All I Ask

Categorias:Romance
Wyrm

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Ladirus tinha certeza que experimentava o amor, tendo na batida do coração o calor e a paixão sempre presente. Alegre o suficiente para não encontrar defeito em nada naquela noite. Até voar com aquela lhe fora um precioso deleite. Fazia-o sem pressa, navegando pelas nuvens do etéreo como se fossem um mar inteiro somente para eles banhado do Sol da manhã. Ele fez uma descida suave até o castelo, pousando próximo. Permitiu que ela descesse de si ao curvar-se, observando o seu pulo ágil como o de uma gata. Uma gata. O Dragão se esticou, espreguiçando-se, antes de assumir a sua forma hominídea.

– Arty… – Ele caminhava na direção dela calmamente, abrindo um sorriso radiante. – Obrigado por isso. Foi muito… – Tomou-a pela mão, levando a ambos para a Tellurian antes de continuar falando com empolgação. – … Especial. Eu adorei conhecer todos. Ícaro sabe cozinhar muito bem e Mariah é uma doçura! Eu acho que fiz uma amizade legal com a Leah e… Gaia, eu ainda estou com as bochechas doendo de rir de quando a Destiny se meteu na minha conversa com Joseph dizendo sobre a dificuldade dela em ir à academia e seguir dietas. – Ele ria. – Eu fiquei feliz que Mary Ann pareceu deixar o clima contigo amenizar. Ali parece precioso demais para haver brigas! – Ladirus mordeu o lábio.

Ela o escutava cheia de admiração e surpresa. Ser aceita na sua essência era uma resposta muito especial ao que sentia por ele. Também riu do relato dele, e acabou o imitando ao morder seu lábio, mas soltando-o para rir empolgada e abraçá-lo.

– Obrigada! Foi muito especial para mim também. Muito, muito, muito. – Ergueu um pé enquanto o abraçava apertado e colocou o salto de volta no chão. – Eu fiquei com medo de dar errado, porque eles são muito diferentes, e eles não sabem nada sobre Dragões. Mas foi tão legal. – Afastou o rosto para fitá-lo – E eu consegui ainda cantar a música pela primeira vez inteira. Mas ainda tem muita coisa para te mostrar! Eu estou muito feliz que tenha se divertido… – Falava rápido entre sorrisos enormes, ela respirou fundo se acalmando, fechou os olhos um segundo, e por fim um selinho dos seus lábios quentes como seu corpo, embora vestisse as mesmas roupas curtas e a brisa fosse fria nas últimas horas da madrugada.

Beijo prometido, mas a esperada proximidade o tornou profundo e lentamente sensual. Ladirus a envolveu pela cintura, fechando-os para a paixão que sentiam. O sentimento se expressava nas mãos fortes e novos olhos fechados e entregues. A imagem dos dois se destacava perfeitamente contra o Sol, tornando-os luminosos e únicos em seu romance. Não fez sentido a todo o contesto a forma abrupta que Ladirus se afastou do gesto, afastando-se de Ártemis como se levasse um choque.

Um choque que viera de um gemido de pavor.

Ele estava na porta do castelo, vestido com os seus elegantes trajes sociais. Um terno azul escuro com riscas de giz brancas e o blazer aberto com a camisa branca exposta. Os olhos vibrados e manchados por olheiras lhe traziam a impressão que ele não havia se pregado em um sono havia muito tempo. Olhos azuis tão puramente emotivos que a Fúria parecia até visível a olhos comuns através de uma névoa cinzenta. Os lábios entreabertos se destacavam com as presas expostas de uma respiração que fluía pela boca, ofegante. Ladirus caminhou para tomar a frente, pondo-se distante de Ártemis. A Fúria do irmão o atingia diretamente, transtornando-o e entristecendo…

– Que merda você pensa que está fazendo…? – Tayrou sussurrou, dividindo o olhar agressivo entre Ladirus e Ártemis. – O… Que… Está… Pensando…? – Ele disse, pausadamente, começando a se aproximar. Ladirus entreabriu os lábios, fitando-o com incerteza:

– Tay… Esper-

Tayrou ergueu a mão, exigindo para que ele não continuasse. Ele tremia e as lágrimas caiam dos seus olhos quase sem tocar o seu pelo rosto, pesadas como o coração forte que batia acelerado em seu peito.

A Changeling arregalou seus olhos ao ver Tayrou, mais supressa ainda pelo estado que ele se encontrava. Furioso. Parecia que estava os esperando há muitas, e ela puxou ar para tentar dizer algo, mas lhe fugiu todas as palavras. Por que ele estava bravo? Podia sentir o porque. Mas por que tão furioso? Conseguiu imaginar da onde partia a decepção. Ela não se colocou no meio, abraçou-se e afastou um passo, curvando levemente o corpo e sentindo culpa por algo que não sabia bem.  Mas logo o receio dela se transformou em uma energia irritada, forte e ondulante, e as palavras vieram ásperas:

– Eu estou fazendo o que não é da sua conta! O que você está fazendo aqui plantado na porta? – Brigou e se adiantou até Ladirus para segurar seu braço e arrastá-lo para a direção oposta do Castelo, preocupada com a Fúria da Tayrou, pois tinha certeza que nunca havia o sentido assim e teve medo.

Ele não queria brigar. Ladirus nunca se imaginou tocando em um dos seus irmãos naquela intenção. Não havia isso entre eles. Eram unidos, pois eram poucos além de tudo e precisavam cuidar da relação com zelo. Mas assim que Ártemis ralhou com Tayrou, ele soube que brigaria. Tayrou tinha a luz ao seu favor e num instante estava ao seu lado. Os olhos azuis o fitaram com uma dor tão latente que machucou Ladirus e ele nem resistiu ao ser puxado para o Umbral.




Tentaram entrar pela sacada fazendo o mínimo de barulho, carregando aquelas diversas sacolas. Fayre estava adormecida no sofá, cheia de papéis, anotações e cadernos abertos, além de um violão e teclado. Escrevendo… Blair imaginou, nem se perguntando o porque ela estava sozinha e não com Ladirus. Esquecendo-se de que ele havia saído com Ártemis e toda a confusão. Tirou seus sapatos quando pisaram no seu cômodo e deixaram as sacolas e embrulhos pelo chão. Cada objeto trazendo uma memória exata do momento em que foi adquirido de tal forma que Rhistel apreciou muito vê-lo ao redor da cama.

O Sol de Veneza ainda permanecia em seus corpos, perfumando com o cheiro do calor. Deixar a cidade florida trouxe antecipadas saudades ao coração do Dragão, mas os momentos vividos ele trouxe consigo entre emoções e sentimentos puros. Ele estava calmo, mas ao mesmo tempo, não estava. Assim que chegaram no glamoroso cômodo, ele a envolveu pela cintura e caminhou com ela, beijando-a ardentemente em seus lábios róseos, até que caíssem no colchão. A vontade de amá-la novamente se expressava em seu beijo que escorria pelo queixo feminino e acabava encontrando morada no colo quente, beijando-o e chupando com pedidos cálidos de desejo…

E os suspiros da Maga o convidavam, ela recuou a alça do vestido florido que havia ganhado dele em Veneza e exibiu seu colo para receber os beijos, pedindo que eles continuassem. Blair tocou a própria coxa e puxou a saia, fazendo-a subir pela sua perna e dando espaço para que ele se acomodasse entre elas somente para senti-lo excitado, cruzando suas pernas pálidas e fortes aos quadris dele. Blair suspirou, e buscou seus olhos escuros… Imaginou que ele estava faminto, e ela sorriu com o peito ofegando, mas não conseguiu interrompe-lo até que ele buscasse seus lábios para um beijo profundo e pudesse encará-lo.

– Você está com fome, Rhis.. Não está? – Ela sussurrou e riu, mas não hesitou em puxar a camisa dele para retirá-la.

O sorriso dele se estendeu também como um riso, erguendo-se de joelhos no colchão, ele a auxiliou, largando a camisa pelo chão antes de se deitar novamente por cima dela, buscando por um beijo antes de sua barriga reclamar por ele. O Dragão franziu o cenho, fazendo uma careta de olhos bem fechados. – Ahm. Isso não foi sexy… – Ele riu, largando-se sobre ela. – Sim, Bee… Eu estou faminto. – Olhou-a, franzindo o cenho. – Você quer me ver caçar? – Os olhos seguros buscaram pelos dela e ele riu entre os suspiros… – Não é sexy também, mas é muito interessante! – Ria. – E depois eu estarei cheio de energia para você…

Ela caiu no riso e concordou, mas ergueu o pescoço os olhos até o criado mudo atrás. Havia uma pilha imensa de papéis de trabalho, roteiros para estudar e decorar. Mas voltou a fitá-lo e concordou. – Eu quero. – Roubou um beijo lento, e outros selinhos carinhosos. – Desculpa admitir isso… Mas eu já espiei você caçar e eu queria ter feito um quadro disso. – Encarava-o nos olhos. – Mas eu quero ver de novo. O sexy a gente consegue de volta em dois segundos. – Brincou e o beijou no rosto, tocando seus cabelos escuros e abraçando-o enquanto acariciava suas costas. – E eu tenho certeza que extrair energia de você nunca vai ser um problema, desde que você não morra de fome, eu acho… – Riu e roubou outros selinhos entre suspiros, com dificuldade de soltá-lo, mas o fez devagar.

– Espiou-me! – Ele exclamou numa indignação risonha entre os selinhos que pediam pela profundidade a todo o momento. Rhistel a tocou na coxa, apertando-a antes de se levantar devagar. – Droga. – Ele cobriu os olhos. – Eu não quero caçar. Eu quero você. – Deitou-se novamente sobre o corpo quente de Blair, lambendo os lábios corados da Maga e suspirando… – Eu quero você… Agora. Por que você teve que erguer esse vestido para mim, Bee…? Ver isso já me deixou todo doido… – Mordeu-a ardentemente.

Todavia, de súbito, Rhistel pareceu ser pego por outra sensação estrangeira. A sua expressão mudou da paixão para a estranheza e ele se sentou devagar sobre o colchão. Os olhos escuros expressaram confusão. Rhistel sentiu a própria Fúria se elevando e se ergueu da cama, saltando para o chão e observando o quarto, enxergando muito além daquelas paredes…

– Preciso ir, Bee… – Ele sussurrou, sério. – Meus irmãos estão brigando… Você pode me levar para o castelo?

Blair assistiu ele mudar de humor aos poucos e logo percebeu que alguma coisa estava acontecendo no Umbral, graças à sua esfera que a deixava sensível a tudo o que acontecia ao mundo espiritual nas redondezas. Ela se sentou e apenas abaixou a saia do vestido antes de tocá-lo e leva-lo até à frente do Castelo direto na Penumbra.




Ártemis sentiu o desespero quando foi deixada na Tellurian sozinha. A Changeling não esperou ali, embora pisasse de um lado para o outro sem conseguir piscar ou respirar mordendo os dedos por dois segundos. Suas pernas rápidas correram para dentro do Castelo e ela subiu escadas e passou por corredores até achar o quarto de Rosstrider. A fada sequer tentou abrir a porta, apenas estourou a maçaneta e a abriu com tudo.

– Ross! – Entrou correndo, mas não encontrou o Dragão no cômodo. A fada deu meia volta e correu até o quarto de Aisha, quase derrubando a porta, mas se conteve. – Acksul! – Chamou-o irritada do outro lado, batendo com força na porta.

Aisha apertou os olhos e teve a sensação de ver os quadros tremendo na parede, até que alguns caíram. Ártemis estava tão nervosa que até a porta começou a estremecer.

– O que é isso.!! – Aisha cobriu o corpo com o lençol, encolhendo-se na cama.

Estava adormecido tão profundamente que quando sentiu Ártemis, Acksul se viu desorientado. Os olhos piscavam vagarosamente e a mente ágil procurava se encontrar dentro das sensações que chegaram todas de uma única vez dentro de sua cabeça. Ele franziu o cenho, vendo-se completamente nu no colchão de Aisha e ergueu os olhos claros para Parente, estranhando a tudo o que acontecia e o receio em seus olhos. Alguma coisa está errada. Ele se ergueu, buscando o seu roupão preto do cabideiro e vestindo-o com pressa.

– Algo está muito errado, querida. – Ele sussurrou a Aisha. – Meus irmãos estão brigando. – Ele se aproximou da porta e a destrancou, encarando… Ártemis?! Nem quis saber. Seja lá o que fosse, a prioridade era a sua família.

Aisha sequer teve tempo de se estabilizar e viu Acksul saindo e Ártemis entrando com os olhos chorosos. A morena fechou a porta e caminhou até Aisha. As roupas de Acksul estavam pelo chão, mas a Changeling nem ligou ou pareceu notar.

– Que aconteceu, pelo amor de Deus!? – Aisha perguntou brava.

– Yo odio Tayrou demasiado! – Ártemis chacoalhou as mãos agoniada e andou até a janela, a abrindo e fitando o jardim. A Fada sentiu o piso tremer levemente, e Aisha desistiu de ficar sentada.

– Que? – A Parente se enrolou no lençol e se levantou atrás da Fada.

– Me he lastimado! Tanto! Me aterroriza el corazón. – Tocou o coração disparado, falando tão rápido que um nativo provavelmente não entenderia – Estoy muy asustada, Aisha. 
– Eu não sei espanhol, Ártemis, para agora!! – Aisha a segurou no ombro. – Você quem está me assustando!

Ártemis engoliu as lágrimas e soluçou limpando os olhos, virando-se para a loira lentamente.
– Perdoname… Tayrou e Ladi estão brigando por minha causa no Umbral e eu não posso fazer nada.

– Que? – Aisha engasgou – Por você? O que você fez! O que eles fizeram?!

– Si, por mi! – Esbravejou e os quadros terminaram de cair. – Tayrou não gostou nada do Ladi sair comigo. A gente se beijou e, e ele viu tudo.

– Que?! – Aisha a soltou. – Ladi está com a Fayre.

– Não mais… – Ártemis ajeitou o cabelo, afastando a mecha do rosto.

– Arty… – A loira negava lentamente e incrédula. – Ok. Fica aqui. Eu vou me trocar. Não é para ir atrás de ninguém!

– Vale.




A prudência era prejudicada pela Fúria, embora Ladirus, a custo de ferimentos, saltou para se afastar do castelo em direção à praia. De início, não conseguia revidar e apenas se defendia. O corpo de Tayrou era completamente branco e luminoso, dificultando que olhassem para ele diretamente e as garras afiadas do Dragão de Luz eram muito rápidas, embora ele não assumisse a velocidade absurda que possuía o tempo todo – por sorte. O descontrole o queixava sem a concentração necessária, mas Ladirus se sentia manchado do próprio sangue e acabou igualmente perdendo a paciência. Movendo o corpo como uma serpente, ele acertou a longa cauda na cara de Tayrou, prendendo-o contra o solo e desferindo uma violenta baforada de água contra o corpo do Dragão de Luz, ferindo-o em diversas partes do seu corpo. Tayrou se liberou, lançando-se para o céu. Ladirus o seguiu, rugindo de Fúria. Os dois se engalfinharam, trocando garradas e mordidas que faziam chover vermelho.

Rhistel os acertou como um meteoro, lançando-os em direção ao mar. O impacto acertou Ladirus em suas costas e o desnorteou-o por um momento, fazendo-o largar Tayrou. O Dragão de Luz fugiu e viu a chance para acertar Ladirus, mas foi interceptado por Rhistel. O Dragão de Gelo soltou uma baforada em suas patas, prendendo-as e o acertou com as garras gélidas. Tayrou rosnou e tentou se soltar, mas foi agarrado por Torvoethardurg. O enorme Dragão verde escuro o puxou para o chão. Todavia, o ensandecido irmão resistiu, quebrando o gelo das patas dianteiras e acertando Torvo com as garras cheias de Fúria para escapar.

Ele voou em direção a Ladirus e só recuou quando uma parede de chamas surgiu diante de si. Krazugnis desnudou os seus dentes para Tayrou, mas foi afastava com uma investida pelo próprio Ladirus. Connor surgiu e atracou-se ao irmão de Luz, assim como Rhistel enterrou as suas garras às costas de Ladirus. Rosstrider surgiu, mas não se aproximou. O Dragão de metal negro, dotado de chifres às laterais de sua cabeça que apontavam para o seu focinho, pareceu em dúvida sobre o que fazer. Furiosos demais para serem contidos, os dois adversários se livraram de novo, embora feridos, avançaram na direção um do outro.

NINA, ACERTE OS DOIS! – Ouviu-se a voz triplicada de Acksul. – HAWKY! SEPARE-OS!

Quando Hawky surgiu deslizando pelos céus, Ladirus teve um momento de lucidez ao ver Nyra sobre a sua cabeça. O Dragão de Água parou e a irmã se voltou para Tayrou, confinando com a sua essência de Ar.

Blair deixou Rhistel e se afastou na mesma velocidade. Muito distante da batalha, ela assistiu o confronto em agonia, sem saber como auxiliar naquele instante. O alivio foi ver Acksul, já que Tayrou nem Ladirus estavam dispostos a ceder a qualquer tentativa dos irmãos de parar, talvez escutassem o mais velho.

Quando o nome de Nina foi convocado junto de Hawky, ela demorou poucos segundos para surgir, criando uma cadeia elétrica forte e os prendendo contra o chão da praia causando dano o suficiente para acalmar os nervos dos dois. O Dragão Elétrico nem se aproximou para causar os efeitos, suas garras apenas tinham penetrado a terra.

Nyra só conseguiu respirar quando Hawky pairou no ar, e Blair ajudou a Theurge se teleportando até ela e a trazendo para a terra novamente, no caso de outra briga começar e Hawky precisar ser mais incisiva no seus alertas. Ao pisar em terra firma, Nyra encarou Blair por alguma resposta, mas a maga achou melhor apenas negar como se não soubesse de nada.  A Theurge mudou para lupina e correu até Ladirus e Tayrou, passando por todos os Dragões. A Garou assumiu a forma humana quando estava perto e disse alto:

– Voltem a suas formas humanas, AGORA. – Nyra brigou e aguardou. Blair foi andando devagarzinho atrás de Rhistel.

Eles só começaram a mudar de forma quando Ladirus e Tayrou o fizeram primeiro. Os dois estavam consideravelmente feridos, cortados pelo corpo todo. Acksul fitou os dois e passou o olhar pelos demais. Rhistel limpava o sangue da boca com a língua e mirava o corte em seu peito nu. Connor também estava ferido, assim como Torvo. Rosstrider os olhava completamente confuso, assim como Hawky. Kraz estava irritada, com a Fúria salpicando o seu olhar intenso. Acksul suspirou, negando com a cabeça e observando Nina se aproximar.

Acksul guardou as mãos nos bolsos do roupão e arqueou as sobrancelhas. – Muito bem! – Disse-lhes, ríspido. – Que diabos foi isso…?!

– Acksul. É melhor conversamos com os dois separadamente. – Connor alertou-o. – Não assim.

Tayrou ergueu o olhar para Acksul, mas nada disse.
Inspirando profundamente, Rhistel caminhou para perto de Blair e Nyra.

– Eu nem sei o que aconteceu. – Acksul ameaçou.

– Eu beijei a Arty. – Ladirus respondeu, cuspindo saliva vermelha no chão.

Acksul se voltou para Ladirus com os olhos arregalados. Depois para Tayrou. Ladirus novamente e seguiu para Tayrou que apenas o fitava silencioso e, por fim, retornou para Ladirus…

– Mas o que é isso! – Acksul levou as mãos para cima. – Ladirus, você não estava metido com a princesa russa?!

– Acksul. É melhor a gente conversar depois mesmo, eu acho… – Rhistel disse com um sorriso em graça.

Nyra olhou para Ladirus mais surpresa que qualquer um.

– La-di-rus! – Cobriu a boca, mas parou por aí. Achou melhor aceitar o conselho de Rhistel. – Tudo bem! Chega! Eu não quero briga. Já devem ter acordado a Ilha inteira. Eu não sei se vocês tem noção, mas a terra treme quando vocês lutam aqui! – Brigou, embora ainda tentasse entender o que Ladirus estava fazendo com Ártemis.

Blair parou ao lado de Rhistel e observou o corte aberto. Haviam acabado de voltar e parecia que tinha se metido em uma briga de rua.

– Verdade. – Blair concordou – Melhor…

Nina conseguiu chegar até eles e com seus olhos bem abertos fitava de um a outro; em especial os dois que começaram a briga.

– E onde está Ártemis? – Nina perguntou com medo que a fada tivesse sido pisoteada, pois pelo estado que estavam era só o que faltava.

– No… – Blair buscou sua localização – Quarto… da Aisha… – Respondeu estranhando.

– Gaia. Isso é estupido, brigar assim, ainda por algo que não dá para resolver com briga. Definitivamente, não. – Nina negou e girou os olhos. – Melhor cada um voltar para seu canto e se acalmarem.

– Ladi, você vem comigo para casa. – Nyra parou perto dele e o tocou no braço. – Connor, melhor você levar o Tayrou. Tudo bem? – Olhou o Dragão da Luz: – Vai para casa e esfria sua mente.

Connor não sabia dizer se estava surpreso realmente. Depois da entrega de presentes, a ideia de Arty e Ladi juntos não lhe soava tão absurda. Rosstrider, ao seu lado, parecia que não conseguia sequer acreditar no que estava ouvindo. A mágoa em seus olhos tocava Ladirus diretamente, mas havia também certa confusão neles. Quando Connor sentiu os seus pensamentos, ouviu bem mais do que gostaria e se fechou para ele. O que sentia de Tayrou, ele já imaginava. A birra incurável com a fada sempre lhe soou um sentimento bem diferente de ódio. A nossa Ártemis cresceu e nem percebemos isso. O Dragão da Escuridão também se lembrava de ver Ladirus saindo com a Audrey no dia anterior. Não se sentia na posição de concordar com a sua princesinha fada nos braços de Ladirus, mas também não sabia exatamente sobre o que se posicionar. Arty não é mais uma criança. Connor fitou Nyra e assentiu. Tayrou igualmente, apesar de não olhá-la em seus olhos.

– Eu vou com você, Nay. – Acksul disse, irritado. Queria falar mais coisas, mas o conselho de Rhistel realmente prevalecia. – Nina. Você pode acompanhar Connor e Tay?

– Tudo bem… – Nina respondeu e fitou Connor e Tayrou. Andou até a beirada do mar e aguardou o irmão da Luz seguir na frente primeiro.

– Vocês são muito ridículos. – Kraz rosnou antes de passar para a Tellurian.

– Eu… Vou ver a Ártemis… – Rosstrider disse, também passando para a Tellurian.

Rhistel foi ajudar Ladirus a se levantar. O Dragão demonstrou dor e estava com braço esquerdo inchado e roxo. O Dragão de Água fitou Nyra envergonhado, mas nada disse.

Nyra tocou o braço de Ladirus e usou sua cura junto de Mágika para curar seu braço muito ferido. Em seguida tocou o peito de Rhistel para curar o profundo corte. A Theurge repetiu o mesmo processo com Torvo da garrada que levou perto do seu rosto. Torvo sorriu seladamente para a Theurge e ergueu a mão para limpar o sangue da ferida ao senti-la curada. A sua expressão era de timidez. Sentia uma profunda vergonha de estarem passando por isso na frente da Garou. Ele não os acompanhou, assim como Hawky.

Blair esperou Nyra curar a todos com sua magia, sem deixar marcas ou cicatrizes e criou o vórtice que puxou a todos para a casa de vidro.

Ressurgiram no quintal dos fundos, perto da piscina, e Nyra pareceu nem saber por onde começar.
– Eu acho que vou para casa. – Blair falou baixo, por instante preocupada com Fayre e fitou Rhistel. – Até mais tarde? – Beijou-o em um selinho, e tocou o Dragão de Gelo brevemente no braço.

– Tudo bem. – Rhistel retribuiu o selinho dela duas vezes. “Eu te amo”, ele silabou antes de se afastar.

Nyra tocou a nuca, curiosa, e brevemente espiou o anel que os dois usavam, mas desviou discretamente, voltando-se para Ladirus e esperando algum pronunciamento. Ladirus a olhou, mas se voltou para Jullian que saia da casa de vidro com os braços cruzados e uma expressão longe da costumeira neutralidade.

– Eles vão embora hoje. – Jullian disse a Ladirus, ríspido. – Eu vou até o castelo tranquilizar a situação, minha pequena estrela. Rhistel já me contou o que houve…

O Dragão de Gelo esboçou um sorriso sem jeito.

“Eu te amo”, Nyra cobriu os lábios ainda pensando nisso enquanto fitava de Ladirus a Jullian.

– Tudo bem, meu Lobo… É melhor… Ou é capaz que arrumem outra desculpa para ficarem mais. – Disse, também nervosa e irritada. Uma briga entre Dragões era muita coisa para um dia só.

– Gaia… – Jullian se aproximou dela e a beijou num selinho demorado.

Jullian fitou as os três Dragões em duvida se fazia o correto em não ficar. Acksul estava de roupão e descalço. Rhistel sem camisa. O Lendário negou com a cabeça e assumiu a forma lupina, correndo em direção ao castelo. Acksul apertou os lábios e o acompanhou ir, assim como Rhistel.
Nyra cruzou os braços continuou com os olhos sobre Ladirus. – Você vai ter que explicar essa história pelo menos para mim, Ladi. Eu não estou conformada.

– Deu para ser mulherengo agora, Ladirus?! – Acksul o estapeou no boné, fazendo-o voar para o chão. – Você era o nosso irmão mais centrado

Ladirus se abaixou e pegou o boné, voltando-se para Nyra. Ele entreabriu os lábios, mas se calou. Inspirou e disse, receoso:

– Eu percebi que estou apaixonado pela Arty e não pela Fayre.

– Você sabia disso? – Acksul cutucou Rhistel no mamilo. Para doer mesmo!

O Dragão cobriu os mamilos, olhando-o com manha:

– Sim e não.

– Rhistel, você tem que cuidar do seu irmão. – Nyra se virou para ele. – A idade mental de relacionamento do Ladirus é a mesma que da Ártemis, claramente. – E voltou-se para Ladirus – Você não pode desaparecer com outra pessoa assim, ainda mais a Ártemis, enquanto está com a princesa da Rússia. Isso é ruim, Ladi, isso é péssimo.

Brigava, cruzando os braços na altura da cintura exposta. Nyra usava um conjunto de um tope e um short cós alto e de cumprimento curto. Seus cabelos negros estavam presos em uma trança longa e romântica, mas apenas feita devido ao voou que acompanhou Hawky. Vestia a maquiagem de sempre nos olhos, o batom claro, e tênis esportivo.

– Essa história ainda pode acabar muito mal. Você sequer resolveu algo com a Fayre? O que eu tinha dito a você sobre ir atrás de uma e esquecer da outra? O que você não entendeu é que você não pode fazer isso quando dá na telha. Parece que eu falo grego com vocês! – Fitava o dragão de água – Eu estou falando grego com você, Ladi?

– Não. – Ladirus respondeu, sentindo os olhos dos irmãos sobre si, julgando-o. – Nay, eu só tinha a intenção de declarar os meus sentimentos para a Arty… Mas nos beijamos e… Nos deitamos na cama, ela começou a me tocar e-

– Ladi. – Rhistel o interrompeu, surpreso. Não imaginava que a história pudesse ter progredido tão rapidamente… – Vocês… Fizeram amor… Isso?

Acksul apenas olhava de um para o outro, também surpreso. Tayrou vai matá-lo mesmo.

– Não. Foram uns amassos… – Ladirus passou o olhar por todos eles. – Mas estávamos muito afim e acabamos saindo… E não fizemos, porque eu conheci varias fadas e foi muito legal… – Ele sorriu brevemente, censurando-se. – Quando chegamos, acabamos nos beijando de novo e Tayrou viu. Eu queria contar para eles três antes. Também vou conversar com a Fayre. É que eu não esperava que iria sentir tanto tesão pela Arty. Ela é muito quente… Eu não esperava. Eu agi sem pensar…

Quando Ladirus negou que haviam ido longe demais, Nyra respirou fundo ligeiramente aliviada.

– Gaia. – Tocou o próprio rosto – Você precisa falar com a Fayre logo. E tem que ficar de um lado só. – Foi incisiva, mas o olhou melhor… – Tem certeza do que você sente pela Ártemis, Ladi? Eu não te culpo por fazer algo no calor do momento… Mas se for avançar a relação com ela, é melhor ter certeza do que quer. Ártemis é virgem, nunca namorou, e é provável que se apegue muito a você. Ela é importante para seus irmãos demais. Não vai achar que tá apaixonado por outra do nada e mudar… – Pediu, quase implorando: – Se você tiver alguma dúvida, não leve isso adiante. De jeito nenhum. Ai… Não me mata do coração…

– Bem. – Ladirus pensou em Mary Ann, mas não achou que valia a pena comentar sobre a Sidhe naquele contexto. – Nay. Eu quero a Arty. Eu gosto dela. Eu tenho certeza que é com ela que eu quero estar e… E que quero muito fazer amor com ela e que ela goste de mim. Isso eu não posso prometer não fazer… – Olhou-a. – Eu também não achava que Tayrou ficaria daquele jeito só porque eu a beijei…

– Imagine se ele tivesse ouvindo o que eu estou. – Acksul abriu um sorriso maldoso. – É totalmente normal querer isso quando se gosta da pessoa, Ladi. Você só está envolvendo já duas garotas. Estamos preocupados. Ártemis é o dodói dos três. Eles estão muito chateados contigo…

Ladirus abaixou a cabeça.

– É… Arty sendo virgem, você vai ter que ter muito mais paciência do que teve com a Fayre, Ladi… Sabe, ela vai ter muitas dúvidas e tudo o mais. Precisa ter calma… – Rhistel falava, olhando-o.

Acksul arqueou uma sobrancelha, mas resolveu não comentar nada.

– Não tive paciência com a Fayre. – Ladirus declarou. – Mas entendo o que quer dizer…
Nyra também fitou Rhistel e, provavelmente, pensando o mesmo que Acksul naquele instante.

– É verdade. – Disse a Ladi – Você não deu tempo nem de se despedir da Fayre também. Do relacionamento, eu digo. Provavelmente ela passou o dia pensando em você e você com a Arty. – Negou lentamente – E com a Ártemis você vai com calma. Vai esperar tipo, um mês, até deixar algo acontecer. – Sabia que estava exagerando, levando em consideração dos passos que eles já haviam avançado. – Porque daí você tem certeza que quer estar com ela. E é para resolver esse negócio com a Fayre já! – Dizia brava – Mas… Vai tomar banho antes e trocar essa roupa manchada de sangue. E não diz por aí que você está com a Ártemis. Deixa esse assunto esfriar. Ok?

– Eu vou falar com a Fayre… – Concordou, mas não concordava com tudo. Ladirus assentiu para Nyra apenas para fugir do assunto e correr para dentro da casa de vidro, seguindo apressado em direção do quarto do banho.

Os olhos escuros de Rhistel seguiram o irmão. Fayre era uma garota legal – apesar de tê-lo alfinetado algumas vezes… – e não merecia sofrer pelas confusões do Dragão. Ele esperava de coração que ele finalmente se decidisse. Rhistel inspirou e se voltou para Acksul. E assustou-se ao encontrar os olhos claros do irmão mais velho diretamente nos seus.

– Eu estou de olho em você também, Rhistel. Pode ter certeza. – Acksul desenhou um sorriso de escanteio. – Paciência, é? Sei.
Nyra esperou Ladirus entrar e se voltou a Rhistel. Andou até o Dragão e pegou a mão dele para ver a aliança de ouro negro.

– Você é terrível, Rhistel. Não sossega nunca. – Fitou-o nos olhos –  Da onde você tirou essa de aliança? Rhistel, vocês não tem um mês. Quer dizer, eu acho, eu não sei de mais nada…

– É uma aliança…? – Acksul se aproximou, observando a mão dele que Nyra segurava. – Eu confesso que estou muito surpreso, irmão.

– Sim… – O sorriso do Dragão de Gelo se estendeu e se transformou em um riso tímido. – Eu a pedi em namoro… Eu pensei em algo que pudesse representar o nosso amor. Bem, ela gostou. Temi que pudesse achar cafona, mas ela gostou muito. Essa viagem foi maravilhosa…

Acksul o olhou, esperando a continuação.

– Passeamos bastante… – Rhistel confessou, animado. – Nós navegamos até de gôndola!

– Claro que passearam, vocês estavam em Veneza. – Nyra estreitou os olhos brevemente e sorriu com os lábios selados – Mas… Parabéns pelo namoro. Eu também não acho que aliança é cafona, ainda mais nesse valor né. – Soltou a mão dele devagar depois de fitar bem os detalhes da joia –  Eu só… quero saber logo! Nessa sua paciência toda que você mencionou que o Ladi deve ter, você explicou para a Blair que meninas engravidam se não se cuidam, Rhistel? E que primeira vez não é imune a isso?

– Você está com ciúmes de mim, Nay…? – Rhistel perguntou, olhando-a. – Você está com ciúmes!

Sem deixá-la responder, Rhistel abraçou forte, beijando-lhe o rosto diversas vezes. Como amava a Theurge durona! Ele a cheirou, apertando-a em seus braços. Também notou a seriedade levemente constrangida de Polaris. Ciúmes da Blair? Ele nunca admitiria.

– Blair se cuida, Nay… Eu espero? Eu não gosto de usar camisinha. A única vez que tentei foi bem ruim. Ela também não fez questão de usar, então… – Ele a apertou de novo. – Está tudo bem.

– Hm. – Acksul coçou a lateral do rosto. – Parece estar… Por essa sua felicidade cara de pau. Blair também chegou me dando um “Bom dia” tão animado que mesmo dormindo, eu o ouvi nos meus sonhos. – Ele encolheu os ombros. – Tudo bem, então…

Nyra fechou os olhos quando foi agarrada e apertada, e acabou rindo de todo o carinho que ele esbanjava. Sempre fazia isso para amenizar a braveza da Theurge, e conseguia.

– Deixa de ser bobo, Rhistel. Explica isso a ela! Blair não teve uma educação tão normal então eu não sei o que ela sabe. Engravidar no susto nem sempre é uma boa notícia… Mesmo se você ama a pessoa… – Ela disse e fitou Acksul – E você também Acksul… Eu tenho certeza que a Aisha se cuida, mas olha lá… Vocês são tão responsáveis quanto elas são… Então… – Suspirou cansada: – Um de vocês vai ter que ter essa conversa com o Ladirus urgente. Essa e muitas outras. Mais de uma vez.

– Tudo bem, Nay. Eu vou perguntar. Prometo. Um filho no momento não seria tão legal assim. Nós somos ocupados. – Rhistel respondeu, fazendo um beicinho e beijando a Garou mais uma vez no rosto. – Eu posso falar com a Arty ou pedir para a Blair falar com ela. Melhor, não…? Aisha se cuida, certeza.

– Sim… Pedir para a Blair. Meninas falando de assunto de meninas – Acksul arqueou as sobrancelhas, perdendo aquela pose firme que costumava sustentar. – Eu vi. Ela se cuida sim.

– Está mantendo esse lance com ela, Acksul…? – Rhistel perguntou, surpreso. – Eu achei que tinha sido só aquela vez e depois vi o vídeo dela contigo falando…

– Acredite, também não estava exatamente nos meus planos e eu acho que nem nos dela, mas… Sim. Está indo melhor do que eu poderia imaginar. Bem melhor. – Acksul enfatizou, estranhando-se. – Eu não sei o que vai dar. Enfim, eu vou para perto da Árvore de Dagda. – Disse, claramente fugindo do assunto, tímido.

Nyra recebeu os novos beijos e o agarrou em um braço, ficando assim com o Dragão de Gelo enquanto fitava Acksul.

– Tudo bem. Com a Ártemis, eu falo. – Tranquilizou-os. – Bem, eu tenho certeza que a Aisha sabe da vida dela. – Fez uma pausa e mirava Acksul, abrindo um sorriso maldoso: – Você está gostando dela, da Aisha? Confesse, Acksul. Eu já não fico mais chocada com nada, eu juro… Depois do Rhistel com a Blair, Ladirus com a Arty… Estou imune.

Acksul inspirou e quando o espirou, o fez de uma forma comicamente reclamona, deixando o ar sair e murmurando uma espécie de rosnado. Ele girou os olhos e mordiscou o lábio de levemente em dúvida.

– Aah, eu não vou pensar sobre isso ainda. – Ele disse, orgulhoso, sem olhá-los. – Nós começamos pelo prazer, mas… A nossa primeira vez já foi muito romântica e… Eu não sei no que estamos nos metendo. Eu não quero pensar. Eu gosto da presença dela e fim. Não me perguntem mais nada.

– Você falou até mais do que eu esperava ouvir. – Rhistel o provocou, rindo. – Você vai na Click, Acksul?

O Dragão da Matéria o fitou de soslaio. – Sim… – Ele disse, relutante. – Eu acho. Não tenho certeza.

Nyra o escutou com um sorrisinho, mas não continuou o assunto já que ele se demonstrava pouco confortável. Provavelmente ainda se descobriria com ela.

– Ok… – Soltou-se de Rhistel devagar e se aproximou de Acksul para beijá-lo no rosto e também abraçá-lo por um instante. – Eu vou cuidar das minhas coisas também. Aí… E esperando que esses problemas não desenvolvam… – Soltou-o e seguindo para dentro de casa, sem pressa e muito pensativa.

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