais.

Foi embora antes de Tyler, mas o suficiente para ver Fayre chegando. Embora a Maga não houvesse notado Ártemis, a Changeling a notou entrando muito animada e com algumas companhias. Teve a sensação de senti-la triste, e uma gota de responsabilidade pesou sua consciência no caminhar, mas apenas respirou fundo e continuou para longe dali.

Blair ficou muito feliz em ver a amiga e a abraçou, com a certeza que ela estava mais chapada do que Nyra e os Versos juntos. Aos poucos todo mundo se perdia e Blair via menos sentido em ações e pensamentos, e felizmente não tinha razão para sair do lado de Rhistel sóbrio. Mas precisou cuidar de Fayre às vezes quando achou que ela morreria se bebesse aquela mistura de whiskey e vodka que ela tinha inventado.

– Órfã na cidade de novo. – Fayre riu. – Mas nunca sozinha.

– Nunca sozinha. – Nikki brindou com a maga e virou a quinta tequila da noite.

“Acho que faz sentido se eu começar a beber também…”, Blair pensou, mas como Rhistel estava bem, ela só experimentou o vinho da casa.

Os grupos iam transitando, se divertindo, rindo em uma loucura que Nyra definia como prazerosa. A Theurge dançava com todos que conseguia convencer, e se absorvia fácil em um mundo próprio, rindo e fumando, bebendo, e fazendo suas graças maliciosas de um lado para outro.
Isso era uma da manhã.

– Não ia ter banda ao vivo? – Nyra perguntou uma hora. – Alguma coisa de amiga da Arty…

– Ia… – Jill disse, largada em um sofá e aproveitando o cigarro de Nyra que Fayre trouxe no bolso do seu macacão jeans e conseguido passar pela porta da frente. Estava sozinha e as pernas cruzadas sobre um puff, observando e achando graça em Judy puxando conversa com Tyler, depois de chorar suas mágoas pelo príncipe.

– Acho que ela está com medo de subir no palco. – Nyra riu e foi falar com um segurança do local, que informou que não haveria mais a atração depois de ir perguntar nos bastidores. Nyra insistiu e quis saber qual o problema… Simplesmente porque não tiveram coragem de pedir licença a Jullian e Nathan que alugaram o palco. A Theurge abriu a boca surpresa e ficou com dó da menina. – Ela está desde as onze esperando?

– Sim, senhora.

Nyra foi até Jullian e Nathan, falando para eles descerem do pequeno palco e largar os microfones porque uma menina queria cantar. E se deparou com seu Lendário de supercilio cortado.

– Que vergonha! – Ela ria e ajudava com o ferimento. – Vamos sair daqui, tem uma moça que quer fazer uma apresentação e vocês dominaram o palco.

Alguns funcionaram trouxeram curativo quando se afastaram para as mesas VIPs, e só então começaram a preparar o palco para Leah.

– Você pode entrar para cantar daqui vinte minutos.

Leah respirou fundo ao ter a notícia e estrangulou o microfone dourado em sua mão. Estava quase crente de que teria que voltar para a casa, e não pode aproveitar a Click pois os administradores do lugar não queriam-na rondando o local classe elite, porque simplesmente não era ninguém convidada além de uma cantora de quarenta minutos. Mas era hora… Será que alguém sequer prestaria atenção?

Apesar de não ter se privado de bebida, Rhistel estava mais do que sóbrio, mas estava achando tudo engraçado. Apenas ria, esboçando a estranheza de vê-los tão soltos e fazendo muitas coisas que poderiam se arrepender depois. Ele se aproximou de Jullian quando Blair precisou cuidar de Fayre mais ativamente.

– Está lindo esse curativo aí. – Rhistel disse, sentando-se ao lado dele no sofá.

O Lendário o olhou desconfiado e escorou a cabeça no ombro do Dragão. – Não está… – Disse.

Rhistel riu e passou a acariciá-lo nos cabelos negros e sedosos. Talvez Jullian fosse até mais legal bêbado – que levou a pensar se toda a pose fria também envolvia certa timidez. Nathan empurrou todo mundo para se sentar – inclusive Nyra, ao lado de Jullian – e também escorou sua cabeça no ombro do Dragão. Obviamente, Remi não perdeu a chance de fazer a foto dos quatro.

– Larga essa câmera, Remi… – Nathan reclamou.

– Cadê a moça que vocês dois atrapalharam? – Remi perguntou, sentando-se ao lado de Nyra e abraçando a Theurge pelos ombros. – Minha stella, salvadora dos cantores. – Ele roubou um selinho dos lábios cheios. – Você vai rebolar na minha cara em casa.

As luzes se escureceram para parar de piscar, mas ninguém subiu. Nyra até parou para prestar atenção, segurando o curativo na sobrancelha de Jullian, mas nada.

– Vamos ver se eu vou. – Nyra riu provocando Remi e roubou outro selinho. Fayre tinha acabado de ter perdido seu copo para Blair que o tirou pela segunda vez e o levou de volta para a mesa. A princesa respirou entediada, mesmo que já se sentisse mal o suficiente. Havia beijado pessoas que nem lembrava o rosto, e a única alternativa de terminar bem a noite era não se lembrando de nada. Seus olhos se focaram no palco, mas não enxergava bem… Procurou Blair, mas ela já havia voltado para a mesa. Andou até o palco e subiu, invadindo-o, quase sem equilíbrio.  Abriu a porta da cor da parede para os bastidores e gritou lá dentro:

– Não vai cantar, não… Caralho! – Ela riu ao perceber o belo rosto de Leah – Você não vai cantar não?

– Já vou. E-eu…  – Leah assentiu, secando o rosto rapidamente, mas sentindo os pés paralisados.

– Qual seu nome? – Fayre a olhava de cima abaixo. A Changeling estava em um belo vestido negro, decotado, longo, de uma seda bem fina que delineava seu corpo inteiro.

– Leah… – Respondeu nervosa.

– Então, sobe Leah. – Deu espaço para a Pooka caminhar, mas quase caiu sozinha quando deu o passo para trás.

Blair observou a cena de longe e decidiu não ajudar mais. Ficou ao lado de Veronica, que mal enxergava o palco também de tanto álcool no sangue.

Leah acabou subindo e encarando Fayre no processo. Parou diante de todos e observou o rosto daqueles cantores, inclusive o de Fayre ao seu lado, que roubou o microfone e pediu à casa:

– Silêncio, por favor. Que a Leah vai se apresentar.  – Disse e riu com a mão no colo: – E uma rodada para todos por minha conta. – E devolveu o microfone para Leah, descendo do palco colocando a mão no ombro de um segurança.

Então não havia mais tempo para pensar se deveria ou não. As luzes estavam sobre a fada, e a batida começava. “Estão todos sem roupa” “Estou sozinha…”.

Tentava se acalmar desesperadamente, pois havia acabado de ver o rosto de Nyra, falado com Fayre, Nathan, Jullian, Annik, Veronica, Rhistel e percebido que o único rosto familiar era de Alicia. Ela começou pois não podia esperar instrumentos, já que a música era eletrônica:

– I’ve been looking at you with a little something that you’ve been ignoring… You’ve been looking at me with it… I don’t know what exactly but it’s boring… – Começou um pouco travada, mas logo tomou propriedade da sua música e continuou, embora tivesse prometido um cover e não uma canção autoral. L – Play it cool, but I see through it you should listen to the music… Boy, I know you want it so you better get up on it or you’ll lose it, lose it, lose it…  Mind if I slow you down? – Leah tocava os cabelos cheios de ondas e descia o corpo lentamente até o chão.  – No reply, you’ll come back… Love to watch you try and turn your back to me… But I know that any minute you’ll be back to me… Back, back, back to me…

Rhistel só relaxou quando viu Fayre no chão. Do chão, não passa. Se Jullian podia se machucar, dirá os demais. Ele observou Blair próxima e piscou um dos olhos para namorada. Lavinia havia se aproximado e sentando-se ao lado de Blair, de olho no palco. Assistiu Annik se aconchegar, deitando-se com os braços cruzados sobre as pernas de Remi. Ele estava cercados de Versos da Magia e a música era agradável o bastante para até relaxar. Os seus dedos gelados acariciavam os cabelos de Jullian e Nathan, tentando entender o que se passava na mente deles todos. Sempre tão festeiros e inconsequentes, vivendo do limite

– Rhistel. – Jullian o chamou e, embora a música estivesse alta, ele estava próximo o bastante para o Dragão de Gelo ouvir.

– Oi? – Rhistel observou os cabelo lisos e repicados que não se bagunçavam.

– Eu te amo… Você sabe, não sabe?

A declaração surpreendeu tanto o Dragão que ele arregalou os olhos:

– Você ainda está bêbado?

– Acredite em mim…

O sorriso do Dragão se desenhou largo enquanto ele retornava os olhos ao palco.

– Eu sei, mas seria muito bom se eu pudesse ouvir isso de vez em quando. Eu também amo você, Jullian. – Ele o beiju nos cabelos.

O Lendário ficou calado por um instante.

– É muito difícil para mim… – Ele continuou. – Quando eu admito que eu amo uma pessoa, eu sinto como se a falta dela pudesse ser uma dor eterna. É diferente para mim… Entende? Mas eu amo você. Verdadeiramente. – Jullian inspirou, demorando-se novamente a falar – Eu gostei muito da voz dessa moça.

– Oh, sim. Ela é boa mesmo. Muito boa. – Rhistel concordou.

– Vamos levá-la conosco para ilha. – Ele disse com um sorriso na voz. – Ela parece muito bonita, olhando daqui.

– Huh-hum… – Rhistel concordou, assentindo. – Claro, claro.

Alicia estava tão orgulhosa que toda a noite meio perdida, meio deslocada, estava compensando. Ela acenava o tempo todo para Leah, só faltando dizer: “Ela é minha amiga!”, mas o coração doeu levemente quando viu Tyler praticamente sentado encostado no palco e fitando Leah com notável admiração. Tudo bem. Era muito difícil não admirar Leah. Ela notou até mesmo Acksul Aisha com um olhar muito atento à performance.

– Você é uma deusa, Leah! – Fayre gritou, sentada no chão, de frente para o palco e com as pernas cruzadas.

A Changeling começava a perceber os olhares e se soltava mais na sua canção.

– Baby could you shut up? Cause I don’t need you to come up with excuses. I just need your eyes on me so I can see you watching me move it. – Dançava sinuosa, tocando as próprias curvas e criando uma atmosfera suave e sensual –  So soft and cryptic. Oh, while you listen to the music. Boy, I know you want it so you better get up on it or you’ll lose it, – Abaixou-se ao lado de Tyler apontou o indicador para ele: – I’ll prove it. – Sussurrou com um sorriso e se ergueu para voltar a sua performance – Mind if I take you down? Get you high, am I aloud?

– Ela é tão bonita o quanto eu estou vendo daqui? – Nyra perguntou, inclinando-se para frente e fitando brevemente Remi. – Vamos dançar? – Ergueu-se e arrastou o fotografo para perto do palco, mas não dançando, somente querendo vê-la mais de perto.

Leah sentiu um forte nervosismo, mas continuou firme na sua apresentação.

– Que arraso. – Nikki fechou os olhos, acompanhando a canção – Parece profissional. – Pegou seu celular e filmou o ambiente muito por cima, somente para pegar a música no ar e postar na sua conta mandando um beijo para a tê-la. “Leah arrasando na Click”.

– Back to mee… – Leah terminava a canção e fitava os olhos de Nyra com uma forte expectativa. Duas pedras,  a Theurge pensou e fitou Jullian e os Versos como se dissesse: essa eu quero.

“Muito linda”, Remi silabou para Nyra e aproveitou o momento para fazer uma foto da cantora e assobiar logo depois.

– LINDA! – Gritou entre palmas que soavam animadas por toda a casa noturna. – ME BEIJA!

A boca de Annik estava aberta. A Ragabash estava sentada com as mãos apoiadas no sofá entre pernas afastadas. Ela se voltou para Nathan, buscando os olhos do Galliard, mas o lobo havia cochilado no ombro de Rhistel. Suspirou, negando com a cabeça. Também havia feito stories em seu Instagram e estava maravilhada. Jullian sorriu seladamente para Nyra quando viu aqueles olhinhos brilhantes.

– Minha Gaia. – Lavinia comentou, batendo palmas empolgadas.

Nyra sorriu animada e se virou para o palco, mas mesmo na sua lerdeza e desequilíbrio, Fayre estava em cima dele e pegava o microfone de Leah:

– Essa foi Leah, de nada!  – E bateu palma. Leah sorriu para Fayre, rindo, e fitou a plateia especial, colhendo a admiração com o coração acelerado. Mas quando menos esperou, Fayre se pronunciava de novo e no microfone:

– Meu Deus, eu posso te beijar, Leah? – Perguntou com o microfone em mãos. – Estou brincando. Mas dança comigo.

Leah transformou seu sorriso radiante em um incerto, pareceu ficar sem resposta, mas aceitou descer do palco com Fayre e receber seus elogios em uma conversa entre as duas.
Blair coçou os olhos para ter certeza de que havia visto o que viu. Nikki mordeu o canto da boca e voltou para o celular:

– Então tá, né!

– Mas… – Nyra abaixou os braços irritada. – Que coisa!

– A princesa foi mais rápida. – Remi disse, rindo e observando a indignação a Theurge. – Essa princesa é muito rápida. – Ele a guiou de volta para o sofá enquanto ria.

Rhistel se levantou devagar quando Jullian se ajeitou para abraçar Nyra. Nathan acordou, completamente perdido e pegou um copo de cerveja desprezado diante de si para virar de uma vez, limpando a boca com as costas da mão. Observando-os, Rhistel caminhou até Blair e ofereceu uma mão a ela, guiando-a e afastando-se da grupo, mas não deixando de observar ao redor. A rapidez que Fayre levou Leah do palco o deixou curioso para saber que fim daria – embora já imaginasse.

– Bee. – Rhistel a envolveu pela cintura, roçando o nariz ao dela. – Você está com uma carinha tão perdida… – Ele esboçou um sorriso mordido.

E estava absolutamente perdida.  Mas os sorrisos que vinham ainda expressavam alguma diversão, embora os olhos tivessem dificuldade de acompanhar o raciocínio de todos. Quando se afastou com Rhistel, ela pareceu notar algo que ela ao menos sabia lidar.

– Eu sei… – Riu sem jeito, as mãos no ombro do Dragão – É que… Não estou acostumada a nem ver o Jullian fora de controle… – Falava baixo para ele – E todo mundo falando coisas que normalmente não falaria… Talvez eu devesse beber para fazer sentido, mas eu não quero… – Olhava-o, expressando duvida sobre o próprio comportamento – É muita informação. Eu estou agindo estranho, não é?

O sorriso dele crescia se abrindo conforme ela desabafava. Rhistel roubou um selinho dos lábios dela quando terminou seu relato, rindo. – Bee… É só uma festa. As pessoas bebem para ficar mais fácil se soltarem, ficarem corajosas ou porque é gostoso. Eu bebo porque gosto, mas só às vezes… – Disse-lhe, observando os olhos claros. – Se você não quer beber, não beba! Quando você está bêbado, você não sente vergonha… – Ele franziu o cenho. – Você nunca fez isso… Né? – Ele fitou brevemente Tyler indo em direção a Judy.

Ela sorria ainda um pouco perdida, mas apreciando os olhares e os beijos dizendo que estava tudo bem. – Não, eu nunca… Perdi o controle. – Riu ao confessar – Me deixa insegura. É difícil desligar. Eu fui ensinada a vida inteira a me manter em guarda. Imagina como isso está sendo diferente para mim…? É muito diferente. – Sorriu e encostou sua testa a dele para beijá-lo, quando se afastou, seus olhos passaram brevemente por Nina. A Dragonesa conversava com um rapaz muito bonito há um tempo, e percebeu que o olhar dela foi até Veronica e desviou.

A Maga-Garou havia acabado de derrubar bebida no próprio colo e se levantava para ir ao banheiro depois de ter a ajuda de Jill para secar brevemente suas pernas.

Ela sorria ainda um pouco perdida, mas apreciando os olhares e os beijos dizendo que estava tudo bem. – Não, eu nunca… Perdi o controle. – Riu ao confessar – Me deixa insegura. É difícil desligar. Eu fui ensinada a vida inteira a me manter em guarda. Imagina como isso está sendo diferente para mim…? É muito diferente. – Sorriu e encostou sua testa a dele para beijá-lo, quando se afastou, seus olhos passaram brevemente por Nina. A Dragonesa conversava com um rapaz muito bonito há um tempo, e percebeu que o olhar dela foi até Veronica e desviou.
A Maga-Garou havia acabado de derrubar bebida no próprio colo e se levantava para ir ao banheiro depois de ter a ajuda de Jill para secar brevemente suas pernas.

– Ahm… Sim. – O Dragão assentiu vagarosamente. Já imaginava que o “treinamento militar” que ela vivenciou não incluía uma noite de bebedeira entre amigos. – Bee… Se você está curiosa, deveria experimentar, mas… – Ele a acariciou na cintura. – Você deve ser a bêbada mais risonha desse planeta.

– Por que risonha? – Ela perguntou e riu logo em seguida, beijando-o nos lábios.

– Porque sim! – Ele riu e suspirou, abraçando-a fortemente e calando-se por um instante. – Eu estou preocupado com Ladirus… – Ele fitou Vinny se aproximando do balcão e deixando-o com quatro shorts de tequila em mãos.

Ela também o abraçou, descansando seus braços nos ombros dele e o beijando outras vezes antes de escutá-lo – Eu também estou… – Dividiu seu pensamento – Nyra às vezes viajava pelo salão distraída, acho que estava o sentindo… Mas estou com a Fayre também… – Olhou ao redor brevemente. O sorriso de Judith era muito bonito, e provavelmente era uma das razões de Tyler ter feito seu trajeto de volta. – Eu tenho quase certeza que a Fayre está bem afim dele… Você acha que ele pode estar triste por ela também… Ou mais por causa da briga? Ladi fez as coisas tão rápido que eu não acompanhei.

– Ahm… – Rhistel olhou para o teto iluminado por luzes indiretas antes de se voltar para ela. – São poucos dias que se passaram e parece que tudo na vida dele aconteceu rapidamente… Essas paixões, esse drama todo… – O Dragão de Gelo comentou com ares de dúvidas. – Eu não sei, Bee… Ladirus fez tanta confusão, envolveu tanta gente… – Rhistel coçou a cabeça, bagunçando o penteado militar depois. – Ah… Eu acho que ele precisa de um tempo para avaliar o sente e o que ele não sente. Ele está passando por situações que eu passei há anos. Eu o entendo… Mas fico preocupado com as meninas também. Arty foi embora, você viu? Fayre… Parece que logo se ajeita… Vai pegar o prêmio da noite se for esperta, mas… Eu não sei. Eu queria passar na praia antes de voltar para a ilha… E tentar falar com ele longe de lá. Ele é muito próximo de mim. Eu não estou muito em paz com ele cabisbaixo…

– Eu vi… Arty está voltando para casa dela, eu espero que isso não seja ruim. – Disse em dúvida. Seus olhos foram até Fayre, a maga estava rindo alto com Leah, agitada como Blair a conhecia, mas não tinha certeza sobre como a princesa se sentia. Nunca tinha – Talvez tenha sido melhor assim. Audrey… –  Apertou os lábios, odiava se sentir responsável, mas se sentia. – Talvez arrume alguém bom para ela um dia. Forte o suficiente para reerguê-la… – Olhou-o  e sorriu brevemente: – Tudo bem… É uma boa ideia. Talvez ele queira conversar.

Rhistel também observava as duas. Moças muito bonitas e risonhas. Não tinha quem não olhasse para aquele entrosamento alegre… Com um fundo muito triste, mas Rhistel acreditava que às vezes precisava se forçar na felicidade para sair da tristeza. Ela estava mais do que certa. – Se a força não nasce de dentro, ela se vai com muita facilidade com o mínimo tremor. – O Dragão de Gelo disse, olhando-a. – A lição não aprendida sempre retorna, Bee. – Ele franziu o nariz, estranhando… – Estou falando como um velhote, mas tudo bem. Há um fundo de “experiência própria” no que digo… E é antigo mesmo… – Rhistel riu. – Ahm… Enfim… Eu tenho certeza que Ladirus precisa conversar.

Blair concordou e então sorriu. – Também acho… Por experiência própria. Mas é muito bom também ter alguém que te ajude a ver através de você mesmo. – Beijou-o e desviou o olhar para o bar. – ‘Tá… – Mordeu o sorriso, antes de confessar: – Eu queria experimentar aquilo que a Vinny estava levando em copinhos. Mas podemos ir a praia a hora que quiser.

O olhar desconfiado do Dragão de Gelo era cheio de humor. Ele estreitou os olhos e foi abrindo um sorriso gradativo e bem humorado. – Tequila é uma delícia… E o ritual é legal. Chupar o limão com sal antes. – Ele adiantou, risonho. – Mas é forte. Podemos ir à praia e na volta, você… Faz o seu experimento? Eles não vão sair daqui tão cedo e ainda é uma e meia da manhã…

Blair concordou e beijou os lábios risonhos dele, e fitou o grupo distraído. – É melhor você avisar o Polaris. Os outros é capaz de esquecerem que a gente disse algo e achar que desaparecemos. – Fitou o Dragão e Aisha. Não tinha ideia de que tanto assunto tinham, mas Aisha não parava de falar e se expressar. Estava levemente alta e ria bastante entre suas histórias. – Os dois são tão bonitinhos. – Blair olhou-os por um instante.

Quando os olhou, Rhistel considerou ir até lá, mas conteve-se. Eles eram um casal muito bonito e sexy, não? Aisha estava um pouco mais alta que ele vestindo o salto imponente. Tantos gracejos. – Repare que eles não estão de mãos dadas, mas o braço dele está apoiando atrás dela e… – Rhistel arqueou uma sobrancelha, fitando Blair antes de continuar. – Eles abrem sorrisos a todo o momento que se olham. Eu acho que estão se gostando e não perceberam ainda.

Acksul se voltou na direção deles e assentiu, e rapidamente, voltou ao assunto com a popstar.

– Vamos. A praia é aqui na frente, mas eu acho melhor seguirmos pela Penumbra. Está cheio de paparazzi na porta.

Blair acenou brevemente movendo os dedos a Polaris, e acompanhou Rhistel para um local invisível para as câmeras e presença, e transpassaram.


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